NOSSA MISSÃO: “Anunciar o Evangelho do Senhor Jesus à todos, transformando-os em soldados de Cristo, através de Sua Palavra.”

Versículo do Dia

Versículo do Dia Por Gospel+ - Biblia Online

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Sintomas do orgulho

O orgulho se revela na obstinação em nos proteger a qualquer custo. Queremos proteger nossa imagem porque queremos ser grandes diante dos outros. Daí vem as reações agressivas quando nos sentimos atacados. O sentimento de humilhação é insuportável porque fere a imagem de superioridade que cultivamos.

Ficamos ofendidos com muita facilidade porque somos orgulhosos! Qualquer coisa que digam contra nossa opinião ou atitudes são interpretadas como graves ataques pessoais. Então, como feras acuadas, saímos em defesa de nossa imagem… A forma como fazemos isso pode variar, mas a motivação é sempre a mesma: orgulho!

Alguns explodem em ira. Outros se afastam em busca de isolamento. É possível ficar remoendo a situação de humilhação, imaginando possíveis reações de defesa. Listas dos defeitos de quem nos "atacou" são feitas e refeitas mentalmente. Queremos ouvir alguém que concorde conosco e nos ajude a reafirmar o quanto estamos certos e o outro está errado. O ódio é cultivado junto com o sentimento de vitimização. Depois pode vir a depressão, pânico, reações diversas das emoções e do corpo…

Entretanto, quando aprendemos com Cristo que não somos o centro do mundo, que a vida não é sobre nós, mas sobre Deus, nossa própria imagem perde importância. Quando percebemos que a honra de Cristo é mais importante que a nossa, deixamos de nos ofender por qualquer coisa, deixamos de desperdiçar tempo e energia para nos proteger.

Aliás, em Cristo, enxergamos nossa miséria e tomamos consciência de que nenhum ataque poderia revelar o quão profundamente feia é nossa imagem. É assim que a verdade nos liberta de nós mesmos e dessa cansativa tarefa que o orgulho nos dá - proteger a honra de um ser tão indigno quanto eu.

Enquanto olhamos pelas lentes do orgulho jamais poderemos perdoar, pois não nos vemos tão miseráveis, feios e maus como aqueles que nos ofendem. É a verdade que nos liberta para perdoar e amar outros seres iguais a nós...
Taguatinga - DF

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O que a igreja pode aprender com o fenômeno dos desigrejados?

Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.

A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
 
Confira as respostas do jornalista, teólogo e escritor Maurício Zágari. 

O que a igreja pode aprender com os desigrejados?

Maurício Zágari – Acima de tudo, pode aprender a amar. O fenômeno do desigrejamento deveria nos conduzir ao exercício do amor. As pessoas que se afastaram não se desigrejaram do nada. Algo aconteceu. E, se queremos trazê-las de volta à comunhão, precisamos agir com graça, empatia e amor extremo. Ortodoxia sem ortopatia não é cristianismo, é legalismo. Lamentavelmente, quando se fala de desigrejados no meio da igreja institucional, via de regra, a postura de muitos é meramente farisaica, no sentido de criticá-los, ofendê-los e tratá-los como rebeldes ou, até, inimigos. Mesmo pastores e teólogos de maior visibilidade têm errado – muito! – nesse sentido. O fenômeno do desigrejamento tem como única e exclusiva solução a prática do amor, com paciência e mansidão. E amar demanda tempo e esforço. Então, é mais fácil, rápido e popular postar cinco linhas nas redes sociais atacando os desigrejados do que sentar dia após dia com eles para tratar suas feridas e amá-los. Precisamos aprender a amar melhor, e os desigrejados podem ser excelentes meios de nos exercitarmos na prática do amor. 
 
Há algo que a igreja institucional e os desigrejados possam fazer juntos?

Maurício Zágari – Desigrejados ou não, continuamos sendo irmãos, com todas as implicações que a fraternidade em Cristo traz. Os desigrejados estão equivocados em suas decisões? A meu ver, sim, pois desigrejar-se não cura feridas, não evita novas feridas nem resolve os males da igreja institucional. Ou seja, desigrejar-se não resolve absolutamente nenhum dos problemas que levaram alguém a se desigrejar. Porém, por mais equivocados que estejam os desigrejados, ninguém deixa de ser filho do mesmo pai porque comete equívocos. Igreja institucional e desigrejados devem seguir como irmãos (e não inimigos), amando, exercendo os dons e ministérios e fazendo o reino de Deus vicejar nesta Terra. E creio, até, que, se caminharem juntos nesse propósito, com o tempo se reaproximarão e voltarão a se conectar. Porque o amor faz isso.
 
