NOSSA MISSÃO: “Anunciar o Evangelho do Senhor Jesus à todos, transformando-os em soldados de Cristo, através de Sua Palavra.”

Versículo do Dia

Versículo do Dia Por Gospel+ - Biblia Online

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Nosso ego sempre vai ter público nas redes sociais

Depois de ler um “textão” nas redes sociais, tenho a terrível mania de dar uma olhada nos comentários. É uma mistura de pesquisa social, auto-tortura e um lembrete forçado da total deturpação do ser humano. Esses comentários contêm muito lixo, bestialidade, ódio; mas também, de forma mais rara, algumas pérolas, bom senso e até voz profética.
Há alguns dias estava lendo um desses textões nonsense, no qual o autor claramente se achava o messias do mundo, destilando veneno e ódio para todo os lados. Como sempre, fui me torturar nos comentários. Percebi que lá encontrava o mesmo que nos meus “textões”: alguns aplausos, o “muito obrigado por esse texto”, o cara que xinga a mãe, a menina do “Não jugueis”, o cara que comenta sem nem ter lido e até a hashtag de algum possível candidato em 2018.
Na hora eu buguei. Travei. Não entendia como um texto tão diferente dos meus podia gerar comentários tão parecidos. Fui olhar outros textões na rede… Vi o de um jornalista a favor da Lava Jato e um contra, os de uns 3 candidatos a presidente em 2018, os de pastores reformados e pentecostais, o de uma adolescente Youtuber e também da trinca de filósofos pops do Brasil. Foi quando percebi que todos aqueles comentários que eu sempre vejo nos meus textos estavam lá também. Não importava o conteúdo do textão, nem a ética ou a moral deles. Não importava se havia erros de português ou palavras em latim. Todos têm seu público garantido com os comentários “padrão” citados acima.
O famoso algoritmo das redes sociais garante a cada textão – escrito por um gênio ou uma pessoa normal – o público para curtir e comentar. Cada ego será alimentado nas redes sociais e, assim, se perpetuarão as plataformas cibernéticas que fizerem esse algoritmo de forma mais precisa e alienada nos nichos.
Não estou dizendo que temos que sair das redes sociais, que não devemos ler mais os tais “textões” ou nos transformar em detetives dos egos. É impossível saber se esse texto que você está lendo agora pode ser puro fruto do meu ego e, ao mesmo tempo, útil a algum leitor. Meu alerta é apenas para estarmos atentos à armadilha de só ler os textões que nos agradam, sempre das mesmas pessoas e fontes. Acredito que tem muita mensagem útil para ser lida na internet. Que sejamos sagazes o suficiente para não nos tornarmos apenas fruto de um algoritmo que nos aliena.. E só “migrarmos” de massa de manobra da TV para as plataformas digitais.

 



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Querer sempre ter mais

Querer sempre mais – hábito entranhado no modo contemporâneo de viver no estilo "black friday". Autorizados pela cultura do consumismo e do individualismo a valorizar nosso querer, facilmente caímos na armadilha da insatisfação constante, restringindo nossos pensamentos a querer o que não temos. "O que falta cega pro que já se tem"*.

Querer ter mais se confunde com ser mais importante, e nos faz incapazes de identificar os motivos de sermos gratos. Imaginamos algo que não temos, ou não somos, como possibilidade futura, perdendo os pés do presente. Não aceitamos o presente tempo, não valorizamos o presente recebido. Amargor e rancor vão sendo semeados em nosso ser. Sermos gratos, porém, areja, ilumina, nos torna graciosos. É ter graça sem ser tolo ou ingênuo, mas sim dotado de sabedoria, dando foco e brilho ao que se vive e se recebe, acolhendo a graça com humildade, sem se dar mais importância do que ao outro. Gratidão anda de mãos dadas com a alegria; sem negar a falta ou a dificuldade, aceitar o que se tem faz a vida leve. Ser grato, contudo, não é estar cego, mas aprender a ver, isto é, a reconhecer o que há de valioso, os presentes presentes. É poder ver o céu espelhado no mar escuro quando este nos dá medo... coisa de quando a alma não é pequena...** O olho que vê poesia pode ver.

Olhar para a própria história e enxergar motivos de gratidão não é tarefa fácil - mágoas e feridas põem-se à frente. Impossível passar a borracha como numa "pseudoamnesia", porém podemos encontrar motivos pelos quais encontramos sentido no viver, o que nos fazem prosseguir. Do contrário, estagnamos. Com gratidão, cultivamos alegria, esperança, movimento... a vida tem graça.

Notas:
*da música “Seja Você”, de Herbert Vianna.
**do poema “Mar Português” de Fernando Pessoa.

• Rute Heckert Viriato é psicóloga e psicoterapeuta, com experiência na área de reabilitação para pessoas com deficiência. Estuda temas como: espiritualidade, luto e morte, dor, deficiências, envelhecimento, relacionamentos e escolha profissional. É editora do blog Contemplação do Ser.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O segredo para vencer as doenças da sociedade contemporânea

Se bem enraizada, a passar do tempo, a semente se transformará em uma árvore que dá frutos. Alimentar-se da Palavra, estar na presença de Deus e escutar a sua voz, representam o enraizamento na caminhada cristã. No devocionário Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos, o autor apresenta sete características específicas e necessárias para o cuidado das raízes: seriedade no relacionamento com Deus, piedade autêntica, compromisso permanente, renúncia, ausência de hipocrisia, apego a Jesus Cristo e confiança absoluta em Deus!

Mas sabemos que o cenário contemporâneo é desafiador. Zygmunt Bauman (1925 - 2017) – um dos sociólogos mais respeitado da atualidade, autor de mais de vinte títulos traduzidos no Brasil – inaugurou o termo “modernidade líquida”. Em sua frase mais conhecida, ele afirma que “vivemos em tempos líquidos, nada é para durar”. É uma época de liquidez, de fluidez, de volatilidade, incerteza e insegurança. Ou seja, são muitos os desafios que o verdadeiro cristão enfrenta para enraizar-se espiritualmente. São tempos que sugerem o desenraizamento.

>>> O que esperar de 2018? <<<
Bauman e outros autores diagnosticaram algumas das “doenças” que estão matando a nossa humanidade, na sociedade contemporânea:

- A sociedade do espetáculo, que considera a performance e não o caráter das pessoas. Alguns autores a consideram “um pesadelo da sociedade aprisionada”;

- A mentira, que faz com que as pessoas se retirem da relação, se recusem a compreender e a serem compreendidos;

- O individualismo, uma forma de poder egocêntrico que luta por realizar os próprios desejos e sonhos sem importar com os demais;

- As relações líquidas, baseadas na competividade, na desconfiança e no descarte, causando um alto custo psicológico e gerando diversos transtornos emocionais;

- A falta de tempo, que não permite investigar a motivação por trás de cada tarefa cotidiana. Desperdiçamos muito de nosso tempo em atividades que podem ser valorizadas socialmente, mas que intimamente significam muito pouco para nós;

- O hiperconsumismo, através do qual buscamos sempre coisas novas que, no final das contas, não nos trazem satisfação. Cada vez temos mais coisas, o que não significa que estamos mais felizes;

- A ironia, que mina a capacidade do indivíduo vivenciar e expressar socialmente sentimentos verdadeiros e significativos. Se antes a ironia era um instrumento fortalecedor do espírito, agora tornou-se uma força debilitante do próprio espírito humano.

Como podemos lutar para nos enraizarmos biblicamente em uma sociedade que nos leva ao desenraizamento? O que nos motiva a cuidar das raízes? Qual é a atitude básica necessária para alcançarmos o alvo? O que precisamos aceitar? Como entender e raciocinar sobre nosso tempo, conservando a esperança? Como nos mover diante destes desafios e como manter esta prática cotidianamente?

Alguns extratos do capítulo 8 de Romanos respondem estas perguntas:

“O Espírito da vida em Cristo, como um vento forte, limpou totalmente o ar, libertando-nos da tirania brutal do pecado e da morte” (v. 2). Em vez de redobrar nossos esforços, simplesmente aceitemos o que o Espírito está fazendo em nós. Confiando em Deus, nos certificamos que o Espírito está em nós, vivendo e respirando o próprio Deus. Quem foca em Deus é levado para um caminho aberto, a uma vida livre. Mesmo que ainda experimentemos as limitações do pecado, experimentamos a vida de acordo com Deus. Deus fará em nós o mesmo que fez em Jesus!

Com seu Espírito vivendo em nós, nosso corpo será tão cheio de vida quanto o de Cristo! Não temos mais de fazer tudo por nós mesmos. A única iniciativa é engajar na vida com Cristo! O Espírito nos chama, há muito o que fazer, muitos lugares para conhecer. Há uma constante expectativa. “E agora, Pai, o que vamos fazer?” Iremos passar pelo que Cristo passou. Se enfrentamos momentos difíceis com ele, então é certo que com ele passaremos momentos inesquecíveis!

O autor do devocionário conclui a reflexão sobre o enraizamento bíblico com as seguintes palavras: “é o rio, as águas, e não a árvore... o segredo da beleza, da constância dos frutos, é ter raízes próximas ao rio”. Ou seja, o segredo é cultivar a nossa verdadeira identidade, uma vida de apego que se enraíza no amor a Deus!

 Por Lênia Almeida

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Santificando a Família

Um domingo desses foi bem diferente.

Ao invés de minha família estar ouvindo a palavra enquanto eu pregava (por ser pastor), eu me assentei com meus filhos e fomos edificados através da pregação de minha esposa em uma igreja onde ela foi convidada a ministrar a palavra em Porto Velho.

Durante a pregação ela contou um testemunho e disse, mais ou menos assim: "Fui alcançada dentro de casa. O Douglass orou por mim durante um ano, mas sempre ia muito além das orações. Ele praticava a palavra dentro de casa e na minha vida, dando bom testemunho de Cristo. Eu ia à igreja, mas não era tocada lá. Em casa fui visitada por Jesus e estou firme até hoje em Sua presença. Portanto pare de achar que o Encontro, a igreja, o pastor, ou qualquer outra coisa/pessoa seja a saída para seu familiar. A saída é você que já está em Cristo, mas isto só ocorrerá quando você viver a palavra dentro de casa. Daí Jesus vai se manifestar lá".

