Num mundo que não estivesse tomado de assalto pelo politicamente
correto, ser tolerante com outras religiões seria o equivalente a
considerar que qualquer pessoa possui o direito de exercer sua prática
religiosa sem sofrer perseguições e coações.
Este mundo, entretanto, só existe agora nas rememorações nostálgicas.
O
mundo de agora, novo e ultraconectado, conta com informações em
demasia, num contexto em que o marxismo cultural superabundou. As
universidades e redações jornalísticas foram dominadas.
O resultado disso, por óbvio, é o dimensionamento do fluxo de informação com viés progressista.
Ou seja, vitimismo, inversão de valores e a praga do politicamente correto.
Não
por acaso, o grande vilão a ser enfrentado é o cristianismo. Sua
perenidade os incomoda, pois querem valores supérfluos e relativos. Sua
contundência inabalável suscita furores que até lhes incandescem os
olhos.
A salubridade ética do verdadeiro cristianismo os põe em
polvorosa, na medida em que, treinados a destruírem tradições e padrões,
não conseguem transpassar o Supremo escudo que, a despeito de qualquer
oposição, prevalece.
Este enfrentamento gera distorções morais e
analíticas que saltam aos olhos. Um exemplo claro é a questão da citada
intolerância religiosa, que, como já disse em artigo anterior, é sempre
uma maneira empolada de criticar o cristianismo.
O contorcionismo
retórico é desavergonhado: Se um muçulmano explodir dezenas de cristãos
num atentado contra os “infiéis”, gritando Allahu Akbar, a mídia usará o
fato para atacar a intolerância religiosa dos cristãos(!!!), por usarem este “fato isolado” para espalhar a mentira de que o islamismo é violento!
São
dias tão tumultuados que já não basta mais aceitar a existência livre e
desimpedida de uma religião diferente. Os totalitários só o
considerarão tolerante se você professar que qualquer outra religião é tão correta quanto à sua!
Parece
insano, e é. Coisa de gente que foi pouco (ou muito) psicanalisada e se
ausentou da esfera racional, ademais, é assim que as coisas estão
funcionando nos círculos intelectuais. Há uma completa ausência de
sentido lógico nas exigências da nova polícia do pensamento.
O contrassenso é cabal. Por que eu seguiria determinada religião, se outra, ou todas elas, fossem igualmente corretas?
Mas não precisa fazer sentido. O politicamente correto raramente faz.
Tolerância,
para esta gente, virou sinônimo de concordância. Não basta dizer que
você não persegue ou objeta a existência de religiões de matriz
africana: eles querem que você diga que elas são tão certas quanto a sua.
Experimente falar o oposto:
Intolerante! Fascista! Nazista!
E farão montagens com sua fotografia, lhe adornando com o bigodinho de Hitler.
Portanto, se quiser fazer sucesso com o pessoalzinho cool, se dobre a esta agenda. Se disser que somente o cristianismo está correto, se tornará um proscrito.
Se disser que Jesus é o único caminho, você está fora.
Será um fundamentalista. Um intolerante religioso.
Renan Alves da Cruz é historiador, professor de Escola Bíblica Dominical
e colunista de política e cultura do portal Voltemos à Direita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS