NOSSA MISSÃO: “Anunciar o Evangelho do Senhor Jesus à todos, transformando-os em soldados de Cristo, através de Sua Palavra.”

Versículo do Dia

Versículo do Dia Por Gospel+ - Biblia Online

sexta-feira, 31 de março de 2017

Jesus iria a uma “campanha de vitória”?

 Os essenciais na fé cristã

“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1 Pedro 2.21).

A vida cristã não se resume em seus postulados, em suas doutrinas, em sua ética ou em sua liturgia. Essas coisas são importantes, são partes inerentes do todo da vida cristã. Contudo, nesses dias em preparação para a Páscoa nada é mais importante do que nos voltarmos todos para os essenciais de nossa fé.

Ser cristão é seguir e imitar o exemplo de Jesus. O discípulo fala o que ouve do seu mestre, imita as suas ações, redefine-se a partir daquilo mesmo que encontra no caráter na personalidade do mestre. Não se trata de aprender belas lições de vida, de haurir uma sabedoria arcana, saber interpretar a própria sorte à luz de conhecimentos psicológicos e etc., ainda que em algum momento isso possa acontecer e até servir para alguma coisa, não é disso que trata o discipulado.

Todos os cristãos são convocados para a cruz. Todos, sem exceções, somos convocados a abraçar a cruz do seguimento de Cristo, numa vida de negação ao nosso ego inchado e doentio, no exercício cotidiano da paciência e da humildade, saindo de nosso ensimesmamento e abrindo-nos aos outros em amor e serviço.

Por que as campanhas são sempre de vitória e não de abnegação?

Os cristãos parecem estar esquecendo essas verdades fundamentais. Por que você não encontra igrejas – em especial essas midiáticas, com grandes impérios de comunicação social ou com presença quase onipresente na TV brasileira e mundial –, fazendo uma campanha com o slogam: “40 dias assumindo a sua cruz com alegria e mansidão”, ou então: “Semana poderosa de abnegação de si mesmo e desapego em favor do pobre”, ou quem sabe “Grande reunião de oração por humildade e amor sacrificial”? As campanhas dizem respeito às chamadas vitórias que nada mais são do que a negação da cruz, a busca desenfreada de satisfazer o ego cobiçoso, o desejo doentio de buscar segurança nos bens, nas posses e a tentação de se manipular Deus pondo-o a prova.

Jesus Cristo no episódio do evangelho de Mateus, capítulo quatro, foi convidado por Satanás a realizar e frequentar campanhas parecidas com essas que vemos todos os dias por aí. Foi convidado a sacudir o jugo da obediência ao Pai que pelo Espírito Santo o havia conduzido para o deserto. Foi instado a abandonar essa cruz da confiança, dependência, submissão e satisfação nos planos do Pai e sacrificar no altar do imediatismo e do pragmatismo a sua relação de filho amado. O diabo também convidou Jesus para a campanha de “reivindique seus direitos de filho e coloque o Pai à prova, coloque Deus numa situação e limite, e você verá que Ele não pode trair, vai ter que cumprir a sua palavra”. Jesus respondeu dizendo que não tentaria a Deus. Não faria chantagem, não negociaria as condições da obediência, não seria leviano a ponto de supervalorizar a sua vida e condição em face da vontade de Deus. Recusou-se a querer tornar Deus refém emocional de suas carências e não pulou do pináculo.

Como Jesus resistiu a uma “campanha de prosperidade”

E por ultimo, não satisfeito ainda, o diabo propõe nova campanha, dessa vez, uma campanha explícita de prosperidade. Mentindo, oferece o que não pode dar e que nem mesmo o Senhor havia oferecido, promete a glória desse mundo, poder, riqueza, dominação, status, reconhecimento, fama. Jesus não cede. Jesus não se curva aos ídolos desse mundo – a trindade dinheiro, prazer, poder – e não se curva diante daquele que está por traz deles para mentir, matar, roubar e destruir sempre apelando para a cobiça tácita do coração humano.

Jesus saiu vitorioso dessas tentações. Jesus suportou a cruz daquele teste a que foi submetido pelo Pai. Estrategicamente o diabo se retirou e mais tarde, voltaria a novas cargas para que Jesus recusasse a cruz, agora aquela de madeira, tenebrosa, horripilante da maldição de Deus. Foi tentado a descer da cruz. Foi zombado como médico que a outros pode curar e a si mesmo não pode salvar. Jesus permaneceu na cruz que carregou durante toda a sua vida. Negou-se. Não negou, porém o amor. Sacrificou-se para dar vida. Feriu-se para curar. Em tudo confiou no seu Pai e não cedeu à tentação do mal. O caminho do discipulado e a preparação para a Páscoa se encontram justamente aqui, no carregar a cruz todos os dias e no seguir a Jesus.

• Luiz Fernando dos Santos é Ministro da Igreja Presbiteriana Central de Itapira.

quinta-feira, 30 de março de 2017

É possível ser cristão sozinho?

Ser um cristão sozinho: entre poder e dever

Sem desperdiçar palavras: é claro que é possível ser um cristão sozinho. Historicamente, temos diversos exemplos de cristãos que viviam em isolamento voluntário a fim de meditar “livre” das distrações do “mundo”. De certo modo, tudo que a gente experimenta, mesmo que experimentamos em grupo, experimentamos individualmente.

Mas a pergunta real não é se “é possível” ser cristão sozinho, mas, sim, se “se deve” ser cristão sozinho. No primeiro caso, trata-se de possibilidades; no segundo, de propósito. Ou seja, é o propósito de Deus que o cristão viva a sua fé sozinho? Logo, a resposta é “não”. Não porque o cristão precise da igreja para crescer na fé, adorar a Deus junto com os outros e prestar serviços à sociedade coletivamente – geralmente aborda-se a questão a partir destas ideias. Há um motivo maior para o cristão viver a sua fé dentro do contexto da igreja. E a razão é esta: a igreja – com seus milhares de deficiências – é o principal instrumento de Deus para a realização do seu propósito maior de criar novo céu e nova terra, seu projeto final. Elaboremos brevemente.

A nossa salvação pessoal não é o tema central da Bíblia

O fato de a Bíblia começar (Gn 1-2) e terminar (Ap 21-22) com a mesma temática deverá nos alertar a respeito do projeto maior de Deus: da criação para uma nova criação. De céus e terra para novo céu e nova terra. Para a grande surpresa de muitos cristãos, a nossa salvação pessoal não é o tema central e mais abrangente da Bíblia, por mais importante que isto seja. E nem é a eleição de um povo de Deus (Gn 12.1-3) para avançar os propósitos de Deus. Estes são importantíssimos meios para alcançar um fim: novo céu e nova terra.

Só que, como todos os cristãos sabem, houve uma grande encrenca, que a Bíblia chama de “pecado” – um desvio dos propósitos de Deus. A solução para este problema, previsto na história de Eva, de Abraão, de Moisés e de Davi, é Cristo. Certo? Só que a sua vinda não teve como principal propósito “me resgatar”, ou até mesmo colocar novamente o povo de Deus no caminho certo, por mais importante que isto seja. Não, o propósito da vinda de Cristo era o resgate do cosmos (literalmente em João 3.16), a reconciliação de todas as coisas no céu e na terra (Cl 1.20), a convergência nele de todas as coisas no céu e na terra (Ef 1.10), o dobramento de todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra (Fp 2.10-11), a sujeição de todas as forças inimigas (1Co 15.24-28), a libertação da criação (Rm 8.18-25). Deu para entender?

Para que serve a igreja?

E a igreja, que tem a ver com isso? Veja a última sentença do último parágrafo e me acompanhe. Para salvar o mundo/cosmos (Jo 3.16), Jesus enviou os seus discípulos (Mt 28.18-20 e outras passagens), a igreja, para todos os povos e como igreja, os capacitou com o Seu Espírito (At 1.8). Deu à igreja, a “nova criação” (2Co 5.17), o ministério de reconciliação (2Co 5.18), para reconciliar todas as coisas (Cl 1.20). Para todas as coisas convergirem em Cristo (Ef 1.10), deu a igreja (Ef 1.22-23). Para sujeitar as forças inimigas (1Co 15.24-28), novamente incumbiu a igreja (Ef 3.10)! E finalmente, a libertação da criação aguardar a libertação (no contexto isto seria a ressurreição corporal) dos filhos de Deus.

Por isso, o Novo Testamento bate tão forte na tecla da vivência cristã “uns aos outros”. Faça uma busca pela ocorrência desta frase (alelon em grego). Vai se surpreender! E é impossível viver “uns aos outros” sozinho. Esta é a reconciliação em Cristo que vivemos e manifestamos com os irmãos e irmãs de fé que sujeita as forças inimigas do reino e que reconcilia efetivamente partes cada vez maiores da criação.

Deu para entender?


Timóteo Carriker
É teólogo, missionário da Igreja Presbiteriana Independente, capelão d’A Rocha Brasil e surfista nas horas vagas. Pela Ultimato, é autor de A Visão Missionária na Bíblia e Trabalho, Descanso e Dinheiro. É blogueiro da Ultimato

quarta-feira, 29 de março de 2017

A crise do púlpito e a crise da igreja

Os últimos anos viram o florescimento, em círculos evangélicos, de uma inegável preocupação com uma maior coerência entre o reconhecimento de Jesus Cristo como Senhor e a missão da igreja. Se a autoridade de Cristo se estende sobre toda a criação, o povo que confessa seu nome é chamado a relacionar sua fé com a totalidade da vida humana. Nada que afete o homem e sua história está isento da necessidade e da possibilidade de se colocar em submissão a Cristo, e nada, portanto, está fora da órbita do interesse cristão e missional. A missão integral é uma consequência lógica da soberania universal de Jesus Cristo.

A partir dessa perspectiva, a missão da igreja não pode se restringir à pregação dos rudimentos do evangelho. Está orientada pelo propósito de Deus, que se cumprirá em seu devido tempo, de unir sob o domínio de Cristo todas as coisas, tanto no céu como na terra (ver Ef 1.10). Consequentemente, rejeita a dicotomia entre o secular e o sagrado e se constitui no fermento que leveda toda a massa. Isto não nega, claro, a importância da pregação. O que nega é que esta possa se limitar ao objetivo de “ganhar almas” e aumentar o número de membros nas igrejas evangélicas. Cumpre seu objetivo quando se coloca a serviço da missão integral, quando é portadora das boas novas do reino de Deus, quando ecoa aquele que diz: “Faço novas todas as coisas”.