Grato a Deus fiquei a meditar na extrema importância de se praticar a palavra de Cristo dentro de casa (nosso laboratório de prática do Evangelho) como maior instrumento de evangelismo que possa existir, e o quão poderosos são seus resultados.

Não que pessoas não sejam alcançadas nas pregações em igrejas, células, Encontros ou atividades afins. Não, não estou anulando o poder de um sermão.

O que estou é dando ênfase a um tipo de sermão muito mais poderoso que este: A PRÁTICA.

Já diz um jargão popular: "As palavras convencem, mas o exemplo ARRASTA".

E é verdade!

O apóstolo Paulo vai corroborar com esta ideia afirmando que o cônjuge cristão vai santificar seu parceiro. Aleluia.

O apóstolo Pedro também afirma a mesma coisa. Vamos ver?

"Da mesma maneira, esposas, cada uma de vós, seja submissa a vosso próprio marido, com o propósito de que, SE ALGUNS DELES AINDA SÃO CONTRA A PALAVRA, SEJAM CONVERTIDOS SEM ADMOESTAÇÕES, MAS PELO PROCEDIMENTO DE SUA ESPOSA, TESTEMUNHANDO A VOSSA MANEIRA DE SER HONESTA E RESPEITOSA. Portanto, o que vos torna belas e admiráveis não devem ser os enfeites exteriores, como as tranças do cabelo, as finas jóias de ouro ou o luxo dos vestidos. Pelo contrário, esteja em vosso ser interior, que não se desvanece, toda a beleza que se revela mediante um espírito amável e cordato, o que é de grande valor na presença de Deus. Porquanto, na antiguidade, era desse modo, que as santas mulheres que esperavam em Deus costumavam adornar-se. Elas eram dóceis cada qual para com seu próprio marido, como Sara, que obedecia a Abraão e o chamava senhor. Dela sois filhas, se praticardes o bem sem qualquer espécie de receio." I Pedro 3.1-6

É claro que todo o texto é maravilhoso, mas grifei algo digno de reflexão: se a mulher somente VIVER a palavra de Deus em seus comportamentos honrosos, submissos e respeitosos, conquistará seu marido para o Senhor com estes comportamentos. (vale para maridos, filhos, etc)

Pensar o contrário então se torna determinante: Se não aplicar a palavra de Deus em casa, jamais atrairá para Cristo aquele familiar tão amado.

E é a mais pura verdade. Eu mesmo, em conversas de gabinete pastoral já ouvi de maridos e esposas não crentes em Jesus metralharem com frases parecidas com esta: "Se for pra ser crente e me parecer com isso aí (marido ou esposa) eu não quero. Isso é hipocrisia!"

Forte não?

Luciana, minha esposa, lembrava durante sua ministração que, há cerca de 14 anos atrás, ela começava uma briga, me instigava a brigar, mas eu ia orar imediatamente, mesmo estando correto e com a razão. Num primeiro momento ela ficava mais furiosa ainda, mas na madrugada o Espírito Santo a convencia de que ela era quem estava errada (difícil hein? Só ele mesmo pra convencer uma mulher de tal coisa kkkkk).

Brincadeiras a parte, quero chamar sua atenção para o fato de que se você é cristã(o), a responsabilidade da pregação do evangelho para sua família está toda sobre você, através de seus comportamentos, de sua obediência às leis de Cristo. Isto é o aroma dEle sendo exalado em sua residência.

E como a palavra de Deus é FIEL, em tempo oportuno todos de sua família (ou ao menos tua casa) estarão servindo ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Não terceirize uma responsabilidade que é sua. Se havia feito isso, se empodere desta responsabilidade novamente e mãos à obra. O Senhor fará o restante.


Porto Velho - RO

domingo, 26 de novembro de 2017

Erotização infantil: a falência cultural de uma nação

A carta de Paulo aos Romanos trata das glórias do evangelho e do juízo de Deus contra uma nação que se opõe aos seus desígnios:
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Romanos 1.18-25)
O evangelho é a boa notícia de que Deus, em Cristo, nos reconciliou consigo mesmo por meio da sua obra redentora no Calvário. Deus nos amou tanto em Jesus que decidiu assumir nossa natureza humana, sofrer o castigo por nossas transgressões e nos tornar justos por sua bendita ressurreição, e todo aquele que em fé e arrependimento rejeitar o pecado e confiar somente em Cristo para obter a alegria da salvação e a vida eterna será salvo da ira vindoura.
O que quero afirmar aqui é que Deus julgará as nações e não falhará nos seus juízos. Ele destruirá os praticantes da impiedade e assumirá para sempre o reino absoluto de toda a criação. Temos uma promessa infalível de novos céus e uma nova terra, onde não haverá mais choro nem doenças ou sofrimentos. Este dia é breve e, quando chegar, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus pai. Amém.
No entanto, estamos num ínterim. Estamos no curso dos últimos dias, onde a iniquidade tem se aumentado como nunca antes, e o amor tem se esfriado de um modo assustador. Com isso, uma das grandes marcas desta era última é que o ser humano tem se afundado na prática pecaminosa e odiado o seu Criador com um ódio cada vez mais feroz e ostensivo.
As pessoas não somente procuram negar a existência de Deus como também buscam meios de inovar nas ofensas ao seu santo Nome e sua Palavra. E o novo método de se estampar publicamente a rebelião contra Deus se chama sexualização infantil.
Você que não é cristão e que apoia a ideologia ou ideia ou teoria de gênero (dê o nome que quiser dar), sinceramente, nós não temos obrigação alguma de lhe oferecer muitas explicações sobre a nossa crença cristã. A prática homossexual é pecado sim e ponto final. Não concorda? Tudo bem. Que um dia você tenha a iluminação bíblica e se arrependa de sua ignorância acerca do caráter do Altíssimo. Simples assim e ponto final.
Agora, um recado ao cristão que apoia esta loucura intelectual e proposição satânica: você é o maior escândalo que existe. Você é pior do que o que não é cristão e acredita nestas balelas. Eu não me envergonho do evangelho – fazendo coro ao que disse o apóstolo Paulo em Romanos 1.16 – mas tenho vergonha de cristãos relativistas morais, orgulhosos em suas pseudo intelectualidades e que não passam de ratos de laboratório desprezíveis das salas de aula das faculdades de humanas.
A sexualização infantil é uma afronta não apenas a Deus, mas à vida humana. Uma criança não tem de ser estimulada sexualmente de forma alguma – nem para a heterossexualidade e muito menos para a homossexualidade.
É triste e assustador que políticos, intelectuais e líderes religiosos que abraçam a diabólica teologia liberal se rendam ao espírito que governa as mentes neste século – o príncipe das potestades do ar – e promovam e defendam esta maquinação espúria contra a estrutura cultural do país, e ainda venham a se embebedar no orgulho e se ofender com quem lhes resiste na face para denunciar suas hipocrisias e apostasias veladas.
Eu estou cansado de ter ciência semanalmente de que estão (de alguma forma) tentando “lacrar na internet”, utilizando para isso crianças que não têm a noção do que estão fazendo e que, talvez, após cinco ou dez anos, quando virem o tal vídeo “viral” ou acessarem o link da reportagem que as menciona na internet, poderão sofrer amargamente por já não estarem mais nesta condição existencial.
Não vou incitar o ódio contra quem pensa diferente, mas quero incitar o repúdio a este tipo de covardia que muitos pais estão cometendo contra seus filhos, ao não educa-los para que vivam a infância de um modo saudável e natural, sem a presença da sexualização precoce ou mesmo a influência de artistas que estão enriquecendo por meio de canções que louvam a depravação e a ausência de pudor. Vocês são mais que irresponsáveis; são um fracasso no exercício da função mais nobre da criação, que é a função paternal e maternal.
Encerro dizendo que a Igreja precisa abordar o assunto em suas reuniões. Nada de ficar em cima do muro ou fazer vista grossa. Pastores: afirmem a verdade bíblica que se contrapõe diretamente a este sistema caído! Anunciem a graça de Deus como a esperança única dos pecadores, e não deixem de ensinar que o nosso Deus é santo e exige santidade dos seus filhos que já entenderam e creram que foram conquistados por preço de sangue. Digam aos pais que eles são os maiores responsáveis pela influência espiritual, moral e afetiva dos filhos, e que todos serão julgados por suas negligências e covardia.
Eu não preciso julgar ninguém, pois o fim já está próximo.
Talvez não tenhamos como impedir o avanço da perversidade humana neste tempo, mas podemos fazer avançar a verdade de Cristo por meio da pregação do evangelho e também do discipulado.
Não fujamos à responsabilidade. É chegado o tempo daquele que é luz iluminar o mundo e, daquele que é sal, salgar a terra.


Maycson Rodrigues

32 anos, é casado com Ana Talita, bacharelando em Teologia pela Unigranrio e colunista no site Gospel Prime. É pregador do evangelho, palestrante para família e casais, compositor, escritor, músico, trabalha no ministério de adolescentes da Igreja Batista Betânia e no ministério paraeclesiástico e missionário chamado Entre Jovens. Recentemente publicou um livro intitulado “Aos maridos: princípios do casamento para quem deseja ouvir”

sábado, 25 de novembro de 2017

Como e por que fazer o culto doméstico

Culto doméstico, culto familiar, culto em família, devocional do lar... Seja o nome que for, a pergunta que não quer calar é: ele já morreu, está na UTI ou passa bem, obrigado?

Pensando bem, talvez devêssemos começar com outra pergunta: o culto doméstico é uma norma ou uma atividade opcional para a família cristã? Quando respondermos honestamente, saberemos o estado do paciente.

A Palavra de Deus diz claramente que cabe aos pais instruir seus filhos sobre o Senhor e seus feitos. Um dos textos mais conhecidos que trata desse assunto é Deuteronômio 6.4-9 e 11.18-19 (vale a pena reler antes de continuar). Em nenhum momento você vai encontrar que essa tarefa é opcional. Na verdade, é mais que uma tarefa, é um dever, logo, o opcional está fora da jogada. Também é verdade que não encontramos nesses mesmos textos a expressão “culto doméstico”, ou algo do tipo. Será? Se olharmos com atenção, o autor de Deuteronômio mostra como e onde os pais devem instruir seus filhos. Como? Com insistência e intencionalidade, afinal inculcar algo na mente de outra pessoa não se consegue com rapidez ou facilidade.

