Nunca é tarde para se ter uma vida transformada. Silvia Regina
Ferreira (59) precisou de quase 40 anos para ter um encontro com Cristo e
uma nova vida. Seu testemunho foi divulgado pela Convenção Batista de São Paulo. Ela ficou presa por 25 anos e foi drogadita por mais 14.
“Fui
treinada pra ser bandida”, disse lembrando que saiu de casa aos 10 anos
e de como viveu nas ruas até os 18. “O marido de minha mãe bebia muito,
e batia nela. Daí eu sai de casa, fiquei nas ruas e me envolvi com a
criminalidade”.
Em 1975, aos 18, Silvia foi presa. A alegria de
criar a filha de 9 meses fica para trás. Ela jamais soube o que é ser
mãe. “Minha filha ficou com minha mãe, que estava grávida esperando meu
irmão. Ela registrou minha filha no nome dela. Quando sai… Ela não me
aceitou, como não aceita até hoje”, relatou.
As drogas também fizeram parte da vida de Silvia. “Fui fazer droga.
Fazer “pedra”. Depois de alguns meses estava viciada. Mesmo sem usar. Só
com o cheiro daquilo. Quando descobri que estava viciada fiquei com
raiva de tudo e de todos, até de Deus”.
O
fundo do poço foi a cracolândia. “Fui para as ruas. Fiquei aqui, na
Cracolândia. Levava droga de um lugar pra outro pra ter dinheiro e
pedras. O crack rouba tudo seu. Ele rouba sua alma”.
A mudança
começou a ser plantada com uma criança. “Um dia apareceu uma criança que
me pediu ajuda. Pensei no meu neto que poderia ser daquele mesmo
tamanho. Fui me recobrando. Mas não conseguia sair da dependência. Já
tinham se passado dez anos que eu estava na rua. Eu vou morrer… Mas eu
tinha problema com os “amarelinhos” (cor da camisa na Cristolândia). A
polícia eu até enfrentava. Mas eles, quando via de longe, fugia. Um dia,
a Fernanda (Mazzini), me deu um abraço e disse no meu ouvido que Jesus
me amava. Isso mexeu comigo. Ela mexeu com meu coração”.
Silvia
estava exausta da vida nas drogas. “Eu me sentia muito cansada. Já
estava com 40kg, mas a droga nos amortece. Eu lembro que ainda fiz um
trato com Deus e disse que se eu saísse das drogas eu ia servi-Lo de
verdade. Eu ia arrumar um jeito”. Sendo apoiada pelo Ministério
Cristolândia ela percebeu que nem todo mundo era ruim. “Eu quero me
batizar e pedi pra Deus que queria ver meu irmão. Daí, me falaram que eu
ia ganhar um “presentaço”. Era meu irmão, Davi. Ele tinha ligado”.
Ao
saber do contato de seu irmão, Silvia ficou muito emocionada. “Chorei
muito. Fiquei muito contente. E ele havia feito a mesma coisa que eu
fiz. Disse que se me encontrasse iria descer às águas. A gente tava indo
para Aracaju. Chorei muito. Fiquei muito contente. Daí, confirmei meu
voto com Deus. Eu me batizei lá. Ele me falou: “Graças a Deus eu te
achei. Por isso eu sou crente”.
Com nova vida, novos sonhos
Hoje, resgatada por Jesus e perto dos 60, Silvia deseja servir ao Senhor como teóloga batista.
Precisou
superar primeiro a falta de instrução, vencida há três anos. “Quando a
gente quer, eles sonham com a gente”, afirmou sobre o apoio da Missão
Cristolândia.
Paulista nascida em abril de 1957, ela gosta de
hebraico, língua que estuda no Centro Integrado de Educação e Missões
(Ciem), no Rio de Janeiro. Membro da PIB de São Paulo, ela estagia na
PIB do Andaraí (RJ).
Seu encontro com a teologia ocorreu em um
seminário em Campinas. “Ouvi sobre a conversão de Paulo e não entendi.
Porque aquele homem tão ruim de repente vira um apóstolo. Como? Por quê?
Comecei a perguntar. O pastor tentou me explicar e disse: Por que você
não tenta fazer teologia?. Não dei muita bola. Mas um dia a Geane
(Campos) estava pregando e me lembrei do meu voto de servir a Deus e
falei a ela: Geane, eu quero ser teóloga”.
Fonte: gospelprime
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