Na Declaração Evangélica de Cochabamba, que surgiu da primeira conferência da Fraternidade Teológica Latino-americana (1971), se afirmou que “o púlpito evangélico está em crise [...] A mensagem bíblica tem indiscutível pertinência para o homem latino-americano, mas sua proclamação não ocupa entre nós o lugar que lhe corresponde”. Desde então, aconteceram mudanças surpreendentes no povo evangélico em todo o continente. Por exemplo, sua participação na política nacional em vários países. Em relação à pregação, no entanto, persiste o generalizado problema da improvisação e da superficialidade. A crise do púlpito é ao mesmo tempo uma causa e um sintoma da crise da igreja. É causa porque não se pode esperar que sem o cultivo da Palavra a igreja dê seus melhores frutos: a uma pregação pobre corresponde uma vida eclesiástica igualmente pobre. É sintoma porque a matriz dos pregadores é a igreja: as debilidades e carências que afetam a esta necessariamente repercutem nos portadores de sua mensagem.

Devido à relação descrita, a renovação da pregação é inseparável da renovação da vida e da missão da igreja. O objetivo da pregação, como o da própria igreja, é que o evangelho do reino penetre em todas as esferas da vida humana, tanto em nível pessoal como comunitário, e que a glória de Deus em Jesus Cristo se manifeste em todas as esferas da sociedade. A renovação da vida e da missão da igreja será genuína caso contribua para a realização desse objetivo, para o qual terá que começar pela renovação do entendimento a que faz referência o apóstolo Paulo em Romanos 12.2.

Só uma pregação que leve muito a sério a Palavra de Deus e a relacione com a situação socioeconômica, cultural e política que nos rodeia servirá para modelar uma igreja cujos membros amem a Deus com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças, e ao próximo como a si mesmos. A pregação cumpre seu propósito quando esconde o pregador atrás da cruz de Cristo e busca diligentemente o crescimento na prática do amor a Deus e ao próximo em todas as dimensões da vida daqueles que a escutam.

Traduzido por Wagner Guimarães.

Texto publicado originalmente na edição 364 da revista Ultimato.

• C. René Padilla é fundador e presidente da Rede Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da Fundação Kairós. É autor de Missão Integral – O reino de Deus e a igreja. Acompanhe seu blog pessoal

terça-feira, 28 de março de 2017

9 Elementos de Um Casamento Cristocêntrico, por Phil Newton

O casamento é um trabalho árduo. Não consiste em 40 ou 50 horas semanais de trabalho, mas em 168 horas por semana, 365 dias por ano, “até que a morte nos separe”. Não existem dias de folga ou de férias ou licença médica. Porém, o trabalho árduo não significa miséria, tristeza ou escravidão. Por trabalho árduo, quero dizer que o casamento exige que prestemos atenção aos detalhes na relação conjugal, que aprendamos a servir o nosso cônjuge sacrificialmente e que nos dediquemos àqueles elementos que edificam, fortalecem e melhoram o casamento.

Mas alguns não querem se esforçar pelo casamento. Eles proferiram os seus votos com os dedos cruzados ou com paraquedas em suas costas. Eles não têm a intenção de fazer o que é preciso para que tenham um casamento que reflete Jesus Cristo e Sua Noiva (Efésios 5). No entanto, é suficiente dizer que quando Paulo descreve a relação que Jesus tem com a Igreja como a Sua Esposa, ele relata a história e a instrução sobre o casamento, para que todos vejam. O que ele nos apresenta é isso: o casamento não é sobre vocês; não se trata de agir do seu modo; trata-se de Jesus Cristo ser glorificado por meio de um homem pecador e de uma mulher pecadora, redimidos por Sua morte sangrenta, habitados pelo Seu Espírito e que vivem juntos como seguidores de Cristo.

Então, com o que esse tipo de vida se parece? Vamos pensar em nove elementos de um casamento cristocêntrico.

1. Um casamento cristocêntrico envolve mútua devoção a Jesus Cristo. Em outras palavras, um casal pode se casar, se esforçar por seu relacionamento, aprender a servir um ao outro e acabar por ter um bom relacionamento. Mas isso não é centrado em Cristo. Ao colocarmos o nome de “Cristo” como o adjetivo que confere definição e poder para a palavra “centrado”, queremos dizer que Ele é o Sol em torno do qual o marido e a esposa orbitam. Todo o seu universo encontra a sua existência e finalidade em relação a Jesus Cristo. Na prática, isso significa que marido e mulher buscam crescer juntos em suas caminhadas Cristãs. Eles se ajudam em tempos difíceis ou naquelas ocasiões quando as dificuldades da paternidade ou do emprego ou da escola ou confusões na família mais ampla tornam-se mais complicadas. Eles realmente agem em relação um ao outro como ferro afiando ferro.

2. Um casamento cristocêntrico é caracterizado por serviço mútuo. Ninguém deu uma ilustração mais emocionante do serviço do que Jesus Cristo, mesmo sendo Deus encarnado que voltou ao Pai através da cruz e do túmulo, ainda assim Ele se inclinou para lavar os pés dos discípulos antes da Última Ceia (João 13). Não é de admirar que Pedro se opôs! Ele sentiu sua indignidade de ter os pés sujos lavados por Jesus, mas Jesus insistiu. O casamento é o laboratório do serviço que reflete a Cristo. O egoísmo, a preguiça e a letargia matam casamentos. O serviço humilde evidencia o amor verdadeiro para com o cônjuge.

3. Um casamento cristocêntrico pratica a humildade. Jesus declarou: “Porque sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). A humildade vive tendo a cruz diante de seus olhos. Em vez de considerar tudo que gira em torno de satisfazer os seus desejos, a humildade cede ao outro no casamento, ouve atentamente em vez de interromper a conversa, procura formas de servir e rapidamente perdoa quando ofendida.

4. Um casamento cristocêntrico pratica o perdão. Embora sejam redimidos, dois pecadores unidos em matrimônio viverão momentos em que as palavras, atitudes, ações, silêncio e olhares ofenderão. Se deixarem uma amargura permanecer, o casamento não consegue avançar. Ele não poderá! Se nos é dito que no corpo de Cristo devemos ser bondosos, compassivos e perdoar uns aos outros, quanto mais no casamento (Efésios 4:32)!

5. Um casamento cristocêntrico é vivido em amor sacrificial. Esse é o padrão que Jesus estabeleceu quando Ele entregou a Si mesmo pela Igreja em morte sacrificial (Efésios 5:25). Mas esta não é simplesmente uma questão de entregar a própria vida por sua esposa. Alguns homens estão dispostos a morrer por suas esposas, mas não vivem abnegadamente em relação a elas. O amor sacrificial tem como objetivo o que for o melhor para o nosso cônjuge. O amor sacrificial de Jesus visava apresentar a Igreja a Si mesmo “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5:27). Vá e faça o mesmo.

6. Um casamento cristocêntrico comunica. O apóstolo João enfatizou a comunhão dos Cristãos com Cristo, bem como uns com os outros (1 João 1:3). Comunhão ou compartilhar a vida juntos, envolve comunicação. E a comunicação envolve dois ouvintes e dois falantes envolvidos em uma vida comum. Vamos admitir, a maioria dos homens falham miseravelmente em se comunicar, como se houvesse algo não masculino em falar com ternura e amor com suas esposas. Em vez disso, há algo muito viril em um homem que aprende a ouvir e falar com sua esposa, e que dedica tempo a esse tipo de doce comunhão e comunicação. Portanto, rapazes, ajam como homens de verdade!

7. Um casamento cristocêntrico cresce em intimidade. Não fazemos isso com Cristo? Procuremos crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. A oração de Paulo pela Igreja de Éfeso é por crescente em intimidade com Jesus (Efésios 5:14-19). Deus concedeu a intimidade conjugal apenas para o casamento (Gênesis 2:24; Hebreus 13:4). Jesus não é menos glorificado por nosso crescimento na intimidade conjugal do que Ele é por nosso serviço uns aos outros.

8. Um casamento cristocêntrico é vivido com os dois juntos na esperança de Cristo. Em vez de centrar tudo em filhos, casas, carros, carreiras, férias e contas bancárias, quando somos unidos Cristo a nossa viva esperança está estabelecida sobre Ele e Suas promessas. Podemos ficar decepcionados com a forma como os nossos filhos vivem ou com a perda de um emprego ou por uma conta bancária insuficiente. Mas nunca seremos decepcionados com Ele (Romanos 10:11; 1 João 3:3). Sua esperança nos sustenta, mesmo nos momentos mais difíceis. Deus concebeu e revelou a Sua misteriosa vontade, para que pudéssemos conhecer “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:24-27). Juntos, marido e mulher aprendem a valorizar a sua esperança em Cristo mais do que todas as coisas temporais da vida.

9. Um casamento cristocêntrico é envolvido com a igreja. Se Cristo morreu para salvar a igreja (Atos 20:28), então, um casamento centrado em Cristo não pode tratar a igreja como uma parte periférica de suas vidas. Nós precisamos nos envolver com a igreja, para ajudar a nos nutrir em Cristo, para nos unir uns com os outros em serviço amoroso, para desenvolver os nossos dons e ministérios, para adorarmos juntos, aprendermos a viver sacrificialmente juntos, para aguçar a nossa compreensão da vida e piedade e para nos preparar para vermos a Cristo. Uma vez que a Igreja está acima do casamento na economia de Deus (não somos informados de que Jesus morreu pelo casamento), então, devemos nos envolver juntos como marido e mulher com o corpo de Cristo.

Você pode adicionar mais alguns elementos que poderiam caracterizar um casamento cristocêntrico. Os nove que eu já observei não ocorrem com o pressionar de um botão. Eles exigem trabalho árduo, viver o Evangelho, confiar no Espírito e o desejo apaixonado de glorificar a Jesus Cristo em todas as coisas, especialmente no casamento. Busquemos aprofundar a satisfação no casamento por ter Jesus Cristo como o seu centro.

Fonte: O Estandarte de Cristo

segunda-feira, 27 de março de 2017

10 Coisas Para Fazer Com Seus Filhos Pequenos, por Jared Longshore

Paternidade é algo fácil... ninguém nunca disse isso. Paternidade é um trabalho árduo, mas é o tipo do trabalho que é bom, recompensador e alegre. Salomão, o Sábio, mostrou sua sabedoria quando disse dos filhos: “Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava” (Salmo 127:5). Com a recente adição, minha esposa e eu agora temos 5 crianças de 7 anos e menos. Não é necessário dizer que gastamos muito tempo pensando em como aplicar o que Deus diz sobre paternidade aos nossos pequeninos. Aqui estão 10 coisas para fazer com seus filhos pequenos em um esforço para educa-los “na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4):

1. Conte-lhes sobre a glória de Deus

Diga-lhes quem é Deus. Diga-lhes o que Ele fez. Aponte para o peixe nadando, para a estrela cadente, para a árvore balançando, para o pássaro voando, para o morango amadurecendo, e mostre-lhes o agir da mão de Deus. Recentemente, ao saímos de um culto pelas portas dianteiras do edifício de nossa igreja com nossas crianças, nos deparamos com um pôr-do-sol que deixou o céu com brilho rosa e laranja. Uma das doces e piedosas damas de nossa congregação se inclinou e perguntou aos nossos filhos: “Vocês ouvem o que o sol está dizendo?”. Calvino estava certo: “O mundo inteiro é um teatro para a exibição da divina bondade, sabedoria, justiça e poder”.

2. Leia a Bíblia com eles

Não retenha o livro que é mais doce do que o mel e o licor dos favos (Salmo 19:10). Dê às crianças o doce. Leia para elas as palavras vivificantes da Escritura. Ore para que Deus lhes dê fé e então fale da Bíblia para eles, pois “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17).

3. Catequize-os

Encontre um catecismo biblicamente fiel e use-o com seus filhos. Um bom catecismo ajudará seus filhos a pensarem teologicamente. Ele irá ajudá-los a construir uma cosmovisão que os ajudará a interpretar as coisas que estão acontecendo em torno deles e dentro deles. Nós perguntamos a nossa filha de 4 anos: “O que Deus deu a Adão e Eva além dos corpos?”: Ela responde: “Ele lhes deu almas que nunca morrerão”. Nós perguntamos: “Você tem uma alma e um corpo?”, “Sim, tenho uma alma que nunca morrerá”. Ela está melhor preparada para enfrentar o próximo funeral por causa do catecismo e das conversas que dele brotam. (Recomendações para um bom catecismo aqui, aqui e aqui.)

4. Cante com eles

Cante canções que exaltam a Cristo. Cante hinos. Cante canções inventadas e ore para que você tenha o privilégio de ouvi-las cantar as suas próprias. O canto alegra a alma e instrui a mente.

5. Ouça-os

Ouça suas longas e confusas histórias. Não fique muito ocupado para ouvir sobre o seu dia, desagrados e desejos. Deixe-os exalar seu coração pequeno a você de modo que quando cresçam e se tornem adolescentes não deixem de compartilhar as suas coisas com você porque recordam que você não teve tempo para ouvi-los sobre seus sonhos e desapontamentos.

6. Confesse seu pecado a eles

Viva uma vida de arrependimento diante de seus filhos. Mostre-lhes que papai e mamãe precisam do sangue de Jesus. Demonstre como é uma verdadeira e humilde confissão. Eu me lembro de ir aos joelhos para olhar meu filho de 5 anos de idade no olho depois de tratá-lo duramente. Eu pedi seu perdão e ele concedeu imediatamente. Eu me levantei andando de mãos dadas com ele, pregando isto para mim mesmo: Cobrir suas próprias falhas não o ensinará a confiar no Senhor.

7. Abrace, beije, lute e dance com eles

Compartilhe não somente o Evangelho com seus filhos, mas também suas vidas (1 Tessalonicenses 2:8). Com os pequeninos, isso significa tempo de inatividade intencional. Nós apreciamos lutar em torno do assoalho de sala da família ou dançar no quarto antes de ir dormir. Andar de bicicleta, jogar uma bola, ir a um parque. E esteja ciente de que os pequenos olhos estão observando cada movimento seu. Goste ou não, “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, está fora de questão.

8. Discipline-os

A Bíblia considera a disciplina uma questão de amor. Provérbios 13:24 diz: “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”. Você ama seus filhos? Se assim for, a Bíblia diz que você dará atenção à sua correção e treinamento. Recomendo o livro de Tedd Tripp, Pastoreando o Coração da Criança, para considerar este tópico em mais detalhes.

9. Ensine-os a amar a igreja

Mostre os muitos e maravilhosos exemplos de amor sacrificial em sua igreja. Recentemente a igreja nos forneceu muitas refeições depois que tivemos um bebê. Enquanto cada membro trazia alimento, nós perguntávamos aos nossos pequeninos: “Vocês criam que a igreja seria tão amável conosco?”. Nós meditamos com eles sobre o que fez a nossa igreja nos amar assim. Medite, também, em como incentivar seus filhos a amarem o Dia do Senhor. Deseje com eles o primeiro dia da semana. Memorizem juntos o Salmo 122:1 e celebrem com Davi: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos á casa do SENHOR”.

10. Ore com eles

A oração é aprendida. É por isso que Jesus respondeu quando os discípulos pediram-lhe para ensiná-los a orar. Permita que as crianças o ouçam desvelar o seu coração diante do trono de Deus. Deixe-os ouvir as suas petições cheias de fé por eles, por sua igreja e pelo mundo. Deixe-os ouvir um fluxo constante de ações de graças suas ao Pai por Sua provisão contínua na vida de sua família.

Prossigam no trabalho cansativo e precioso de cuidarem de seus filhinhos, lembrando que “os filhos são herança do Senhor” (Salmo 127:3).

Fonte: O Estandarte de Cristo

domingo, 26 de março de 2017

Nunca perca a Esperança

“… Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me” (Lc 5.12).

​Há problemas insolúveis, há doenças incuráveis, há causas perdidas, a menos que Jesus realize um milagre. E foi o que ele fez e é o que ele faz. O texto em apreço fala de um homem coberto de lepra que, estando como uma carcaça humana, com seu corpo apodrecendo, vai a Jesus, prostra-se diante dele e, clama: “Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me”. Sua doença era incurável, seu problema era insolúvel, sua causa era perdida, mas Jesus estendeu a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E, imediatamente, lhe desapareceu a lepra. Seis verdades são destacadas no texto em tela:
​Em primeiro lugar, o doente (Lc 5.12). Os três Evangelhos Sinóticos narram esse episódio, mas só Lucas, que era médico, nos informa que o homem estava coberto de lepra, ou seja, no estado mais avançado da doença. O homem está apodrecendo vivo. Era um carcaça humana. Um ser nauseabundo. Seu caso era irremediável. Ele vai a Jesus, e humildemente, roga por um milagre e o milagre acontece. O doente não exigiu, rogou. Mesmo sabendo que Jesus tem todo o poder, submeteu-se à sua vontade soberana.
​Em segundo lugar, o médico (Lc 5.13). Ninguém podia tocar um leproso sem ficar impuro. Jesus compadeceu-se do homem, tocou-lhe e disse: Quero, fica limpo! Em vez do impuro contaminar o puro, foi o puro que tocou o impuro e tornou o impuro, puro! Por que Jesus tocou o leproso se um leproso não podia ser tocado? Porque viu que o leproso, a tanto tempo reduzido ao ostracismo da doença, precisava sentir-se amado. Jesus é o médico que tem compaixão e poder. Para ele não tem doença incurável nem causa perdida. Ele não apenas cura as feridas do corpo, mas também lanceta os abcessos da alma.
​Em terceiro lugar, a cura (Lc 5.13b). O texto diz: “… e, no mesmo instante, lhe desapareceu a lepra. Jesus cura-o imediatamente, completamente, eficazmente. Cura-o emocional e fisicamente. Cura-o sem deixar qualquer sequela. Cura-o, apesar de estar coberto de lepra, com o corpo deformado, com a pele necrosada. Cura-o a despeito de sua morte já ter sido decretada pela doença.
​Em quarto lugar, o testemunho (Lc 5.14). Jesus manda o homem ao sacerdote por duas razões. Primeiro, porque o sacerdote era a autoridade sanitária competente para declará-lo publicamente curado. Isso significa que os milagres de Jesus não eram apenas experiências subjetivas, mas fatos concretos e verificáveis. Segundo, porque fazendo isso, Jesus estava protegendo esse homem de quaisquer especulações maliciosas. Ninguém precisava suspeitar da veracidade de sua cura. Jesus estava, assim, devolvendo-o ao convívio familiar, religioso e social.
​Em quinto lugar, o impacto (Lc 5.15). O milagre operado por Jesus produziu tal impacto que, grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas. Mesmo tendo Jesus ordenado ao homem curado para não falar nada para ninguém, ele saiu a propalar esse prodígio divino (Mc 1.44,45). Jesus ordenou a esse homem para se calar e ele proclamou os grandes feitos de Cristo em sua vida; Jesus nos ordena a falar e nós nos calamos. A atitude desse homem denuncia a nossa omissão.
​Em sexto lugar, o retiro (Lc 5.16). Em face das multidões afluírem a Jesus para ouvi-lo e serem curadas, Jesus se retirava para lugares solitários e orava. Por que Jesus fugia das multidões para buscar lugares solitários para orar? Primeiro, porque não queria fortalecer na mente das pessoas a ideia de que ele era apenas um operador de milagres. Ele veio como o Messias de Deus, para morrer pelo seu povo. Seus milagres eram sinais de que ele era o ungido de Deus. Segundo, porque Jesus entendia que a intimidade com o Pai era mais importante do que sucesso no ministério. Deus vem antes das pessoas. Terceiro, porque Jesus, sendo perfeitamente homem, sabia que o poder vem por meio da oração. O resultado desse retiro é que “o poder do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). Jesus, hoje, está à destra de Deus Pai, de onde intercede por nós. Por isso, por mais dramático que seja o nosso problema, jamais devemos perder a esperança!

Rev. Hernandes Dias Lopes

sábado, 25 de março de 2017

Orare et Labutare!!! (Oração e Trabalho!!!)

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“E nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6.4).
Esse foi o discurso dos apóstolos no tocante a disputa que havia na igreja primitiva acerca da distribuição diária dos alimentos. Temos aqui a instituição do diaconato. Mas, o que queremos ressaltar é a fala dos apóstolos: “E nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6.4). Não que seja algo degradante ou humilhante servir as mesas, pelo contrário era algo de suma importância. Todavia os apóstolos sabiam da importância e tinham convicção daquilo para o qual foram chamados.
Esse discurso dos apóstolos precisa ser resgatado urgentemente. Há uma falência grande nos púlpitos hoje. Vemos pessoas sendo mal alimentadas por mera negligência ou até por falta mesmo de conhecimento por parte de seus líderes. Se por um lado há uma falência, por outro há o terrível perigo de uma ortodoxia seca, árida e por muitas vezes morta. Uma ortodoxia exacerbada sem nenhum grau de piedade.
No texto de Atos (At 6.4) vemos o equilíbrio dos apóstolos em regar o ministério da palavra com uma vida de oração. Não há como divorciar a oração da palavra e ao mesmo tempo ter um ministério frutífero. É-nos mais do que necessário uma vida séria de oração aos pés da cruz de Cristo para que o Espírito Santo nos traga iluminação acerca da palavra de Deus. Se olharmos para a história da igreja, perceberemos que todo grande expositor das Escrituras eram homens de oração. Calvino, Lutero, Wesley, Whitefield, Spurgeon, Edwards e tantos outros, tinham vidas regadas pela oração.
O ativismo tem roubado de nós horas preciosas na presença do Senhor. Temos tempo pra tudo em nosso tão atarefado dia, menos para nos debruçarmos sobre o Santo Livro e nem para dirigirmos súplicas ao Santo Deus. O que eu acho incrível e ao mesmo tempo muito triste é que Deus vem falando desde o Antigo Testamento sobre isso e até hoje fazemos ouvido de mercador. O profeta Malaquias nos exorta da seguinte forma: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e de sua boca todos esperam a instrução na lei, porque ele é o mensageiro do Senhor do Exércitos” (Ml 2.7), e como se não bastasse essa exortação de Malaquias ainda temos a assertiva dos apóstolos.
A dedicação ao estudo da Palavra e à oração é algo raro hoje em dia. Vemos um combate infantil no meio cristão entre dois grupos. Aqueles que estudam e se dedicam à busca do conhecimento e os que se dedicam apenas a buscar uma espiritualidade profunda. E em meio a esses dois grupos, um combate, os que buscam o conhecimento chama os espirituais de ignorantes bíblicos, já os que buscam a espiritualidade profunda se defendem dizendo que “a letra mata!” E quem perde com o isso? O Reino de Deus. 
Atentemos para as palavras dos apóstolos... “oração e palavra”. A ortodoxia deve sempre ser acompanhada pela vida de piedade. Esse foi um dos legados dos puritanos. Eles procuravam viver uma vida de intensa piedade alicerçada, é claro, nas Escrituras. Eles entenderam a assertiva dos apóstolos e a viveram intensamente para a glória de Deus. Infelizmente hoje mais do que qualquer outra época vivenciamos esse combate infantil em uma larga e crescente escala. Aqueles que alcançaram um certo grau de conteúdo teológico se julgam melhores que os demais. No meio reformado, infelizmente ao que parece, as pessoas são medias pelos títulos e não pelo seu caráter, testemunho e frutos. Não estou desmerecendo o conhecimento, de maneira nenhuma, pois a exortação de Oséias queima em meu coração: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento!” (Os 4.6) O conhecimento é mais do que necessário, mas sem a iluminação e a unção do Espírito Santo não passa de mero conhecimento.
Outro exemplo de comunhão entre a ortodoxia e a piedade vem dos Morávios. Eles passaram 120 anos em oração ininterruptamente, tudo isso para que fossem revestidos de poder do alto para que pudessem se entregar sem reservas ao serviço do Senhor. Voltando à Bíblia encontramos Jesus exortando os seus apóstolos que para que pudessem realizar a obra de Deus necessitariam de revestimento de poder do alto. Esse revestimento ocorreu no dia de pentecoste e após o ocorrido Pedro se levantou e pregou poderosamente a Palavra e, pela graça, 3000 almas foram salvas por Deus, mas para que tão extraordinária salvação ocorresse foi preciso revestimento de poder. Pedro já tinha o conhecimento, pois tinha sido doutrinado pelo Supremo Pastor e Mestre, mas lhe faltava poder. E o revestimento só veio (claro que era uma promessa e certamente iria acontecer) depois de intensas reuniões de oração. Oração e Palavra não podem ser divorciadas pelo ego humano. Quer seja pela ênfase dada ao conhecimento pelos reformados quer seja pelas experiências espirituais dos pentecostais, precisamos entender que o que os apóstolos propuseram em At 6.4 está longe de ambas as ênfases. Sou reformado e creio numa ortodoxia regada pela fervorosa e sincera oração, e não somente no conhecimento pelo conhecimento como muitos reformados creem. Creio no Santo Espírito de Deus, mas não posso concordar com as sandices e os desatinos promovidos pelos pentecostais. As coisas de Deus requerem decência e ordem (I Co 14.40).
Nesse primeiro artigo de 2017 quero que repensemos nossas atitudes no tocante a nossa vida devocional. Temos muito o que aperfeiçoar e em contrapartida (e acima de tudo) mais ainda para sermos aperfeiçoados por Deus. O tempo que dedicamos à oração e estudo da palavra precisam ser revistos. A qualidade desse tempo também precisa ser corrigida. Tudo isso deve ser revisto. 
A nossa negligência deve ser abandonada e precisamos voltar as Sagradas Letras o quanto antes.  Precisamos também entrar em nossos quartos fechar a porta e orar ao Pai que está em secreto (Mt 6.6).

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

sexta-feira, 24 de março de 2017

Pastores não choram?

Meus heróis eram os meus pastores

Fui levado pelos meus pais à igreja com oito dias de idade para consagração, há mais de seis décadas. Assim como acontecera com o Menino Jesus. Passei minha infância e adolescência sob total influência da igreja.

Meus heróis eram os meus pastores. Como se vestiam, como falavam, como oravam, como pregavam, como viviam. Eram minhas referências. Mais tarde descobriria que eram também referências exemplares de meus pais. Mamãe orava pedindo a DEUS que Ele me transformasse como um deles.

Não é de se estranhar que, ao final da minha adolescência, estava convicto de um chamado divino e queria ser como um deles.

Solidariedade regada a lágrimas
Um dos aspectos que me marcaram profundamente era ver esses homens, culto após culto, pregação depois de pregação, reunião de oração após reunião de oração, chorando na presença de DEUS, com tal angústia de alma, que terminavam o culto, a pregação, a oração com olhos inchados e vermelhos.

E o que mais me tocava profundamente era o fato de que eles não choravam por causa de suas necessidades materiais – e estas eram inúmeras e sérias – mas era a favor da igreja em geral e das pessoas em particular.

Nas visitas às casas de membros e não membros, doentes, presos, necessitados em geral, que aconteciam regularmente ao longo da semana e excepcionalmente em qualquer dia e hora, também eram marcados com atos de solidariedade que iam desde o choro diante da tragédia, da dificuldade e da tristeza alheia, como o repartir do pouco que tinham, ou até mesmo ficam sem para que o outro pudesse ter sua necessidade mitigada.

Os anos se passaram e o exercício do ministério pastoral foi tomando outras formas, outros matizes. E como ele difere hoje, em termos gerais, em relação do que acontecia há quatro, cinco décadas atrás!

Chamado pastoral versus planos de carreira

O ministério pastoral moderno tornou-se profissional. Pouco se fala em chamado. Quase nenhuma preocupação com a vocação. O encanto do chamado e a inspiração da vocação, premissas fundamentais para o exercício ministerial, deram lugar a projetos de sucessão familiar e planos de carreira inspirados em exercícios bi-vocacionais.

Os desafios da Igreja-Empresa passaram a exigir homens e mulheres “profissas”, capazes de administrar com eficiência, pragmatismo e competência, como em qualquer outra atividade que precisa ser auto-sustentável, para não dizer lucrativa.

O trato cotidiano das mazelas existenciais, o lidar intenso com a dor, o choro, a tristeza, as perdas, os infortúnios, as desgraças alheias, são hoje tratadas com parcimônia e o mínimo de envolvimento emocional e afetivo. Somente o indispensável para dar um toque de humanidade e manter uma salutar impressão de sensibilidade.

Chorar é coisa rara para um pregador hoje?
Não se costuma ver hoje um pregador chorando no púlpito enquanto transmite sua mensagem. Coisa rara. A gente fica até assustada e sem saber o que fazer de tão incomum que é.

A mensagem é, via de regra, consubstanciada com todos os recursos necessários de embasamento técnico e teológico (nem sempre exegético e muito menos doutrinário), extraídos de fontes respeitáveis, geralmente pelo eficiente processo “Ctrl C, Ctrl V”.

Faz sentido isso.

Pois raramente essa mensagem é gerada com dores de parto, ao longo de horas a sós na presença de DEUS, na quietude do quarto fechado, joelhos no chão, gemidos de alma.

Os pastores da minha adolescência não tinham bibliografia alguma, nenhum comentário bíblico, um ou outro possuía uma surrada “Chave Bíblica” – olhe lá! – nem compêndios, muito menos recursos de Internet, Google, sites especializados.

Eu me lembro de um deles, citando um autor de que não me lembro, afirmar que, “aquele que orou bem, se preparou bem”. E assim, na dependência de DEUS, o Espírito Santo os conduzia como canais, como verdadeiros instrumentos.

Discursos empolgados, mas quase sempre com olhos secos

As orações de hoje se contrapõem às de outrora. Discursos empolgados, inflamados, alguns absurdamente gritados. Mas quase sempre com olhos secos. Com gritos, mas sem gemidos. Com empolgação, mas sem intercessão.

Por isso, pastores de outrora eram homens de olhos molhados pelas lágrimas. Lágrimas de quem entendia a essência do ministério. De quem carregava, como Jesus, os pecados do rebanho e por ele, intercedia como Moisés, disposto a renunciar à vida, caso DEUS não fosse atender tal intercessão.