David Merkh, autor do livro “101 Ideias Criativas para o Culto Doméstico”, destaca que essa instrução ocorre a qualquer hora, aproveitando situações cotidianas e acontecimentos esporádicos. Esse ensino também deve ocorrer nas horas mais favoráveis, ou seja, em um momento combinado, em um lugar e horário determinado. Não seria esse momento de ensino o que chamamos de culto doméstico?

Quando entendemos que esse é o nosso dever, que vai além da nossa comodidade e ultrapassa as nossas desculpas (por vezes esfarrapadas), o culto doméstico se torna, não somente um dever a ser cumprido, mas uma grande ferramenta no discipulado dos nossos filhos.

Então, vamos lá, o que podemos fazer?

1. Planeje esse tempo em família. Veja o melhor horário e faça ajustes, se necessário, até terem o horário e local mais adequados. Comece com dois ou três dias por semana e amplie até, quatro ou cinco vezes. Não fique dando desculpas para não fazer, se falhar alguns dias, retorne e vá em frente. Persevere!

2. Lembre-se: é um culto a Deus. Não é bate-papo e nem é momento para lições de moral aos filhos. Seja focado.

3. Siga um roteiro básico e seja criativo. Não se esqueça que o Deus que amamos e servimos é criativo e não sonega sua criatividade àqueles que pedem e buscam. Procure bons livros e sites. Veja algumas dicas ao final do texto.

4. Seja simples, mas não superficial. Fale de uma forma que todos entendam e leve-os a refletir sobre o que estão ouvindo, orando e cantando. Mostre como as verdades aprendidas podem ser aplicadas no dia a dia.

5. Promova a participação. Crie um ambiente onde vocês possam expor e sanar dúvidas, compartilhar suas necessidades e conflitos e desenvolver habilidades – cantar, contar história, orar e ler em voz alta.

6. Seja breve. Fique atento aos filhos menores, pois sua atenção é limitada. David Merkh aconselha que seja de 5 a 10 minutos quando são pequenos e esse tempo aumentará à medida que crescerem. Joel Beek, autor do livro “Adoração no Lar”, recomenda até 25 minutos, considerando filhos mais velhos.



Vá além do momento do culto doméstico. Crie um ambiente em sua casa no qual estejam cercados da Palavra de Deus e de lembretes das suas bênçãos. Conheci uma família no interior de São Paulo que pirografou versículos em vários pontos de sua casa, sempre relacionando o local ao texto bíblico. Por exemplo, perto do interruptor estava o texto de João 8.12 “Eu sou a Luz do mundo”. Quando minha primeira filha saiu do berço, copiei essa ideia e escrevi em sua caminha: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). No livro “Mobiliando a Casa”, o autor fala sobre uma prateleira de memórias onde podemos colocar objetos que relembram bênçãos e livramentos do Senhor. É exatamente isso que vemos quando o Senhor aguça a curiosidade das crianças, provocando um diálogo que remete aos seus feitos "No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘Que significa isto?...” (Êx 10.2; 12.26; 13.14; Dt 6.20; Js 4.6-7).

Então, mãos à obra. Planeje esse tempo em família, e não dê desculpas de que não tem tempo, ou que sua família não tem horários fixos, ou que os interesses de cada filhos variam por causa das diferentes idades. Se você entender que é seu dever, e mais do que isso, é prioritário passar o legado da fé aos filhos, você verá que ajustes podem ser feitos, e isso só vai redundar em benção para sua família.

Juízes 2.10 nos dá um alerta: “Depois que toda aquela geração foi reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito por Israel”. Os pais daquela geração falharam e as consequências danosas nós vimos em todo o livro de Juízes e também nas gerações seguintes. Que o mesmo não ocorra com os nossos filhos, ao contrário, que eles conheçam ao Senhor e o amem de todo coração. Que eles vejam em nós o amor, a alegria e o deleite de estar na presença do Senhor vivendo para ele e por ele.

Sugestão de roteiro
1. Oração. Leia um ou dois versículos que tratam da presença de Deus e da certeza que ele nos ouve. Tenham um momento de oração. A cada dia dê oportunidade para diferentes membros da família orem nesse começo.
O livro “Pelo que devemos orar”, da CPAD, é excelente para usar com os pequenos.
2. Louvor e adoração. Se alguém da família tocar um instrumento pode conduzir alguns cânticos, ou pode ser com músicas no CD, pendrive ou no Youtube.
3. Edificação. Esse é o momento de ensinar e compartilhar a Palavra. No caso de crianças pequenas, use livros com histórias bíblicas com ilustrações. A Sociedade Bíblica do Brasil tem excelentes bíblias ilustradas e também bíblias de estudo para crianças maiores e adolescentes. Use também devocionários. Aqui no site da Ultimato você encontra devocionários excelentes e variados.
Veja aqui dicas de como contar histórias para as crianças.
4. Aplicação. Como vocês podem colocar em prática o que acabaram de estudar?
5. Fixação. Façam algo que ajudará vocês a relembrarem e fixarem a verdade estudada. Exemplo: após o estudo sobre o bom uso da língua, cada membro da família fez um acróstico com o nome da pessoa à direita escrevendo suas qualidades. Se tiver uma criança ainda não alfabetizada, ela deverá fazer elogios à pessoa ao lado e outra pessoa escreverá. Todos lerão ao final.
Algumas atividades que são usadas com quebra gelo também servem bem nesse momento de fixação. E esse canal do Youtube é cheio de sugestões.

DICAS
Livros

101 ideias criativas para culto doméstico 
101 ideias criativas para família 
Mobiliando a casa (Construindo um lar cristão) 
Adoração no lar 
A fé começa em casa 
Grande Livro de Perguntas e Respostas 

App para crianças
Bíblia 3D 
Bíblia para crianças 

App para adolescentes jovens e adultos
Youversion (várias versões, planos de leitura, devocionais...)
Ministério Fiel
Devocional Piper
Devocional Spurgeon

Em inglês: O app New City Cathecism foi desenvolvido para adultos e também crianças (inclui músicas).

Por Márcia Barbutti

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O ser humano está adoecendo por conta da ideologia de gênero, alerta Marisa Lobo

A psicóloga Marisa Lobo disse, em entrevista para o programa Mente Aberta, que os muitos termos para definir a sexualidade humana estão levando as pessoas a uma esquizofrenia. Para contextualizar, ela explica sobre o uso do termo “gênero”, ainda nos anos 90 e como ele foi promovido como um substituto do termo “sexo”.
“Exatamente na década de 90, em 1995 foi cunhado à força pelas feministas a palavra ‘gênero’ na conferência da ONU de mulheres, em Pequim. O termo ‘gênero’ como substituto do ‘sexo’. E de lá para cá colocaram como substituto mesmo. Então quando um orientador chega para os alunos e diz: ‘Coloca gênero que é mais legal, é mais moderno’, ele está usando isso, na verdade, usando todos os alunos como massa de manobra para fazer caminhar a agenda de gênero”, ressalta.
Ela continua: “Em 1995, ‘gênero’ não era mais usado como sinônimo de ‘sexo’, que existia desde os anos 60. Então, a partir de 95 começou esse uso. Mas ainda era gênero. Você pensava que estava em consonância com sexo de nascimento, então todo mundo ainda pensava isso. Hoje com esse advento da Judith Butler, da teoria Queer e da ideologia de gênero, entende-se que o gênero tem duas perspectivas”, pontua.
Duas perspectivas
“Um que é o gênero binário que é não estar em consonância com sexo de nascimento. Que a pessoa que tem gênero e sexo igual. Por exemplo, menino tem gênero masculino, menina tem gênero feminino. Porém o cruzado também é um gênero não binário, então pode ser.
Até aí nós achávamos que entendíamos tudo sobre gênero e agora vem uma tal de diversidade de gênero. Ou seja, apaga essa constituição de gênero e vamos para a diversidade, vamos desfazer o gênero e colocar no lugar performance, uma diversidade inimaginável de gêneros”, disse.
“Então o ser humano é o que ele quiser ser, sem base biológica e sem base cultural. Ou seja, é ele quem determina o que ele é de acordo com sentimentos, de acordo com sexo. Não se sabe é que o ser humano. É um ser e ele dá nome. Tanto que existe mais de 100 nomes catalogados, segundo a ideologia de gênero”, colocou.
“Se você entrar no Facebook hoje para fazer uma página por exemplo, você vai encontrar mais de 50 nomes dizendo gêneros que as pessoas podem ter. Então virou uma desconstrução total da identidade, beirando a esquizofrenia. Porque pessoas que não têm identidade, elas são catalogadas como pessoas que têm surto psicótico, esquizofrenia, que não tem censura cerebral, não tem senso crítico. Então nós estamos transformando pessoas em seres com sanidade mental. Estamos adoecendo o ser humano por conta dessa diversidade de gênero”, explicou.

Fonte: Portal Guia-me

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O Abandono da Verdade



“Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum” (João 18.37-38).
 
A pergunta de Pilatos foi feita a Jesus, durante o interrogatório que ao final levou à sua crucificação. O que nos interessa no momento é o fato curioso e paradigmático que Pilatos não esperou para receber uma resposta à sua própria pergunta, “o que é a verdade”. Mas uma coisa fica clara: a busca da verdade sempre esteve presente nos grandes momentos da história. Todavia, nossa geração ficará conhecida como aquela que abandonou esta busca da verdade. Como Pilatos, faz a pergunta e volta as costas para não ouvir a resposta.
Nossa geração está fortemente influenciada por uma reação ao Racionalismo que marcou os séculos anteriores. As épocas anteriores à nossa foram caracterizadas pela cosmovisão romântica e pelo cientificismo materialista, bem como pelo marxismo, fascismo, positivismo e existencialismo.
Tudo isto teve origem no Iluminismo, movimento surgido no início do século XVIII, que era em vários aspectos uma revolta contra o poder da religião institucionalizada e contra a religião em geral. Predominou então o racionalismo e sua teoria que o conhecimento mais fundamental é baseado na razão, e que a verdade só pode ser alcançada através da análise racional, independente de dados empíricos, atitudes emotivas ou dogmas. A razão tornou-se a medida de todas as coisas.
Nossa época tende a rejeitar este conceito bem como a ideia de que existam verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e depende do contexto social e cultural onde as pessoas vivem. Os filósofos, estudiosos, teólogos, artistas, pensadores e autores famosos de hoje tendem a rejeitar o ideal das gerações passadas de que a verdade pode ser alcançada através da análise racional. Considera-se hoje que a promessa do Iluminismo, de encontrar com base na razão uma resposta unificada para a realidade, falhou completamente. Assim, abandonou-se a busca de verdades absolutas e fixas, que caracterizou o período anterior e rejeitou-se igualmente o conceito de dogmas e definições exatas. Cada pessoa analisa as coisas de acordo com o que pensa e o que crê.
Nesta visão atual, se busca uma sociedade pluralista, onde exista a convivência amigável entre visões diferentes e opostas. Isso é chamado de pluralismo inclusivista. Espera-se que as opiniões cedam espaço umas às outras, particularmente aos pontos-de-vista marginalizados, aqueles que foram calados por gerações pelas vozes dominantes da sociedade. Nessa sociedade pluralista e inclusivista, a opinião e as convicções de todos têm de ser respeitadas, porque a opinião de um é tão verdadeira quanto a opinião do outro. E já que não existem conceitos absolutos especialmente na área da moral e da religião, não se pode tentar convencer outro a mudar de religião ou de comportamento. Tornou-se politicamente incorreto criticar a conduta moral de alguém.
Todavia, esta desistência de se alcançar a verdade, em todas as áreas da vida, trouxe consigo consequências visíveis em muitos dos campos do saber, da vida, do comportamento e na educação.
Primeiro, criou um caos epistemológico. Não se pode mais falar na possibilidade da compreensão verdadeira de textos antigos e modernos. Se levada a sério, esta teoria significaria o fim da possibilidade da transmissão de conceitos, ideias, e verdades de uma geração a outra, e mesmo de uma pessoa à outra, através das palavras escritas. Pensem no que isto significaria na área de educação.
Segundo, o abandono da busca da verdade e a sua possibilidade, traz em seu bojo o desespero existencial, sob a forma da incerteza da verdade, da realidade e da própria existência, o que joga as pessoas numa esquizofrenia prática, tendo por um lado de conviver com verdades absolutas no dia a dia – tais como sinais de trânsito e normas da empresa – e o relativismo absoluto que domina as demais áreas.
Terceiro, ao se perder a esperança de que existam verdades absolutas, as expressões humanas artísticas, como a música, a arte, a poesia, o cinema, o teatro, acabam por refletir este desespero existencial, como se percebe claramente na obra de muitos artistas antenados para o mundo de hoje. Alguns mais honestos conseguem perceber uma inconsistência ética no seu comportamento. É comum vermos artistas negando a verdade absoluta e, ao mesmo tempo, lutando pelos “direitos humanos” ou pelo estabelecimento da “justiça”, especialmente nos países do terceiro mundo.
Quarto, com o abandono das verdades absolutas, não há parâmetros objetivos a serem seguidos. Contudo, o ser humano tem sempre que possuir um paradigma, porque ele é dependente de algo a que seguir. O parâmetro passa ser o sentimento. Daí começou a surgir a ideologia do “sentir-se bem”, o que inevitavelmente acaba por levar ao egoísmo, que busca sua felicidade à custa do bem dos outros.

O grande desafio para a universidade é entender os tempos em que vivemos e fazer jus ao nome universidade, que originalmente designava o conceito de que existiam verdades absolutas que uniam e davam coerência à enorme variedade dos campos do conhecimento. No caso de universidades confessionais cristãs, lembremos que a visão cristã de mundo pretende oferecer este referencial unificador e balizador.

Fonte: Augustus Nicodemus

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

“Eu não aguento mais!” – Ela gritou

As crianças começaram a chorar no quarto ao lado, assustadas com a raiva de sua mãe.
Megan chutou a secadora três vezes, deixando um amassado. “Essa é a gota d’água!”, ela gritou. “Alguma coisa mais pode dar errado? Eu não aguento todos esses problemas!”
O rosto de seu esposo apareceu na porta. “Você está doida? Pare com isso! Não quebre mais coisas”.
Megan olhou para Peter, momentaneamente tentada a chutá-lo também. Então a adrenalina a deixou, e ela abandonou a briga.
“Sim, você está certo. Mas eu estou seriamente estressada! Por que é que algo grande sempre acontece por aqui quando tenho um prazo para cumprir? Eu preciso terminar aquelas finanças hoje à noite. Meu dia inteiro foi perdido com reuniões. Você pode limpar aqui?”
O rosto de Peter se contraiu. “Acho que você esqueceu que meu artigo precisa ser entregue amanhã de manhã”.
Megan começou a dizer coisas amargas, mas então se segurou e manteve-se calada. A casa tinha um cheiro de queimado, as roupas — tanto limpas quanto sujas — que tinham sido recolhidas na área de serviço estavam além de qualquer esperança de serem usadas novamente; sem dúvida, uma das crianças precisava de ajuda com a tarefa da escola, e eles dois estavam apertados com o prazo.
“Bem, eu obviamente não sou uma supermulher”, ela disse finalmente. “Precisei completar 40 anos de idade para desistir dessa ilusão. Não posso ter tudo o que quero. Não posso fazer tudo. E não estou aproveitando coisa alguma. Sou apenas uma mulher irritada e cansada, com uma lista de coisas por fazer de três quilômetros de  comprimento.”
Ela deu um pequeno sorriso, tentando amenizar sua reclamação.
Peter suspirou. “Então vamos parar de tentar. Estou cansado da lista de coisas por fazer. E sinto falta da minha esposa divertida.”
“O que você quer dizer?”
“Apenas vamos viver de maneira mais simples. Ouça, os meninos precisam mais de nossa atenção agora. E, hum, a casa também. Por que estamos nos enlouquecendo? Vamos parar de fazer tanta coisa. Vamos tentar viver com só um salário. Vamos, pelo menos, pensar sobre isso, certo?”
Peter segurou a mão de sua esposa. “E vamos sair desse cômodo fedorento”.
Passaram-se alguns meses, mas aquela ideia maluca criou raízes. Megan arranjou trabalhos para fazer de casa na área de contratos e então pediu demissão de sua empresa. Quando eles contaram para as crianças que Megan estava deixando o trabalho de jornada integral, os meninos pularam de alegria. Megan ficou um pouco surpresa com o entusiasmo deles.
De início, ela se perguntou sobre como preencheria seus dias. Ela rapidamente fez uma tabela de horários, designando tarefas do cuidado com a casa em dias diferentes. Ela pensou que teria muito tempo para fazer scrapbooking e outros hobbies negligenciados, mas logo viu que o cuidado e a alimentação de quatro pessoas consumiam bastante tempo. Agora que ela estava em casa, havia tempo para fazer as coisas importantes que nunca se destacavam em relação a outras urgentes — preparar refeições para vizinhos doentes, hospedar um estudo bíblico, visitar alguma mulher idosa de sua igreja. Ela até tinha tempo para ser uma esposa divertida de novo. Os encontros românticos não tinham mais que consistir em ir a uma loja para comprar algum item para coisas que precisavam de conserto. De fato, ela descobriu que gostava bastante de ter seus fins de semana de volta — nada de ter de sair aos sábados para resolver coisas, com dois pequenos corpos presos nos assentos traseiros do carro o dia todo.
Certo dia, seu filho de cinco anos entrou no quarto e abraçou a cintura da mãe. “Mamãe, eu amo você agora”.
“Agora?”, Megan retrucou,  sorrindo.
“Sim, agora. Eu amo você agora porque você está muito mais feliz e isso me deixa mais feliz.” Ele apertou sua cintura bem forte e então correu de volta para o porão.
Megan começou a chorar, uma mistura de culpa e felicidade. As crianças eram tão pequenas; ela não pensou que tinham notado.
Alguns anos mais tarde, Megan teve a oportunidade de dar seu testemunho para uma classe da escola dominical para recém-casados. Em sua fala, ela desafiou os jovens casais a renovarem seu pensamento acerca do lar a partir da perspectiva da Bíblia:
Sabe, eu cresci pensando que o cuidado da casa não era grande coisa. Eu não gostava daquelas tarefas, então pensei que podia me virar contratando quem pudesse fazer tudo. A certa altura, tive uma faxineira e uma cozinheira particulares. Eu estava ocupada demais para limpar ou cozinhar. E isso funcionou por um tempo. Precisávamos de muito malabarismo, mas na minha mente valia a pena.
Mas quando o nível de estresse se tornou demasiado, realmente precisei reconsiderar minhas decisões com cuidado. Estava eu vivendo a vida que Deus traçou para mim em sua Palavra?
Levei tempo para descobrir a importância do cuidado do lar a partir de uma perspectiva bíblica. E descobri que cuidar da casa não se trata de coisas, nem de tarefas domésticas. É mais do que a forma como você cuida de seu espaço pessoal. É o que Tito 2 fala — como você cumpre seu papel na igreja e nos relacionamentos com outras pessoas, e como você aprende com elas e discípula outras. O ponto não é ficar em casa, isolar-se e ter uma casa bem decorada e arrumada. Eu posso compreender porque as pessoas são críticas quanto a isso.
Mas estar em casa envolve todo o gerenciamento prático — compra de alimentos, fazer o orçamento, manter as calhas limpas, certificar-se de que o sistema de aquecimento está funcionando. Também me certifico de que todos vão ao médico, têm o remédio correto, que todos comem e têm roupas limpas. Mas estar em casa também envolve oferecer hospitalidade, cuidar dos vizinhos, ajudar como babá de outras crianças, preparar refeições para alguém, hospedar pessoas de outros países ou igrejas. Tudo se trata de pessoas. Cuidar da casa não tem a ver com o espaço físico; mas tem a ver com as pessoas que estão indo e vindo desse lugar.
Mas serei honesta. Há momentos em que sinto falta de trabalhar fora. Há duas coisas de que sinto falta especificamente. Uma: você pode sair para almoçar ou tomar um café apenas porque quer uma pausa. E a outra: é fácil conversar com outras pessoas — conversas compridas e não interrompidas. Um dia, posso voltar à minha carreira, mas por enquanto eu não trocaria nossos horários mais tranquilos em família por coisa alguma!