Hoje predomina o ministério de olhos secos. Secos de lágrimas. Secos de comprometimento. Secos de solidariedade.

O Jesus que chorou ao avistar Jerusalém, chorou diante das irmãs de Lázaro – e deve ter chorado outras tantas vezes quando a Palavra diz que “Ele foi movido de íntima compaixão” – espera seguidores que não exerçam um ministério de olhos secos.

• Sergio Fortes é formado em teologia, direito e administração, sendo mestrando em Ciência das Religiões. Atua como Consultor em logística e assuntos estratégicos. Serve como leigo na Igreja Batista Central de São Bernardo do Campo.

quinta-feira, 23 de março de 2017

5 Benefícios de Cultuarmos em Família Regularmente, por Tom Ascol

Ao longo dos anos, tenho perguntado a grupos de adultos Cristãos quantos deles cresceram em lares onde havia culto familiar regular. No início foi raro encontrar pessoas (tipicamente da minha geração ou mais velhas) que responderam afirmativamente. Nos últimos anos, o número de respostas positivas aumentou dramaticamente — quase exclusivamente as gerações mais novas de crentes. Essa é uma indicação esperançosa e encorajadora de que uma reforma bíblica está ocorrendo.

O culto familiar regular é valioso e traz muitas bênçãos para pais e filhos. Aqui estão cinco benefícios que tenho observado.

1. Planejar regularmente períodos para ler a Bíblia, cantar e orar juntos como família ajuda a estabelecer uma espiritualidade saudável no lar. Quando a Escritura é regularmente lida e discutida, quando os salmos, hinos e cânticos espirituais são regularmente cantados e quando a oração é regularmente oferecida ao Senhor, não é estranho ou mesmo incomum ter conversas espirituais a qualquer momento. Muitas vezes, eventos, conversas e atividades que inevitavelmente ocorrem no curso da vida familiar naturalmente se relacionam com uma parte da Escritura recentemente lida ou discutida. A aplicação do ensino bíblico é mais prontamente feita quando a própria Bíblia é frequentemente lida em conjunto. As perguntas sobre assuntos espirituais não parecem fora de lugar quando a verdade espiritual é regularmente discutida em uma família.

2. O culto familiar é uma ótima maneira para os pais evangelizarem e discipularem seus filhos. Deus coloca essa responsabilidade diretamente sobre os ombros dos pais quando a Escritura nos instrui a criar nossos filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). Sim, isso significa que os pais devem cuidar para que seus filhos sejam consistentemente integrados na vida de uma igreja biblicamente saudável e estejam regularmente sob a pregação e o ensino da Palavra de Deus naquela igreja. Mas também significa que os pais devem estar diretamente envolvidos em ensinar aos filhos a verdade sobre Deus a partir da Escritura. Como Moisés instruiu os israelitas: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Deuteronômio 6:6-7). Os pais são responsáveis por treinar espiritualmente seus filhos e o culto familiar regular ajuda tremendamente nesse esforço.

3. As crianças podem aprender a adorar corporativamente com outros crentes, ao adorarem consistentemente o Senhor em suas casas. Isso não significa que o culto familiar terá a mesma formalidade da adoração na igreja, mas isso significa que os pais podem mostrar às crianças a importância de estar atentos e reverentes quando a Palavra de Deus está sendo lida, quando o louvor é oferecido a Deus através de cânticos e quando Ele está sendo abordado na oração. A reverência e a atenção são traços que devem ser aprendidos e os pais sábios sabem que seus filhos não os adquirirão naturalmente. É muito mais fácil ensinar as crianças como e por que elas devem ser reverentes nas reuniões do Dia do Senhor na igreja se essas mesmas lições estão sendo reforçadas no ambiente familiar da casa durante a semana. Como pastor, sempre sou encorajado quando vejo os pais assumirem essa responsabilidade seriamente, pois sei que seus filhos estão sendo ensinados a adorar o Deus vivo.

4. O culto familiar regular oferece aos pais oportunidades naturais para encorajar seus filhos a falar sobre suas vidas espirituais internas. “O que essa passagem da Escritura significa para nós hoje?”, “Como devemos responder ao que Deus diz?” e “Você realmente acredita nisso?”. Essas perguntas podem ser pensadas e espontaneamente feitas nessas ocasiões. Os pais podem sugerir como responder à Palavra de Deus oferecendo suas próprias respostas honestas. À medida que as crianças veem seus pais dependendo da graça de Deus, humildemente confessando o pecado e confiando em Cristo, elas serão encorajadas a expressar seus próprios pensamentos, medos, esperanças e desejos. Elas também aprenderão como pedir oração e orar pelos outros.

5. A adoração regular em família proporciona uma oportunidade de testemunhar a verdade e o poder do Evangelho aos convidados em sua casa. Ao mostrar hospitalidade a vizinhos, amigos ou familiares, o ritmo regular do culto familiar não deve ser abandonado. Se é um padrão estabelecido em sua casa, então será natural praticá-lo, mesmo com convidados presentes. Isso deve ser conduzido com sabedoria e humildade, de modo a não se transformar em uma exibição de justiça própria ou de algo condenatório. Uma pergunta simples pode muitas vezes ser suficiente para evitar isso. “Nós normalmente tomamos alguns minutos nesse período para ler a Bíblia, cantar e orar como família. Você se importaria se fizéssemos isso juntos?”. Quando as famílias regularmente adoram a Deus em suas casas e praticam regularmente a hospitalidade, essa oportunidade se apresentará frequentemente.

Estes são cinco benefícios do culto familiar que eu tenho visto e experimentado ao longo dos anos. Que outros você acrescentaria à lista?

Fonte: O Estandarte de Cristo

Pensamos o suficiente quando lemos a Bíblia?

“Todos nós temos uma tendência a pensar que o mundo deve estar de acordo com os nossos preconceitos. A visão oposta envolve algum esforço de pensamento, e a maioria das pessoas iria morrer antes de pensar - na verdade, é o que fazem.”1 A frase é do matemático e filósofo ateu Bertrand Russell (1872-1970). É cutucão oportuno para que cristãos e não cristãos se perguntem se pensam – o suficiente, talvez – quando leem a Bíblia.

Arthur L. Schawlow, prêmio Nobel de Física de 1981, considerou que “somos afortunados em termos a Bíblia, e especialmente o Novo Testamento que nos fala sobre Deus em termos humanos muito acessíveis, embora também nos deixe algumas coisas difíceis de entender.”2 Schawlow via na Bíblia valiosa fonte de conhecimento, da qual não se usufrui sem significativo envolvimento da mente, visto que ela também nos deixa “algumas coisas difíceis de entender.”

Obviamente há os que preferem não ler a Bíblia; desses, muitos se julgam capazes, mesmo assim, de opinar sobre o cristianismo. No meio acadêmico a situação é particularmente curiosa. O Prof. John Suppe, da Universidade de Princeton, membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA, parafraseou o que lhe caiu como raio em certa ocasião na capela universitária de Princeton, ainda antes de se tornar cristão convicto: “Vocês [professores e estudantes] conhecem muito bem o seu negócio acadêmico. Mas seu conhecimento do cristianismo é de jardim da infância.”3 Pois para conhecer a proposta cristã é preciso ler e entender – ao menos até certo ponto – o relato bíblico.

Quando lemos a Bíblia, a reflexão cuidadosa – como acontece também em ciência – precisa proceder em estrita conformidade com a natureza objetiva do que está sendo lido e estudado. Assim, por exemplo, é preciso dar aos evangelhos (a parte da Bíblia que trata da história de Jesus) a oportunidade de comunicar sua mensagem; e Jesus precisa ser entendido de acordo com seu próprio discurso. Por isso não “vale” ler passagens bíblicas desconsiderando o contexto, inclusive as intenções nele expressas, ou ainda munido de preconceitos ou premissas especulativas. O evangelho de Lucas, por exemplo, precisa ser lido como um texto escrito pelo motivo exposto logo no seu início. Ali, Lucas informa a Teófilo, seu primeiro leitor, que lhe “pareceu conveniente, após acurada investigação de tudo desde o princípio, escrever de modo ordenado... para que verifiques a solidez dos ensinamentos que recebeste.” (Lucas 1.1-4) Semelhantemente, o evangelho de João precisa ser lido considerando que foi escrito “para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele” (João 20.31). Da mesma forma, é imprescindível lembrar que o Novo Testamento é portador de informação de “testemunhas oculares” (2 Pedro 1.16). E assim por diante.

Com relação ao discurso de Jesus, principal veículo da mensagem do Cristianismo, percebe-se que ele:

- É desafiador: “Eu lhes mostrarei a que se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. É como um homem que ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa” (Lucas 6.47-49).

- É relacional: “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor... O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei” (João 15.9 e 12).

- Não é endereçado aos autossuficientes: “Respondeu-lhes Jesus: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5.31-32).

- É voltado à satisfação e segurança do homem: “O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.” (João 10.10). Disso pode resultar em nós a “confiança em que Deus me será fiel em qualquer situação da vida, e em que Ele é o garantidor e o fundamento da minha vida, de forma que minha vida não mais poderá perder seu sentido.” Esse foi o testemunho do Prof. Helmut Thielicke (1908-1986), ex-reitor da Universidade de Hamburgo.

O chamado de Jesus na passagem de Lucas 5 mencionada anteriormente, e suas consequências são explicadas com maior detalhe por Paulo de Tarso:

- “... deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês.” (Romanos 12.2)

- “É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados.” (Efésios 4.23)

É por isso que a leitura da Bíblia nos leva a “ler” nossa mente de forma crítica, e a reconheceremos nela não o instrumento soberano ao qual tudo se deve submeter, mas o grande instrumento que precisa da “completa renovação” operada por Deus, o soberano. A Bíblia e a mente: precisamos de uma para ler a outra.

Notas
1. Bertrand Russell – The ABC of Relativity, 1a edição, 1925.
2. Em H. Margenau e R.A. Varghese (editores) – Cosmos, bios, theos, Open Court, Chicago, 1992. ISBN 0812691865.
3. John Suppe – “Odinary memoir,” em P. M. Anderson (editor), Professors Who Believe, InterVarsity Press, 1998.



Karl Heinz Kienitz
Tem doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, Suíça. É professor de engenharia em São José dos Campos (SP). É editor do blog Fé e Ciência.

quarta-feira, 22 de março de 2017

A Reforma ainda não acabou, assegura John MacArthur

Prestes a completar 500 anos, a Reforma Protestante ainda não acabou. É o que afirmou o renomado pastor e escritor John MacArthur durante a Conferência Nacional Ligonier, realizada em Orlando, Estados Unidos.
Durante uma palestra a pastores de várias partes do país, ele assegurou que a luta de Martinho Lutero, percursor da Reforma no século XVI, continua até o dia de hoje. Disse ainda que “a batalha pelo Evangelho continua em andamento”.
“O Evangelho sem barganhas não foi resolvido 500 anos atrás, mas estabelecido há 2000 anos. Mesmo assim, continuamos chamando a igreja professante a permanecer fiel à verdade”, disse MacArthur aos presentes.
“A Reforma não acabou. A cada curva na estrada, a cada novo falso mestre que surge para ensinar uma versão ou outra de uma ‘mensagem alternativa’, devemos abordar esse assunto”, assegurou.
MacArthur lembrou que um dos alicerces da Reforma é o “Sola Fide”, ou seja, a salvação vem somente pela fé. “Se a doutrina da ‘Sola Fide’ se sustenta, a Igreja se mantém firme, se isso cair por terra, a Igreja toda entra em colapso”, continuou.
Ele comparou isso com a decisão do Conselho Católico de Trento, que considera a doutrina reformada como “anátema”, termo grego que significa “amaldiçoada”. Fiel ao seu estilo confrontador, ele disparou: “Você acha que existe harmonia entre o catolicismo romano e a doutrina das verdadeiras igrejas evangélicas? Pode esquecer”.
Assim como em vários lugares do mundo, os norte-americanos estão fazendo conferências este ano para refletir sobre o aniversário da Reforma Protestante, que completa meio milênio dia 31 de outubro.
As colocações de McArthur chamam atenção pelo fato de o papa Francisco vir buscando uma aproximação com ramos da igreja protestante – como luteranos e anglicanos – em nome de uma doutrina comum. Com informações de Christian Post

Inveja

“Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é querer que o outro não tenha.” (Zuenir Ventura)

Diferentemente da ira ou da gula, a inveja é uma condição emocional sorrateira. Ela queima como fogo de palha, por baixo, sem fumaça.

A ira produz erupções violentas; a gula compromete nosso manequim; a preguiça faz nosso chefe reclamar; a luxúria nos afasta até da família mais liberal; mas a inveja dificilmente aparece, pois o comportamento de um invejoso não difere muito do de um crítico, de um ressentido, de um coração magoado.

Nenhuma dessas condições é, propriamente, inveja. Porém, esta pode estar “orquestrando” a todas aquelas, por trás. Ela pode até mesmo produzir elogios e dar presentes. Este foi o caso de Saul, em relação a Davi. O rei entregou ao rapaz um comando em seu exército e lhe ofereceu a mão de sua filha em casamento -- na esperança de fazê-lo “ir a óbito” (1Sm 18.5-29).

Como não sabe criar, o diabo distorce. Então, para produzir a inveja, ele corrompeu a admiração, transformando-a no segundo pecado mais daninho que o ser humano já provou. Admirar é a capacidade de se deixar impactar pelo excepcional, pelo espantoso, de uma forma generosa, abnegada e contente.

Diz-se que a inveja só perde para o orgulho em poder de destruição, em poder de potencializar o que há de pior no ser humano. A inveja é o maestro de nossos outros pecados. E corta para os dois lados: o do invejado e o do invejoso. A inveja é potencialmente homicida e suicida ao mesmo tempo. Esse potencial raramente atinge seu clímax, revelando-se apenas como sentimento mesquinho, do tipo “se não posso ir a esse churrasco, que chova”.

Esse pecado advém de uma necessidade de nos compararmos com os outros. E ao encontrarmos neles motivos de admiração, sofremos, em vez de simplesmente nos alegrarmos. E aí está a obra do diabo: o invejoso sempre se compara e sofre com o bem dos outros que, para ele, é sempre maior e melhor (um problema de autoestima). A grama do quintal do vizinho é sempre mais verde.

Assim, tudo começa com algo vindo de Deus: a capacidade de admirar e de se admirar. E nunca admiramos o trivial ou mesmo algo bom que tenhamos ou sejamos. Normalmente, só o narcisista admira algo que ele próprio tem ou é. Admira-nos aquilo que não encontramos em nós mesmos, como capacidades artísticas, dons, beleza, inteligência, posses etc. Em especial, quando alguém nos “vence” em algum ponto em que nos consideramos fortes.

É aí que o inimigo semeia a inveja, fazendo com que essa admiração se transforme de alegria em sofrimento, sem muita consciência da razão. Passo seguinte, inconscientemente desejamos “vencer” essa competição. Porém, o inimigo não nos dá força para tal. Sugere-nos, ao contrário, o expediente de Caim. Ou o de Saul; com a língua desempenhando o papel da lança. Ou, se precisarmos de ajuda, que fundemos a fraternidade dos “irmãos de José”.

Sentir inveja é pecado. Porém, tornar-se invejoso é ainda mais grave. Vemos em Provérbios 14.30 que ela nos faz adoecer: “a inveja é a podridão dos ossos”. E isso acontece quando esse pecado se instala em nossa alma. De alguma forma perversa, essa atitude “nos ajuda a viver”, criando em nosso coração mecanismos de autojustificação. E o invejoso passa a achar que “o que fizeram com ele justifica sua reação”. Afinal, todos lhe estão devendo.

Aninhada na placenta do nosso coração, ela agora se multiplica em ninhada. Surgem, por exemplo, o ódio, a ira, o homicídio e uma infinidade de pequenas transgressões (cometidas pelo invejoso covarde), com um só objetivo: humilhar ou destruir o invejado. Vêm, então, a difamação, a calúnia, o desmerecimento, a crítica destrutiva, a palavra amarga e uma indisfarçável alegria com o infortúnio do outro. Do “inimigo”.

Resultado, esse pecado nos lança num mundo de trevas. Já não nos alegramos com o que temos ou somos (a não ser que ninguém mais tenha ou seja -- mas aí já não tem graça); já não somos gratos a Deus pelo que nos deu (como pôde o Senhor abençoar aquela criatura!?); já não somos edificantes, e sim desconstrutores. Passamos boa parte da vida a nos comparar com os outros. E nossa baixa autoestima nos faz “admirar” as coisas boas que encontramos neles -- e isso nos consome! Está ficando pesado? Uma paradinha.

Dois amigos passeavam na calçada quando um deles chutou uma espécie de lata velha. Era uma lâmpada de gênio, que, tendo sido acordado, apareceu e disse: “Estive preso nessa lâmpada por muitos séculos e estou muito cansado. Portanto, vocês têm direito a apenas um pedido. Façam logo, pois não tenho tempo a perder”. Um dos amigos, animado, pediu para ficar rico, e foi logo atendido pelo gênio. O segundo amigo viu aquilo tudo e pediu: “Quero que meu amigo volte ao que ele era antes”.

Outra versão, mais dramática, diz que o gênio impôs uma condição para o pedido único: tudo o que um deles pedisse seria dado também e em dobro para o outro. Aí, o amigo invejoso se adiantou e pediu: “Quero que você me tire um olho”.

Aí está a sabedoria popular a nos ensinar que o invejoso não consegue construir. Bastaria aproveitar a chance única e ser muito feliz. Porém, a felicidade do companheiro torna-se um problema. E ele prefere destruir. Nem que precise sofrer.

Mas nem tudo está perdido. Deus colocou recursos espirituais à nossa disposição para vencermos a inveja. Eis alguns, encontrados na literatura como virtudes antagônicas a esse pecado: amor, gratidão, compaixão, misericórdia e lamento.

Examinando cada uma delas, faço minha opção pelo “amor diligente”. Aquele amor dinâmico, capaz de me transformar, pela busca do poder do Espírito de Deus. Ouça Jesus: “...Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Ouça Paulo: “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis”. Ainda Paulo: “...Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber...”

Se eu examinar meu próprio coração* e me descobrir invejoso e, por isso mesmo, agredido, humilhado e perseguido por gente que, de “tão boa”, se tornou meu algoz -- e quiser mudar --, buscarei o Senhor em meu quarto e lhe pedirei que me ajude a abençoar, a falar bem “pelas costas”, a elogiar esse “inimigo”. E pedirei mais: que Deus me dê oportunidades e meios (emocionais) de lhe “lavar os pés”. Sabemos que, na medida da resposta de Deus, a minha redenção se manifestará na forma de serviços a esse “inimigo”. Serviços que remodelarão meu coração egoísta em abnegado e generoso, capaz de, solidariamente, alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram. Serviços como aqueles com que meu Mestre serviu. E nessa atitude, “teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.4, 6 e 18).

Assim, mais uma vez, da cruz de Cristo e também da minha; da humilhação, agora voluntária, há de vir a vitória.

* O Ministério da Saúde Espiritual adverte: este texto não deve ser utilizado em diagnósticos de terceiros. Serve apenas para introspecção. Não desaparecendo os sintomas, procure seu pastor.