Por: Carolyn McCulley. © 2017 Editora FIEL. Website: editorafiel.com.br. Traduzido com permissão. Fonte: Feminilidade Radical
Original: “Eu não aguento mais!” – Ela gritou. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados.
É autora, palestrante e cineasta. Ela já escreveu para várias publicações, incluindo The Washington Post e Christianity Today, e ministérios como The Gospel Coalition, Desiring God, True Woman e outros.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um vazio do tamanho de Deus

Nasci em um lar católico e desestruturado, mas desde pequena meus pais me levavam à igreja. Aos domingos rezava na missa e participava de outras atividades religiosas. Contudo o meu coração estava insatisfeito com aqueles rituais, eu ansiava por algo maior, alguma coisa que preenchesse o vazio do meu coração.

De alguma forma eu sabia que existia um Deus que fosse mais pessoal e que me ajudaria a enfrentar as dificuldades em casa. Participava das atividades da igreja, tocava violão no grupo de jovens, ia aos retiros que as freiras organizavam. Houve uma vez que num desses encontros, elas passaram um filme da paixão de Cristo. Eu não conseguia conter as lágrimas olhando o sofrimento de Jesus e pensava “como alguém pode ter tanto amor assim?” Mas, nada trazia sentido para o meu triste coração, eu ansiava por algo que desse sentido a minha vida, que me salvasse de tantos problemas em meu lar.

Então, quando eu estava no primeiro colegial, aos quatorze anos, fiz amizade com uma colega evangélica e ela começou a questionar meus ritos de igreja, sempre enfatizando a Bíblia; eu devia ler e buscar nela as respostas para meus anseios. Nós estudávamos juntas em sua casa e achava muito estranho porque a família orava antes das refeições e ela orava comigo antes de começarmos as tarefas da escola.

Daí aconteceu um fato surpreendente: eu comecei a ler e compreender a Bíblia! Isto era maravilhoso porque, até então, eu não conseguia entender as Escrituras. Os meus olhos se abriram... Parecia que Deus estava falando diretamente ao meu coração! O Deus pessoal que eu tanto buscava tornou-se real e se importava comigo! Ele dizia naqueles textos que eu era especial para ele, que “jamais me deixaria, jamais me abandonaria”. Isso foi entrando de tal forma em meu ser que acabei me rendendo totalmente a Jesus e ao seu amor. Aquele vazio que existia dentro de mim foi completamente preenchido! Assim, eu não precisava buscar mais nada porque Cristo era suficiente. A igreja da minha amiga, Igreja Batista Jardim das Oliveiras, SP, pastoreada pelo querido pastor Manoel Thé, acolheu-me completamente! Agora eu sabia o que era uma família cristã.

Mais tarde, num acampamento evangélico, Deus me chamou em uma de minhas devocionais, para levar o evangelho “até os confins da terra”. Não entendi muito bem o que isso significava, mas prossegui servindo e buscando a vontade de Deus em sua Palavra, a fim de entender o que ele queria de mim.

Depois de uma jornada bem tortuosa e cheia de percalços, fiz no seminário o curso de missiologia. Hoje, casada com Leandro, servo também do Senhor, entendemos que não poderíamos ficar calados diante de tão grande amor e aceitamos o desafio de missões. Depois de um projeto de curto prazo na África, voltamos, estamos nos preparando e desejamos retornar para servirmos como missionários em tempo integral. Hoje posso afirmar com convicção que Deus preencheu todas as lacunas do meu coração e sou filha amada por ele: “O próprio SENHOR irá à sua frente e estará com você; ele nunca a deixará, nunca a abandonará. Não tenha medo! Não desanime!” (Dt 31.8).

• Lilian C. Q. Rodrigues é revisora na Editora Ultimato.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Desapegar sim, desigrejar não!

Nos dias atuais, assistimos a uma onda de rejeição por parte de muitos evangélicos quanto à vida congregacional: é o fenômeno dos "desigrejados". Eles dizem seguir o Evangelho, porém sem frequentar uma denominação. Talvez sejam apenas uma versão evangélica do bom e velho "católico não praticante"; talvez isto seja só uma desculpa para não irem mais à "igreja"; talvez seja um monte de gente que resolveu chutar o balde e viver como bem entender, mas talvez haja pessoas sinceras no meio disso tudo, que realmente se cansaram dos, sei lá, 10% de Evangelho diluídos em 90% de regras de homens. Todo caso, é bom notarmos que problemas pessoais e falhas inerentes às instituições não são justificativas para o "desigrejamento".

Eu particularmente me considero um "desapegado" institucional. Não vou aos cultos por força de um cargo nem vejo os dirigentes como meus "superiores" (no sentido hierárquico do termo). Congrego ali mas não "sou" dali, o meu vínculo não é com a denominação: eu trabalho em prol do Reino dos Céus, inclusive lá dentro, mas não espero reconhecimento humano. Deste modo, não abro mão da minha liberdade cristã, pois quem me julga é a Palavra de Deus (Bíblia), mas também não deixo de me reunir em comunhão com outros irmãos para louvar e adorar a Deus. Este é o posicionamento mais maduro ao qual eu já cheguei acerca do delicado equilíbrio entre vida espiritual e vida religiosa.

Creio que todos os que procuram servir a Deus com sinceridade deveriam ser desapegados neste sentido, e que esta é uma postura bem mais acertada do que simplesmente "desigrejar". É preciso sim desapegar daquela visão corporativa de igreja, com prédios todos parecidos, hierarquias, funções meramente burocráticas, bajulações, etc., mas não é necessário "jogar o bebê fora junto com a água suja". Se compreendemos que a Igreja são as pessoas, e não os templos, então também devemos reconhecer que as pessoas são imperfeitas e que, portanto, nenhuma "igreja" será perfeita, pois todas elas são reuniões de pessoas, gente tão sujeita a erros quanto eu e você. Deste modo, creio que argumentos como "falta de amor dos irmãos" e "erros doutrinários" (a não ser heresias) não são válidos para alguém deixar de congregar.

Não nos esqueçamos ainda de que a salvação é individual: convém a cada um seguir a Cristo sem olhar para os lados. Todavia, o culto a Deus é coletivo. Não fosse assim, Jesus não teria enunciado em Mateus 18:20 um princípio de reunião: "onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles". Isto posto, eu gostaria de finalizar deixando algo para os nossos queridos amigos "desigrejados" refletirem: Jesus escolheu apenas 12 homens para serem seus apóstolos, sendo que dentre eles um o traiu, outro o negou três vezes e o outro duvidou da Sua ressurreição. E, mesmo assim, Jesus não desistiu da Igreja...

Isaías Medeiros
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domingo, 19 de novembro de 2017

Teólogo aponta crescimento do cristianismo reformado na Indonésia, maior país muçulmano

Com mais de 16 mil alunos, a “Universitas Pelita Harapan” é uma das maiores universidades cristãs reformadas do mundo. Criada há apenas 22 anos, a instituição de ensino oferece uma escola de direito, uma escola de medicina, uma escola de engenharia e uma faculdade de professores, tudo a partir de uma visão de mundo reformada.
“Nós nem sequer temos isso nos Estados Unidos ou na Europa”, disse Ric Cannada, chanceler emérito do Seminário Teológico Reformado. “Está na Indonésia. O Senhor costuma fazer coisas incríveis no lugar menos provável – o país com a maior população muçulmana do mundo”, disse.
Embora os cristãos sejam apenas 10% da população da Indonésia, a nação é tão populosa que cerca de 25 milhões de cristãos vivem lá. Aproximadamente um terço desse número são católicos, enquanto os protestantes são tipicamente pentecostais ou reformados. Bancado por um empresário indonésio extremamente bem sucedido e que ama Deus e a teologia reformada, a fundação Pelita Harapan – onde Ric é um conselheiro sênior – abriu 55 escolas cristãs nos últimos 25 anos. Pelita Harapan é o lado da missionário do empresário James Riady. Mas é claro que ele também tem um lado de negócios. E é enorme: 30 hospitais, 64 shoppings, 125 lojas de departamentos e o maior grupo de mídia do país.Ambos são formados pela tradição reformada, disse Niel Nielson, ex-presidente da Covenant College, que agora lidera a ala de educação da fundação e se senta na diretoria de seus hospitais e lojas de departamento.“A família Riady é apaixonadamente reformada em sua perspectiva teológica, e eles ligam tudo isso em termos de como eles entendem a corporação”, disse ele. “Há energia e foco na integração, ao contrário de qualquer coisa que eu já vi em qualquer lugar do mundo”, ressaltou.“Estamos apaixonados pelos negócios – sobre a sustentabilidade econômica – mas também pela visão bíblica da graça comum que leva à graça salvadora para o país”, disse Nielson. “Construir hospitais de qualidade em áreas de baixa renda, significa ter médicos cristãos conversando com seus pacientes muçulmanos, não apenas sobre a saúde de seus corpos, mas também sobre a saúde de suas relações familiares, comunidades e almas”, ressaltou. “A gente sempre diz que acreditamos que todos foram criados exclusivamente à imagem de Deus, e Ele tem um propósito para cada ser humano”, disse Nielson. Essas convicções cristãs não ficam atrás dos bastidores, mesmo que raramente estejam no centro do palco. Por exemplo, as 60 máquinas de café de Riady tocam músicas cristãs, e os funcionários tratam as pessoas com dignidade.
Escrituras
A teologia reformada e sua influência chegou na Indonésia há um bom tempo. Chegou em primeiro lugar no final de 1500 com os holandeses, que pretendiam monopolizar o comércio de especiarias. Junto com os comerciantes, os holandeses enviaram pastores que, como grande parte da Holanda, abraçaram o calvinismo.
Esses pastores chegaram ao povo indígena, mas o calvinismo nunca se tornou dominante na Indonésia, pelo menos por duas razões, de acordo com Yudha Thianto, professor do Trinity Christian College.
Primeiro, a presença arraigada do Islã. Em segundo lugar, os holandeses vieram como conquistadores, não como amigos, o que fez a conversão à sua religião parecer traiçoeira para os indonésios nativos.
Mas os holandeses ficaram lá por um longo tempo, até agosto de 1945. Assim, o calvinismo teve tempo de sobra para ganhar um teto. Em 1945, missionários e pastores sentiram a influência dos ensinamentos de Abraão Kuyper sobre a importância da graça comum e o envolvimento de Deus em cada centímetro quadrado da criação.
Assim, no final do século XIX, as agências missionárias criaram escolas cristãs, hospitais cristãos e igrejas reformadas. Thianto, que nasceu em 1965, foi criado em uma dessas igrejas. “Eu cresci cantando os salmos e hinos enraizados na Genebra de Calvino, adotados pelos holandeses, e depois trazidos para o arquipélago e traduzidos para a língua que agora é indonésio”, disse ele.
Queda
Lamentavelmente, muitas dessas igrejas acabaram por perder seu vigor bíblico e teológico. “No final da geração de meus pais, o cristianismo reformado tornou-se muito prático em termos de seu alcance. Eles estão próximos do que eu chamaria de ‘evangelho social’, alcançando a comunidade sem pregar. Eles estavam tentando aplicar em cada centímetro quadrado, em sua vida cotidiana, mas eles esqueceram o fundamento doutrinário”, comentou Thianto.
Mas há uma boa notícia: a geração de Thianto instigou uma espécie de renovação, agora com cerca de 25 anos, que levou muitos a redescobrir uma nova excitação para o evangelismo que encontra sua origem nas raízes reformadas. “Estávamos cansados de aplicação sem conteúdo”, disse ele. “Pelo menos três de meus amigos são agora presidentes de seminários na Indonésia, que são evangélicos e reformados”, finalizou.

Com informações Guiame

sábado, 18 de novembro de 2017

Posso ser fiel a Deus e popular na escola?

Um jovem ouvinte do podcast, chamado John, escreve para perguntar: "Olá Pastor John! Estou no ensino médio. Na escola eu quero que gostem de mim – até mesmo que me vejam como descolado – mas eu também tenho medo de o ‘querer ser popular’ me levar para o pecado. Como posso viver de forma piedosa e ser popular?"
Estou feliz por ele se sentir assim, porque isso é certo. Eu acho que ser impulsionado pela popularidade é mortal. O problema de querer ser legal em nossa cultura é que o descolado é quase sempre definido pelo tolo. Então, é quase sempre: Descolado = Abobado.
Se você quer saber o que é um tolo, leia o livro de Provérbios na Bíblia. Na verdade, eu acho que todo adolescente, especialmente meninos, deve ler Provérbios repetidamente, por causa de quão claramente os Provérbios expõem a estupidez de muito que é considerado legal. Eles fazem o cara legal que está com uma garota diferente a cada fim de semana parecer um boi indo para o matadouro, que aliás realmente está (Provérbios 7:22).
Não é legal. Isso parece legal. Todo mundo acha que é legal. A TV vai dizer-lhe que é legal. Filmes vão dizer que é legal. Seus amigos vão dizer que é legal. E claramente não é legal considerá-lo como não legal. Deus diz que ele é um boi indo para o matadouro, onde sua garganta vai ser cortada – e isso não vai parecer legal no final. Você pode ser sábio. Deus é muito sábio. E você deve confiar no que Deus diz sobre o que é legal.
Agora, que tal deixar Jesus definir o que é legal? Quero dizer, realmente, muito legal – eternamente legal, visto como legal pelos mais inteligentes, mais fortes, mais sábios do mundo. Eis o que seria um exemplo: "Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre eles; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande” – agora, substitua o que quer que seja popular entre vocês, porque eu acho que grande é tão bom ou dez vezes melhor que “popular” – “será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro" – e/ou descolado – "será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos." (Marcos 10: 42-45).
Assim, a essência do descolado – popular diante de Deus, popular diante das pessoas mais sábias e inteligentes do mundo – a essência do descolado é ser tão equilibrado e tão satisfeito e tão em paz e tão saciado e tão maduro e tão confiante e tão alegre e tão corajoso em Cristo que você está liberto, você está livre da insanidade do tolo que pensa que ser legal vem da roupa que se veste. Quero dizer, isso é loucura. Ou o seu cabelo. Vamos lá. Ou a que filmes você assiste ou jogos eletrônicos que você joga ou o telefone que você tem. Isso é insanidade.
Você é um ser humano criado à imagem do Deus Todo-Poderoso, destinado a viver para sempre e sempre e sempre no inferno ou no céu. Nada poderia ser mais estúpido do que pensar que o seu significado, seu valor, sua grandeza, sua popularidade está no que as pessoas pensam sobre sua aparência externa em vez de o que eles pensam sobre sua realidade interior que vai viver para sempre e sempre e sempre. Então, seja um daqueles adolescentes que acorda da loucura da mentalidade de gado sendo conduzido, a qual todo o rebanho está indo direto para o desfiladeiro, porque algum touro legal ou alguma novilha bonita está lá, liderando o caminho em direção à queda do precipício.
Aqui está o problema como eu costumo ver: A maioria dos adolescentes em geral – oh, eu espero que você seja uma exceção a isso. Espero que todos os que estão ouvindo sejam uma exceção a isso. Mas a maioria dos adolescentes em geral não está fazendo nada de real significado. Eles estão jogando esportes. Eles estão indo para festas. Eles estão assistindo a filmes. Eles estão jogando videogames. Eles estão limpando o quarto. Eles estão saindo. Eles estão pensando em seus computadores. Eles estão fazendo um pouco do dever de casa. E uma vez que ninguém está fazendo qualquer coisa de real significado, descolado tem que ser definido em coisas tolas, superficiais, estúpidas como roupas que se vestem ou espertezas ou formas de andar. Grande porcaria. Mas e se os jovens cristãos começassem a fazer coisas que são realmente significativas com suas vidas – começassem a ser como Jesus, servindo outras pessoas ao invés de pensar que a popularidade está em como você se veste, fazendo a diferença no mundo?
Deixe-me dar-lhe um exemplo louco apenas para ajudá-lo a sentir o que eu sinto quando falo de serviço real, real significado, real fama neste mundo. O ano é 1945. Segunda Guerra Mundial está destruindo tudo. Milhares de adolescentes queriam lutar, e eles eram muito jovens. Jack Lucas rapidamente conseguiu entrar para a Marinha aos 14 anos em 1942, enganando os recrutas porque ele era simplesmente muito alto. E ele pegou mais tarde um transporte saindo de Honolulu indo para Iwo Jima, e sobreviveu no barco porque simpáticos fuzileiros lhe deram de comer.
Agora, ele tem 17 anos. Ele fez tudo isso há três anos. Tem 17 anos, infiltrado no barco, e no dia D quando eles desembarcaram – e você tem que lembrar que 6.800 soldados americanos estão enterrados nesta pequena ilha de Iwo Jima, e muitos deles, talvez a maioria, eram adolescentes: 18 ou 19 anos de idade – ele chegou sem armas, porque nem sequer sabiam que ele estava no barco. Ele pegou uma que estava jogada na praia e começou a avançar em combate.
É o dia D com um a mais. Jack e três companheiros estão rastejando através da trincheira quando oito japoneses surgiram na frente deles. Jack atirou na cabeça de um. Seu rifle travou. Enquanto ele está lutando, uma granada cai aos seus pés. Ele grita avisando aos outros, força a granada por debaixo de si, e imediatamente outra aparece. Jack, 17 anos, cai em ambas as granadas. "Você vai morrer", lembrou-se de pensar.
Então, a bordo do navio depois, o navio samaritano, os médicos mal podiam acreditar. "Talvez ele fosse jovem demais, durão demais para morrer", disse um deles. Ele sofreu 21 operações de reconstrução e tornou-se o mais jovem da nação a receber uma medalha de honra – o único calouro do ensino médio a recebê-la. Agora, quando eu li isso, minha coluna vertebral formigou. Eu tenho 70 anos, e minha espinha treme. Eu não quero desperdiçar minha vida em popularidade – 10.000 vezes mais descolado do que ter o cabelo torcido apenas para que ninguém pense que você é tão ultrapassado. A essência bíblica do descolado é tão satisfeita e amadurecida em Cristo, que você é liberto da insanidade da tolice.
Então, meu desafio simples para John, e outros milhares como ele, é: Não tente ser descolado. E não tente ser impopular – que também não é a meta. Nenhuma delas é. Tente ser livre da mentalidade do rebanho, e seja um servo radical. Concentre-se não no que você não vai fazer ou não vai ser, mas concentre-se no que você vai ser – as coisas que você vai fazer para o bem dos outros. Aquele que quer ser grande, descolado, disse Jesus, deve ser o servo de todos, como Jesus que morreu pelos outros para que pudessem viver. O que seria isso em sua escola, igreja, bairro? Isso transformaria todo o seu foco na comunidade. Como posso servir alguém hoje? E não “como posso fazer alguém gostar de mim hoje?”. Que louca, radical e maravilhosa revolução! E eu apenas digo: John, lidere o caminho do seu rebanho.

Autor: John Piper
Tradução: Moacir Campos
Texto Original: Can I BeFaithful to God and Popular at School?

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

05 razões porque a igreja deve voltar a cantar os velhos hinos

Antes de qualquer coisa, permita-me esclarecer que não sou contra as novas canções. Muito pelo contrário, reconheço que muitas delas glorificam a Deus, e que em virtude disso devem ser entoadas em nossos cultos públicos. Contudo, também reconheço que vivemos dias complicados e que boa parte dos encontros evangélicos são desprovidos de boa pregação, e claro, boa música. Na verdade, ouso dizer que a maioria das canções entoadas em nossas reuniões, além de superficiais, são pobres melodicamente, como também sem profundidade teológica. 
Isto posto, resolvi elencar cinco razões fundamentais porque penso que as igrejas evangélicas devem resgatar os velhos hinos entoando-os juntamente com novas canções em seus cultos e reuniões:
1- Os velhos hinos possuem letras ricas, cujo conteúdo exalta o Deus Trino.
2- Os velhos hinos não são antropocêntricos, antes pelo contrário focam em Cristo e sua maravilhosa obra na cruz.
3- Os velhos hinos tratam das doutrinas fundamentais como salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, justificação, remissão de pecados, volta de Cristo e muito mais.
4- Os velhos hinos funcionam como um tipo de vacina que nos ajuda a combater as heresias do nosso tempo, o pragmatismo e os erros doutrinários disseminado por falsos mestres.
5- Os velhos hinos nos levam a um entendimento que o culto não é pra glória de homens e sim para a glória de Deus,
Pense nisso!
Renato Vargens

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Família em destruição ou seria Fake News?