Rubem Amorese
Autor de Fábrica de Missionários, Louvor, Adoração e Liturgia, Meta-História, Icabode, Excelentíssimos Senhores e Igreja & Sociedade, Rubem Martins Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. Foi professor na Faculdade Teológica Batista de Brasília (FTBB) por vinte anos e presidente do Diretório Regional – DF da Sociedade Bíblica do Brasil. Foi diretor de informática no Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (PRODASEN) e integrou a Comissão de Inquérito que desvendou a violação do painel eletrônico do Senado Federal.

terça-feira, 21 de março de 2017

Cid Moreira vira youtuber e lança “Canal da Bíblia”

Famoso como apresentador de TV, Cid Moreira além de jornalista e locutor, agora inicia um novo desafio profissional e lança, aos 89 anos seu canal no Youtube.
Com o nome de “Canal da Bíblia”, o material explora sua especialidade nos últimos anos: a leitura de passagens sagradas. Âncora do “Jornal Nacional”, entre 1969 e 1996, Cid não pensa em parar de trabalhar.
“Não concebo a vida sem trabalho. Quando eu era garoto chegava até a juntar esterco para vender e não parei mais. Essa palavra aposentadoria até me irrita. Me recuso. Só Deus vai me aposentar”, afirmou ele ao UOL.
Ele diz que seu canal no YouTube será dedicado à leitura da Bíblia “numa linguagem simples e atual”. A proposta é apresentar ao público um livro por semana, junto com uma série de perguntas, a começar pelo Gênesis.
As gravações são feitas no estúdio de sua casa em Petrópolis, região serrana do Rio. O primeiro episódio foi ao ar no último dia 12 e a promessa é que ele irá publicar um vídeo novo por semana. Embora não seja usuário das redes sociais, ele reconhece que a internet mudou a maneira das pessoas obterem informações.
Evangélico, ele disse que pretende gastar seus últimos anos de vida divulgando a Palavra de Deus. A narração que fez de toda a Bíblia em CDs, em 2001, fez muito sucesso no país, agora ele leva a mesma ideia para a internet. “Tive a fase do rádio, do cinema e do teatro. Durante muito tempo eu só gravava comerciais. São fases. Todas elas eu achei brilhantes. Agora estou numa fase que não troco por nenhuma delas.”, encerra
A ideia de revitalizar o canal –  que já existia – foi do grupo editorial Gol, com apoio da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Atualizado, ele manterá os vídeos da versão antiga, com narração dos Salmos. Quando o usuário acabar a audição de cada um dos livros, será direcionado a uma página com testes preparados por teólogos e conhecedores da Bíblia.
Quem responder às questões corretamente até o final receberá um certificado oficial da SBB atestando que o texto foi lido, escutado, assistido e compreendido em sua totalidade.

Fonte: gospelprime

Por que até ateus dizem “graças a Deus”?

“Graça, a última palavra perfeita” (Philip Yancey)

A gente não pensa no que fala. Nem sei se fala o que pensa. Aliás, admito que o que menos temos feito é pensar. O fato é que temos muitas expressões idiomáticas interessantes, verdadeiros hábitos linguísticos – presto atenção ao fenômeno quase o tempo todo por causa do irrevogável gosto que alimento pelas palavras; deve ter sido a paixão pela leitura e a formação em Letras.

Uma dessas expressões é “graças a Deus”. Usamos o tempo todo. Até mesmo ateus distraídos o fazem, ou mesmo os conscientes (sim, ateus tem um tipo de fé). Acreditam tratar-se de um mero hábito de linguagem, algo como “que bom”, “ainda bem”, algo do tipo. Mas não é.

Dias desses, o filósofo Luis Felipe Pondé, professor da PUC de São Paulo e colunista da Folha de São Paulo, notou em um instigante artigo, com a sua peculiar (às vezes polêmica, cáustica mesmo) astúcia, que dizer “graças a Deus” é o “reconhecimento intuitivo do fato de que estamos nas mãos da contingência incontrolável e que, por isso mesmo, devemos ‘agradecer’ a ela tudo de bom que (por sorte) nos acontece”, e que isso “está em profunda consonância com a sabedoria israelita antiga e com Eliade e Lutero”. O filósofo acrescenta: “Graças a Deus” é uma profunda forma de reconhecimento da frágil beleza da vida, e uma confissão de humildade que é, sempre, uma forma dessa mesma beleza.

Não concordo com muita coisa que Pondé escreve. Mas ressalto e admiro sua honestidade intelectual, a coragem cortante do seu pensamento, a beleza da sua linguagem e seu estilo rolo-compressor de filosofar, algo que herdou de Nietzsche, nota-se. Recentemente ele se definiu como um ex-ateu. Elogia Jesus de Nazaré, a ética cristã e a enorme herança civilizatória que a tradição judaico-cristã legou a esse nosso ocidente tão ultra individualista e secularizado. Por isso ele me surpreende ao reconhecer que dizer “graças a Deus” é mais que uma muleta idiomática. Vem de muitos lugares profundos da espiritualidade dos hebreus, do nosso débito com o Eclesiastes, por exemplo.

A graça é a soberana e livre providência divina em ação. É o Senhor permitir que coisas boas aconteçam a pessoas ruins, esse sim, é um problema filosófico para quem não crê. Coisas ruins acontecem a pessoas boas, como nos lembra o clássico do rabino Harold S. Kushner, no seu famoso livro escrito quando o mesmo era um jovem rabino e perde de modo trágico seu filho de três anos.

Afinal, o que quer dizer “graças a Deus”?

“Graças a Deus” quer dizer que o acaso não dá conta, não explica nem o mal nem o bem. “Graças a Deus” anuncia que há um sentido no mundo e um mundo de sentido que, apesar de não alcançarmos, está lá, forte e real. Como um mosquito numa barraca de camping: o fato de não o vermos não quer dizer que não exista. “Graças a Deus” então, pode ser assumida como uma expressão de culto, hino, liturgia, devoção, palavra-de-adoração como “aleluia”, “amém”, “Hosana” e “Maranata”. Graças a Deus pela Graça. Graças a Deus pela Fé, pela Redenção, pela Cruz, pela Igreja de Cristo.

Yancey no seu clássico moderno “Maravilhosa Graça” me enleva e resume: “Damos ‘graças’ antes das refeições, somos gratos pela bondade de alguém, sentimo-nos gratificados com boas noticias, congratulados quando temos sucesso, graciosos hospedando amigos, quando uma pessoa nos serve bem, deixamos uma gratificação”. E vai por aí. Fomos e somos agraciados pela Providência o tempo todo, minha gente! O mundo não é tão sem graça como insistem os que não creem. Graças a Deus. Só uma persona non grata não o reconhece.

E dirás naquele dia: Graças te dou, ó SENHOR, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas. (Isaías 12:1)


Gerson Borges
Carioca do subúrbio e paulista do ABCD. É educador, escritor, músico/poeta e pastor na Comunidade de Jesus em São Bernardo (SP). Casado com Rosana Márcia, pai de dois meninos e torcedor do Flamengo e do São Paulo.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Você não pode ouvir Deus falar com a Bíblia fechada, diz atriz Sadie Robertson, de Deus Não Está Morto 2

O cinema cristão vem se consolidando como uma importante ferramenta de difusão de testemunhos e mensagens de encorajamento e transformação de vidas, e a atriz Sadie Robertson (Deus Não Está Morto 2), 19 anos, fez uma publicação incentivando as pessoas a lerem a Bíblia Sagrada para que estejam aptas a ouvir a voz de Deus.
A jovem atriz participou do filme Deus Não Está Morto 2 e também do longa-metragem chamado I’m Not Ashamed (“Eu Não Me Envergonho”, em tradução livre), que narra o testemunho de uma aluna cristã que morreu em um atentado terrorista a uma escola em Columbine, em 1999.
Em uma publicação no Instagram, a atriz afirmou que em um período de sua vida, ela omitia um problema durante suas orações, como se pudesse ocultá-lo de Deus: “Eu fazia isso porque eu estava com medo”, escreveu.
Sem entrar em detalhes, Sadie Robertson afirmou que se portou dessa forma porque acreditou que era a solução mais simples: “Eu pensei que talvez eu estivesse fazendo um bem a mim e a Deus em simplesmente não mencionar isso. E essa atitude só criou uma divisão entre eu e meu Criador”, afirmou.
“Havia algo entre nós, impedindo nosso relacionamento, porque eu não confrontava meu problema”, disse, acrescentando que esse problema se tornou um pesado fardo, que a obrigou a contar mentiras para si mesma.
A certa altura, ela disse ter ouvido um chamado de Deus, para que mudasse de postura: “A vida me deu um tapa na cara e antes que eu pudesse bater de volta, eu me encontrei gentilmente abrindo as páginas da Bíblia e vendo toda a verdade que eu precisava saber há tanto tempo”, relembrou.
Dessa experiência, ela tirou uma importante lição: “Você não pode dizer que Deus está em silêncio se sua Bíblia está fechada […] Vocês podem ter medo de Deus, porque vocês o vêem como ‘juiz’. Eu quero oferecer-lhe outros nomes para Ele. O caminho, a Verdade, a Vida, a rocha, amor, paz, o Criador, soberano, Ele é a força quando somos fracos, Ele é o começo e o fim”, explicou.
A postagem, que poderia soar como um desabafo, era na verdade, uma ação evangelística: “Ele sempre me mostrou a redenção, então, hoje, se você fez um nome para quem Deus é, mas nunca abriu a Bíblia para ver ou pediu para receber, quero desafiá-lo a fazer isso. Paz”, concluiu.
Deus Não Está Morto 3
O novo filme da saga que mostra o combate ao ateísmo militante através da defesa da liberdade religiosa deverá chegar aos cinemas norte-americanos no dia 30 de março, como uma espécie de “esquenta” para a Páscoa deste ano, segundo informações do Patheos.
Já o filme I’m Not Ashamed, que ainda não recebeu título oficial em português, deverá estrear no Brasil ainda no primeiro semestre de 2017.