Em uma reunião, em um sindicato, no último dia 6, uma deputada federal falou por 48 minutos sobre preconceitos em relação a "modernismos" [a expressão é minha] que estão, a cada dia, sendo introduzidos no nosso dia a dia e, segundo um vídeo que transita nas redes sociais, propõe a extinção da família tradicional [machismo], do racismo e da LGBTfobia; tive o cuidado de assistir o vídeo, em seu inteiro teor, e verificar que, nas entrelinhas, o que se propõe é isso mesmo.

Pode não ser uma proposta dela, exclusivamente na palestra, mas há um projeto de lei, de sua coautoria, que diz claramente que a criança deve optar [decidir] sem a influência dos adultos, da família; é a tal da "ideologia de gênero" que insiste que a família não deve "rotular" [expressão minha] a criança como "menino" ou "menina", pois ela tem o direito de escolher a "modalidade" [expressão minha] sexual que pretende abraçar entre as várias já existentes prática e literalmente; isso depois de experimentá-las.

O seu Projeto de lei 5002/2013 [Lei de identidade de gênero] art. 5º - parágrafo primeiro diz:

"Quando, por qualquer razão, seja negado ou não seja possível obter o consentimento de algum/a dos/as representante/s do Adolescente, ele poderá recorrer a assistência da Defensoria Pública para autorização judicial, mediante procedimento SUMARÍSSIMO que deve levar em consideração os princípios de capacidade progressiva e interesse superior da criança" (sic).

Gostaria de reiterar aqui o que eu já disse no meu anterior artigo: "Queermuseu: a arte de fazer arte":

"Paralelamente vem se impondo um ‘currículo escolar’ no qual é forte o tema ‘ideologia de gênero’ que já induz as crianças, na tenra idade, a crer [aí sim por imposição] que as pessoas nascem sem "sexo" definido – nem menino, nem menina, podendo optar por quais costumes querem viver – ‘Necessário experimentar todas as ‘opções’ existentes [quantas quiser].

Isso é desconstruir a família tradicional, como Deus a criou!’"

Para reforçar o argumento de que o que se pretende é isso mesmo [desconstruir a família] ainda citei que o PNDH 3 [Programa Oficial do Governo para a Educação] diz que "é objetivo do governo [anterior] desconstruir a ‘heteronormatividade’. [Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V – Ação programática d]".

A intenção, e isso vem de longe, vem da serpente no Éden, é querer destruir os conceitos ditados por Deus, o Criador; foi Deus quem criou esse modelo de família; "poderes" outros vêm tentando impor novos valores ["desvalores"] através de doutrinação em todos os segmentos da sociedade e agora quer invadir o último e mais importante bastião da pureza, a criança.

* Já esqueceram que em situação semelhante, e não menos grave, Deus mandou juízo sobre a terra e destruiu Sodoma e Gomorra, salvando alguns membros de uma família fiel;

* em outra situação destruiu tudo preservando apenas uma família, a de Noé, que através de uma arca orientada pelo Criador, Deus e Pai, foi salvo das águas de dilúvio.

Como cristãos, temos que tomar uma posição, firme e bíblica, para preservar o que Deus criou; foi Ele quem determinou o modelo de família que hoje prevalece:

"Deixa o homem pai e mãe e una-se à sua mulher e sejam os dois uma só carne" (Gn. 2 24).

Pense nisto!
São Paulo - SP

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O mito da democracia racial entre os evangélicos

Nas denominações pentecostais, bem como em toda a Igreja brasileira, é difundida a ideia de “democracia racial” entre os membros. Os evangélicos, em geral, alimentam a ideia de que existe igualdade entre os fiéis, e isso tem sido motivo de orgulho para muitas denominações, sejam elas históricas ou pentecostais. Porém, esse mito tem sido usado para esconder o problema real do racismo na igreja evangélica brasileira.
O que vem a ser um mito? Segundo Junito de Souza Brandão, em sua coletânea Mitologia Grega, “sendo uma fala, um sistema de comunicação, uma mensagem, o mito é uma como que metalinguagem, já que é uma segunda língua na qual se fala da primeira”.6 O mito não é algo palpável, mas não deixa de existir como forma de comunicação, de identidade, de essência. O mito comunica algo que está além, inatingível. É o grito de dimensões da realidade que tem seu próprio significado.
A ideia de democracia racial torna-se um mito porque não se coaduna com a realidade experimentada pelos negros brasileiros. O problema se manifesta com mais clareza quando se observa a pouca representação dos negros nas pesquisas relacionadas com a renda e a situação econômica.
Na Igreja brasileira já se tornou corrente a ideologia que enfatiza a democracia racial como uma marca dos evangélicos brasileiros. Segundo ela, não temos igrejas separadas por raças, etnias ou cor, e isso nos faz mais harmoniosos do que os evangélicos da América do Norte, por exemplo. Porém, essa é mesmo a realidade entre os evangélicos brasileiros? Não há ideologia alguma por trás dessa premissa?

Ao mesmo tempo que as denominações pentecostais compõem a vertente da igreja evangélica que dá mais espaço aos negros brasileiros, também são as que reforçam o mito da democracia racial entre evangélicos. Caso contrário, os pentecostais não seriam os que mais demonizam os cultos de origem africana, nem se assustariam tanto com as reflexões sobre o racismo nas igrejas, e teriam, em suas lideranças majoritárias, um número muito maior de negros traçando os rumos de suas matrizes. Pelo contrário, a igreja pentecostal foge das discussões sobre a questão racial, demonstrando que, entre os evangélicos pentecostais, há um paraíso racial sem diferenças nem preferências.
Se “o objetivo do mito da democracia racial é esconder os conflitos raciais existentes e diminuir sua importância”, a igreja pentecostal cumpre muito bem com os objetivos dessa ideologia. Nas igrejas pentecostais, os conflitos existentes entre as raças nas relações sociais no Brasil são tratados com distanciamento tal a ponto de caracterizar quem se aventura a refletir sobre o assunto como “subversivo”, “desordeiro” e, o pior de tudo, “possesso” ou “endemoninhado”. Afinal, pensar sobre racismo em um ambiente onde impera o mito da democracia racial como algo divino é uma afronta aos mais “santos” e “consagrados”.
Os que defendem a igualdade racial são constantemente induzidos a crer que, dessa forma, causarão divisões na igreja e causarão problemas de relacionamento. A harmonia entre os pentecostais nem sempre tem sido uma realidade, mas, quando se trata de um assunto como o da igualdade racial na igreja, as objeções são, de fato, calorosas, unindo todos os pentecostais num só pensamento: “Na igreja pentecostal ou evangélica, não há racismo ou desigualdade; todos são iguais perante Deus”.
Com certeza, Deus vê todas as pessoas como iguais e ama a todas como são, ou seja, pecadores carentes de sua graça e sua misericórdia. Mas isso não quer dizer que nessas igrejas repletas de pecadores se verifique a realidade prática de que todos são iguais, de que todos possuem os mesmos direitos, de que todos sofrem os mesmos pesos quando erram e que, independentemente de raça, cor e situação econômica e social, podem alcançar os mais altos cargos denominacionais.
• Trecho retirado do livro A Religião Mais Negra do Brasil, de Marco Davi de Oliveira (Editora Ultimato).

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O Brasil, cada vez mais evangélico é um mau exemplo da prática da verdadeira religião ensinada na bíblia!

A palavra religião pode ter muitas explicações, sentidos e interpretações, mas a bíblia traz a boa definição de religião que faz sentido tanto na semântica quanto na sua sua prática: A verdadeira religião definida claramente por Tiago no primeiro capítulo é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas necessidades e não se deixar corromper pelas coisas desse mundo. Simples assim!
Pois bem, os últimos apontamentos do IBGE e outros institutos de pesquisa já indicam que os evangélicos já alcançam a marca de 60 milhões de pessoas no país e mantém um crescimento acelerado. Isso nos leva  a fazer alguns cálculos do que poderíamos fazer se praticássemos a verdadeira religião, principalmente no que diz respeito a impactar a realidade social de nosso país, cuidando dos órfãos, viúvas e necessitados.
Para entender o real impacto do que o povo evangélico poderia gerar, vamos imaginar a hipótese de que cada um, mensalmente contribuísse com uma cédula de R$2,00 (dois reais), aquela mesmo que é a preferida na hora da oferta na igreja, e que  esse recurso fosse usado na prática do primeiro requisito da verdadeira religião: A assistência aos necessitados. Para início de conversa, isso resultaria em um montante anual de algo próximo a R$ 1.500.000.000,00  (Um bilhão e meio de reais). 
Vejamos o que poderia ser feito com isso… e em apenas um ano:
  • Construir cerca de 30.000 casas simples para tirar pessoas das ruas e favelas, ou…
  • Servir cerca de 240 milhões de refeições básicas para combater a fome, ou…
  • Distribuir cerca de 500 mil toneladas de alimentos básicos, ou…
  • Distribuir mais de 700 milhões de litros de leite, ou…
  • Dar assistência a quase 500.000 crianças da rua…
E se esse cálculo fosse feito com base nos mais de 160 milhões de brasileiros que se dizem cristãos? em quantos meses mudaríamos a realidade dessa nação?
Enfim, em quaisquer das circunstâncias, em 10 anos poderíamos mudar a realidade de milhares de famílias, pessoas, eliminar a fome de muitas cidades e dar dignidade a milhares de crianças, ser realmente relevante, levar Cristo em atitude, não apenas em religiosidade e palavras, mas somos incapazes de fazer isso! Nosso negócio é Igreja, nossa prática religiosa é egoísta e sectarista, falamos de igreja como corpo de Cristo, mas somos incapazes de unirmos aos irmãos de outra denominação para praticar o principal ensinamento do Cristo que servimos. Aprendemos a ser tribo e não Reino, a viver cuidando de nós e dos nossos, esquecemos do próximo e por isso fico me perguntando: Será que estamos entendendo certo os ensinamentos de Cristo? Ser cristão assim não beira um pouco a hipocrisia? o egoismo? e como fica nosso próximo que devemos amar como a nos mesmos? estamos amando ou sendo pior que aqueles que chamamos de ímpios?
Melhor parar de fazer essas perguntas que não temos respostas e pensar em buscar minha verdadeira conversão, pois com tudo isso ainda nem abordamos a segunda parte da prática da verdadeira religião que é a não contaminação com este mundo, e aí ao aprofundarmos essa reflexão pode ser que as nossas ainda poucas convicções religiosas que possam restar depois desta análise, fiquem evidentes que necessitamos de uma nova prática para iniciarmos a fazer o mínimo que deveríamos já estar fazendo desde o dia que começamos a nos denominar cristãos.
A verdadeira religião impacta a história, a ética, a moral e o caráter de uma nação, mas antes de tudo, impacta na vida social, no amor e na dignidade de cada um que se incomoda com o desconforto, com a fome e com a falta de teto do seu próximo e através de gestos de grandeza, leva Cristo até estes que assim o conhecem de verdade, vendo-o nas pessoas que agem com um amor verdadeiro e puro e desprovidos de interesse, isso é refletir Cristo, isso é a prática da verdadeira religião que nosso país precisa para conhecer os cristãos de verdade com isso apagar as vergonhas de políticos, de oportunistas e dos frequentadores de igreja que querem apenas os benefícios de Cristo, achando que isso é viver o evangelho. Que Deus tenha misericórdia de nós e de nossa nação!