Fonte: gospel+

Conselhos de Salomão

Salomão é o mais extravagante de todos os personagens das Escrituras Sagradas. Pode ser chamado, sem erro, de polivalente, superdotado e exagerado. Viveu mil anos antes de Cristo. Era filho de Davi e “da que fora mulher de Urias” (Mt 1.6). Foi educado pelo profeta Natã (2 Sm 12.24-25). Assentou-se no trono de Israel por decisão do próprio pai (1 Rs 1.28-31). Foi uma expressão da misericórdia divina, uma vez que descendeu exatamente da mulher com a qual Davi adulterou. Seu nome está na árvore genealógica de Jesus Cristo, pois “onde aumentou o pecado, a graça de Deus aumentou muito mais ainda” (Rm 5.20, BLH). Salomão foi um fenômeno quanto à capacidade e à diversidade de trabalho.
Salomão escreveu mil e cinco cânticos e três mil provérbios. Dos três mil provérbios, muito menos da metade está na Bíblia, sob o título Provérbios de Salomão. Se cada versículo de Provérbios fosse um provérbio, teríamos então 915 provérbios, somente um terço de toda a sua produção. Acompanhe alguns de seus conselhos:

1. Evite o mal e caminhe sempre em frente; não se desvie nem um só passo do caminho certo.
2. A riqueza que é fácil de ganhar é fácil de perder; quanto mais difícil for para ganhar mais você terá.
3. Afaste-se das pessoas sem juízo porque gente assim não têm nada para ensinar.
4. Peça a Deus que abençoe os seus planos, e eles darão certo.
5. Corrija os seus filhos enquanto eles têm idade para aprender; mas não os mate de pancadas.
6. Ouça os conselhos e esteja pronto para aprender; assim um dia você será sábio.
7. Procure bons conselhos e você terá sucesso; não entre na batalha sem antes fazer planos.
8. Não seja vingativo; confie no Deus Eterno, e Ele fará a justiça a você.
9. Pense bem antes de prometer alguma coisa a Deus, pois você poderá se arrepender depois.
10. Se você não quer se meter em dificuldades, tome cuidado com o que diz.
11. Não se mate de trabalhar, tentando ficar rico, nem pense demais nisso, pois o seu dinheiro pode sumir de repente, como se tivesse criado asas e voado para longe como uma águia.
12. Não fique contente quando o seu inimigo cair na desgraça. O Deus Eterno vai saber que você ficou contente com isso e não vai gostar. E Ele poderá parar de castigar esse inimigo.
13. Não se revolte por causa dos maus nem tenha inveja deles. Os pecadores não têm futuro; eles são como uma luz que está se apagando.
14. Ninguém se elogie a si mesmo; se houver elogios, que venham dos outros.
15. Jovem, aproveite a sua mocidade e seja feliz enquanto é moço. Faça tudo o que quiser e siga os desejos do seu coração. Mas lembre-se de uma coisa: Deus o julgará por tudo o que você fizer.
(Textos retirados dos Provérbios de Salomão e Eclesiastes, na versão A Bíblia na Linguagem de Hoje: Pv 4.27; 13.11; 14.7; 16.3; 19.18; 19.20; 20.18; 20.22; 20.25; 21.23; 23.4; 24.17; 24.19; 27.2 e Ec 11.9.)

 

domingo, 19 de março de 2017

Casamento – beleza e transcendência

Sob o ponto de vista cristão e bíblico, o casamento é uma instituição natural, inaugurada por Deus logo após a criação do homem e da mulher, que une duas pessoas de sexos diferentes, para viverem em companhia agradável, até que a morte ou a infidelidade contumaz e irreversível de um ou de ambos os cônjuges os separe, com a finalidade saudável de perpetuar a espécie e passar para os filhos as ideias de um Deus não criado, Todo-poderoso, criador e sustentador de todas as coisas visíveis e invisíveis, Senhor e amigo do homem.
Assim posto, o casamento é de origem divina, heterossexual, monogâmico, estável e, salvo casos raríssimos (os que detêm da parte de Deus o dom do celibato espontâneo), indispensável para a realização interior do homem e da mulher.

Qualquer comportamento diferente indica a intromissão do pecado original provocado pela queda do homem e do pecado atual e pessoal.
A prova disso é que, já em Gênesis, encontram-se várias aberrações progressivas, à luz da organização inicial do matrimônio: o início da poligamia (4.19), o início da libertinagem (6.2), o início da sodomia (19.5), o início da relação sexual entre pai e filhas (19.30-38), o início do estupro (34.2), o início da relação sexual entre enteado e madrasta (35.22), o início da prostituição (38.12-19) e o início do desrespeito aos compromissos conjugais (39.7-20). Só não se menciona algum caso de bestialidade (prática sexual com animais), que, talvez, já tivesse acontecido, já que um dos mandamentos de Deus proíbe que alguém se deite com animais (Lv 18.23). Jesus Cristo engloba todas essas “novidades” na área do sexo como “relações sexuais ilícitas” (Mt 5.32), expressão que aparecerá outra vez por ocasião do concílio de Jerusalém (At 15.20, 29).
Salvo essas “relações sexuais ilícitas”, o que fica é o sexo lícito — a relação inteira de um homem com sua esposa ou de uma mulher com o seu esposo, em todas as áreas, inclusive na troca de experiências sexuais, sempre que desejadas, não importando se delas virá ou não uma gravidez.
É preciso perder a noção multissecular aberta ou oculta no mais fundo da consciência humana de que a relação lícita é algo menos santo, ou apenas permitido ou tolerado por Deus. O desejo de acariciar, apalpar, despir e manter um intercurso sexual com o cônjuge é natural, faz parte da criação de Deus e antecede a queda da raça humana (Gn 2.24). É natural para ambos os sexos, não apenas para o homem. O que faz a grande diferença entre relações sexuais ilícitas e relações sexuais lícitas, sem as inovações antinaturais, é o matrimônio.

Fonte: Revista Ultimato

sábado, 18 de março de 2017

O povo de Deus precisa de pregação e de ensino

Ao longo dos anos, não deixei em secreto a minha admiração por homens como Martinho Lutero e João Calvino, que foram tão influentes na recuperação do evangelho durante a Reforma Protestante do século XVI. Eu fico maravilhado com seus intelectos imponentes e capacidade de permanecerem firmes em meio a muitos perigos. O amor deles pela verdade bíblica é um exemplo a ser seguido, e à medida que me aproximo de vinte anos de pregação semanal em Saint Andrew’s Chapel, sou particularmente grato pelo seu modelo pastoral. Os dois homens foram “célebres” em seus dias, mas nenhum deles passou seus anos viajando pela Europa, a fim de consolidar um movimento de seguidores. Em vez disso, ambos se dedicaram à sua vocação primária de pregar e ensinar a Palavra de Deus. Ambos eram pregadores incansáveis ​​— Lutero em Wittenberg, na Alemanha, e Calvino em Genebra, na Suíça. Eles consideraram seriamente o ministério da Palavra de Deus, então, quando eles falam sobre a tarefa do pregador, eu presto muita atenção.
Há mais de uma década, fui convidado a dar uma palestra sobre a visão de Martinho Lutero sobre a pregação e descobri que a preparação para esse exercício era inestimável para meu próprio trabalho como pregador. Descobri também que aquilo que Lutero tinha a dizer sobre a pregação não era apenas para o pastor, mas também para toda a igreja, e é surpreendente quão atuais as suas palavras permanecem em nossos dias.
Uma das ênfases que encontramos repetidamente nos escritos de Lutero é que um pregador deve ser “apto a ensinar”. Em muitos aspectos, essa não é uma grande descoberta, pois ele está apenas reafirmando as qualificações que são estabelecidas no Novo Testamento para os anciãos da igreja (1 Timóteo 3.2). Contudo, considerando o que esperamos dos nossos pregadores hoje, as palavras de Lutero — ecoando a revelação bíblica — precisam ser ouvidas novamente. O conceito de que a tarefa primária do ministro é ensinar está quase perdida na igreja hoje. Quando chamamos ministros para as nossas igrejas, muitas vezes buscamos que esses homens sejam administradores experientes, arrecadadores qualificados de recursos e bons organizadores. Certamente, queremos que eles conheçam algo sobre teologia e Bíblia, mas não tornamos uma prioridade que essas pessoas sejam capacitadas para ensinar as coisas de Deus à congregação. As tarefas administrativas são tidas como mais importantes.
Esse não é o modelo que o próprio Jesus recomendou. Você se lembra do encontro que Jesus teve com Pedro após a sua ressurreição. Pedro negou Jesus publicamente por três vezes, e Jesus restaurou o apóstolo, dizendo-lhe por três vezes: “apascenta as minhas ovelhas” (João 21.15-19). Por extensão, esse chamado é dado aos presbíteros e ministros da igreja porque o povo de Deus que está reunido nas congregações de igrejas em todo o mundo pertence a Jesus. Esse povo são as suas ovelhas. E todo ministro que é ordenado é consagrado e confiado por Deus para o cuidado dessas ovelhas. Nós chamamos isso de “pastorado”, porque os ministros são chamados a cuidar das ovelhas de Cristo. Os pastores são os sub-pastores de Cristo, e que pastor negligenciaria as suas ovelhas de tal modo que nunca tivesse tempo ou preocupação de alimentá-las? A alimentação das ovelhas do Senhor ocorre principalmente através do ensino.
Normalmente, nós fazemos distinção entre pregação e ensino. Pregação envolve coisas como exortação, exposição, admoestação, encorajamento e conforto, enquanto o ensino é a transferência de informação e instrução em várias áreas de conteúdo. Contudo, na prática há muita sobreposição entre os dois. A pregação deve comunicar conteúdo e inclui ensino, e o ensino das coisas de Deus às pessoas não pode ser feito de uma forma neutra, mas deve exortá-las a ouvirem e obedecerem a Palavra de Cristo. O povo de Deus precisa de pregação e de ensino, e eles precisam de mais do que vinte minutos de instrução e exortação por semana. Um bom pastor nunca alimentaria as ovelhas apenas uma vez por semana, e por isso Lutero ensinava o povo de Wittenberg quase diariamente, e Calvino fazia o mesmo em Genebra. Eu não estou necessariamente convocando a essas mesmas práticas em nossos dias, mas estou convencido de que a igreja precisa resgatar algo do ministério de ensino regular que era evidente no trabalho dos nossos antepassados ​​na fé. De acordo com as suas capacidades, as igrejas devem criar muitas oportunidades para ouvirem a Palavra de Deus pregada e ensinada. Culto na noite de domingo, cultos e estudos bíblicos durante a semana, Escola Dominical, estudos bíblicos em casa, dentre outros, dão aos leigos a chance de se alimentarem da Palavra de Deus várias vezes por semana. Conforme a sua capacidade, os membros devem aproveitar o que é disponibilizado para eles como meio de instrução nas verdades profundas da Escritura.
Digo isso não para encorajar a criação de programas por causa de programas, e eu não quero colocar um fardo impraticável nos membros ou na liderança da igreja. Mas a história nos mostra que os maiores períodos de avivamento e reforma que a igreja já viu ocorrem junto com a pregação frequente, consistente e clara da Palavra de Deus. Se quisermos ver o Espírito Santo trazendo renovação para nossas igrejas e nossos países, será necessário haver pregadores que estejam comprometidos com a exposição da Escritura, e membros que busquem pastores que os alimentem com a Palavra de Deus e tirem o máximo de proveito das oportunidades que estejam disponíveis para instrução bíblica.

Por: R. C. Sproul .

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