Pr. Eroni Fernandes

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Igreja Reformada sempre se reformando

As igrejas reformadas têm alguns slogans maravilhosos que são repletos de verdades importantes. Às vezes, no entanto, esses slogans podem ser mal interpretados, mal comunicados e mal compreendidos. Com a possível exceção de Sola Scriptura (a Escritura somente), nenhum desses slogans foi mais frequentemente deturpado com maior prejuízo do que ecclesia reformata, semper reformanda (a igreja reformada, sempre se reformando). De acordo com o historiador Michael Bush, muito do que imaginamos que sabemos sobre esse slogan provavelmente está errado. A frase não é do século dezesseis. Procurei centenas de documentos em uma variedade de línguas dos séculos dezesseis e dezessete, e a expressão ecclesia reformata, semper reformanda não ocorre neles. Nem o termo semper reformanda (sempre se reformando). Certamente, os escritores reformados falaram de uma “igreja reformada” e da necessidade de reforma. Mas homens como Calvino, que publicou um tratado sobre a necessidade de reforma em 1543, não usaram a frase. O ministro reformado holandês Jodocus van Lodenstein (1620-77) usou pela primeira vez algo semelhante a ela em 1674, quando justapôs “reformada” com “se reformando”, mas ele não disse “sempre”.
O teólogo reformado holandês Jacobus Koelman (1632-95) expressou ideias semelhantes e as atribuiu ao seu professor Johannes Hoornbeek (1617-66), que era um estudante do grande Gijsbertus Voetius (1589-1676). Nenhum deles acrescentou a expressão secundum verbum Dei (segundo a Palavra de Deus). A fonte dessa frase é quase certamente o professor do século vinte, Edward Dowey, do seminário de Princeton (1918-2003).
Van Lodenstein e os outros faziam parte de uma escola de pensamento na Holanda que estava intimamente ligada à teologia, à piedade e à prática reformada inglesa representada por escritores como William Perkins (1558-1602) e William Ames (1576-1633). Eles se identificavam como parte de uma “Reforma Adicional” (Nadere Reformatie). Como Perkins, Ames, os teólogos da Assembleia de Westminster (1643-48) nas Ilhas Britânicas e o grande Sínodo internacional de Dort (1618-19), essa escola de pensamento estava preocupada com que a igreja não voltasse ao erro e à escuridão; e desejava que a igreja continuasse a buscar a pureza da doutrina, piedade e adoração.
A frase completa ecclesia reformata, semper reformanda secundum verbum Dei (a igreja reformada, sempre se reformando segundo a Palavra de Deus) é uma criação pós-Segunda Guerra Mundial. Ela teve novo impulso com o teólogo suíço reformado e modernista Karl Barth (1886-1968), que usou variações da frase com alguma frequência. As principais (liberais) denominações presbiterianas às vezes usaram variações dessa frase de maneira oficial.
De fato, a frase é mais comumente entendida como “a igreja é reformada, mas precisa ser mudada de várias maneiras”. Essa frase é frequentemente utilizada como forma de expressar insatisfação com a teologia reformada, tal como foi recebida e expressa pelas igrejas reformadas nas confissões reformadas (por exemplo, a Confissão Belga de 1561, o Catecismo de Heidelberg de 1563 e os Padrões de Westminster de 1648). Assim, em 1967, a Igreja Presbiteriana Unida nos EUA rejeitou o entendimento histórico cristão e reformado de que a Escritura é a Palavra de Deus inerrante (não erra) e infalível (não pode errar). Ironicamente, sob o mal-entendido moderno da frase a igreja reformada, sempre se reformando, a denominação afastou-se da visão reformada e adotou uma visão ensinada pelo anabatista radical Thomas Muntzer (1489-1525), a qual os reformadores conheceram e rejeitaram.
Quando Calvino e os outros escritores reformados usaram o adjetivo reformado, eles não pensaram que era algo que jamais poderia ser realizado. No fim de sua vida, Calvino comentou com outros pastores em Genebra que as coisas estavam bem constituídas, e os exortou a não arruiná-las. Ele e os outros pensavam e falavam da reforma da igreja não como um objetivo inalcançável nesta vida, mas como algo que ou tinha sido ou que poderia ser alcançado, porque eles criam que a Palavra de Deus era suficientemente clara. Ou seja, o que precisa ser conhecido para a vida da igreja pode ser conhecido e, com a ajuda do Espírito de Deus e somente pela graça de Deus, as mudanças poderiam ser feitas (e estavam sendo realizadas) de modo a conduzir a doutrina, piedade e prática da igreja em conformidade com a vontade de Deus revelada nas Escrituras. É por isso que eles escreveram ordens eclesiásticas e adotaram confissões — porque criam que a reforma era uma tarefa grande, mas finita.
Eles não imaginavam que a teologia, a piedade e a prática da igreja reformada segundo a Escritura fosse inerentemente deficiente, de tal forma que precisassem ser incrementadas por outras tradições. Ao contrário de muitos hoje que utilizam essas palavras, os reformados não percebiam a reforma como uma justificativa para o ecletismo, emprestando “um pouco disso e um pouco daquilo” para um “guisado” teológico-eclesiástico. Contudo, eles não eram restritivos. Eles eram católicos (universais) em sua teologia, piedade e prática. Eles buscaram reformar a igreja de acordo com as Escrituras, mas prestaram muita atenção ao modo como os primeiros pais leram e aplicaram a Escritura e, quando essas interpretações resistiam ao escrutínio (sola Scriptura), eles as adotavam ou restauravam.
Outro dos mais perniciosos abusos da expressão semper reformanda nos últimos anos é o seu uso por adeptos do movimento autodescrito como Visão Federal. O adjetivo “federal” neste contexto não tem relação com a política civil; antes, se refere à teologia pactual reformada. Os defensores da Visão Federal adotaram esse nome para o seu movimento para destacar a necessidade de mudar a teologia reformada ou recuperar uma versão anterior, dependendo de qual deles você questionar. Eles concordam, no entanto, que toda pessoa batizada recebe uma temporária e condicional eleição, regeneração, justificação, união com Cristo, adoção e assim por diante. Após o batismo, cabe ao cristão fazer a sua parte para reter o que foi dado pela graça. Eles falam sobre a “objetividade da aliança”. Eles normalmente não aceitam a distinção reformada entre o pacto das obras e o pacto da graça, entre lei e graça, ou entre lei e evangelho. Eles rejeitam a doutrina reformada de que há duas formas de comunhão na comunidade da aliança visível (a igreja): interior e exterior. Segundo a Visão Federal, ninguém é finalmente regenerado, eleito ou justificado até o último dia. Eles redefinem ou zombam da compreensão histórica da justificação somente pelo favor divino (sola gratia), por meio da fé somente (sola fide), como “crença fácil”. Como os modernistas que nos levariam de volta aos anabatistas quanto à doutrina das Escrituras, defensores da Visão Federal buscam nos levar de volta à igreja pré-Reforma quanto à doutrina da salvação, e ao fazê-lo, eles usam a expressão ecclesia reformata, semper reformanda.
Quando Calvino e outros, nos séculos dezesseis e dezessete, escreveram sobre a igreja reformada e sobre a necessidade de reformar a igreja, estavam expressando a sua consciência de que, por causa do pecado e dos seus efeitos, a igreja tende à corrupção. Em apenas algumas décadas de recuperação do evangelho da livre aceitação por Deus por meio da fé somente, os protestantes quase perderam essa preciosa verdade na década de 1550. A Reforma pode ser e tem sido alcançada nesta vida, mas não é fácil mantê-la. Na época da Genebra do final do século dezessete, a igreja havia desfrutado do ministério de alguns dos mais corajosos ministros e mestres da Reforma: Guilherme Farel, João Calvino, Pierre Viret, Teodoro Beza e François Turretini, para citar apenas alguns poucos. No início do século dezoito, no entanto, a Reforma estava praticamente extinta em Genebra, e ainda não foi totalmente recuperada. Há muita verdade no slogan a igreja reformada está sempre se reformando, mas nunca se pretendeu que ele fosse uma licença para corromper a fé reformada. Devemos compreendê-lo e usá-lo como um lembrete da nossa tendência de nos desviar da teologia, piedade e prática ensinadas nas Escrituras e confessadas pela igreja. Certamente as nossas confissões são passíveis de reforma. Nós, protestantes, somos unidos à Palavra de Deus como a carta régia e regra objetiva da fé e prática cristãs. Se alguém descobrir um erro em nossa teologia, piedade ou prática, somos obrigados por nossas próprias confissões e ordens eclesiásticas a ouvir um argumento a partir da Palavra de Deus. Se esse argumento prevalecer, devemos mudar a nossa compreensão ou a nossa prática. Mas não devemos, sob a cobertura desse slogan do final do século dezessete, subverter o que a Bíblia ensina por uma contínua e incessante “reforma” que nos afasta do coração e da alma do que confessamos.

Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva.
O Dr. R. Scott Clark é professor de história da igreja e teologia histórica no Westminster Seminary California

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