• Maurício Zágari é teólogo, editor da Editora Mundo Cristão, autor de nove livros publicados, comentarista bíblico e jornalista.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Como ensinar a criança a ler a Bíblia

“Não é fácil ler a Bíblia!”, possivelmente você já ouviu essa expressão e talvez até considere essa possibilidade. Então, não seria um contrassenso levar a criança a ler algo que é de difícil compreensão? Por que ela tem que fazer isso? É possível, uma criança ter o hábito de ler a Bíblia e ainda compreender o seu texto? Se essas questões inquietam você, vamos prosear sobre o assunto.

1. Incentive o hábito da leitura
Antes de pensar em ler a Bíblia, temos que lembrar que a leitura é um hábito que é construído desde a tenra idade. Por essa razão é importante incentivar a leitura em geral desde o nascimento da criança. Como? Leia para seu filho, leia regularmente diferentes histórias com bastante entusiasmo. Crie o hábito de interagir com a criança enquanto lê, peça para ela apontar um personagem no livro, fazer algum tipo de som ou gesto. Faça perguntas, das mais simples às mais complexas. Assim que a criança conseguir segurar objetos, forneça livros de plásticos e depois de tecidos e, finalmente de papel. Disponibilize diferentes livros em cada fase da criança. Ensine sobre o cuidado com os livros. Leve seu filho à biblioteca e livrarias, deixe-o se sentir encantado com a diversidade dos livros.

2. Seja um exemplo
A criança precisa ver seus pais (ou responsáveis) lendo, apreciando a leitura em geral e, principalmente, lendo a Bíblia e bons livros que nos ajudam a compreendê-la. Ver o empenho e esforço dos pais na leitura, estimula o filho. Há alguns anos, minha rotina era acordar mais cedo que minha filha caçula e fazer minha devocional, então percebi a orientação de Deus de que ela deveria ver esse momento. Fiz os arranjos necessários na rotina de forma que ela pudesse presenciar uma parte do meu tempo dedicado à leitura e oração. Para minha surpresa, um dia ela pegou sua bíblia e revista da escola dominical e disse que iria fazer a sua devocional. Não fiz qualquer alarde, mas por dentro estava exultante e grata a Deus pela sua graça.

3. Pesquise e compre para seu filho uma bíblia adequada para sua idade
É importante que a criança goste da sua Bíblia. Quando ela ainda não sabe ler, as Bíblias ilustradas são as mais indicadas. Inicie com as que têm menos textos e depois compre outras com textos mais longos. Quando estiver alfabetizada, forneça uma bíblia com uma tradução moderna e confiável. A Bíblia das Descobertas é minha sugestão para a criançada.

4. Crie um ambiente devocional em casa
Aprendemos e desenvolvemos nossa espiritualidade quando estudamos a Bíblia sozinhos, mas também aprendemos e somos estimulados quando estudamos e oramos juntos. A regularidade de um momento com essa finalidade é imprescindível. Veja mais sobre esse assunto no artigo Como e por que fazer o culto doméstico.

5. Mostre o motivo para ler a Bíblia regularmente
Deus nos criou para nos relacionarmos com ele. Foi assim desde o Éden quando o Senhor ia ao encontro de Adão para conversarem, foi assim com Moisés quando conversava com Deus “como quem fala com o seu amigo”, foi assim quando Jesus disse que não mais nos chamaria de servos “mas sim, de amigos”. Para conhecer o nosso Deus, Senhor, Salvador e Amigo precisamos ir à fonte, e essa fonte é a sua Palavra. A Bíblia não é sobre nós, mas é sobre Deus, sobre o seu plano eterno de nos fazer seus filhos. Por causa do pecado, nossa tendência é sair fora, mas pela graça e pelo Espírito Santo que age em nós (e nossos filhos), podemos abrir os olhos e “ver as maravilhas da sua Lei”.

6. Ajude a formar um plano e uma rotina
E agora, por onde começar? No início é bom que haja um material de apoio, livro devocional adequado para a idade (Sugestão: Surpresa para hoje, da RTM e União Cristã). Depois, incentive seu filho a fazer uma leitura sequenciada. Que tal começar com o evangelho de Marcos? É o evangelho que tem mais ação e, por ser o menor dos evangelhos, a criança terá a satisfação de completar a leitura em breve. Depois poderá ler o Evangelho de João e ver outra perspectiva da vida e ministério de Jesus. Algumas cartas pastorais como Tiago e as cartas de João, são indicadas. Fale da importância dele orar antes da leitura, pedindo a ajuda de Deus para ficar atento e compreender o texto. Diga que ele deve ler pelo menos duas vezes a passagem bíblica. Em seguida deve refletir e fazer algumas perguntas, tais como:

- O que essa passagem me ensina sobre Deus?

- O que ela me ensina sobre as pessoas e sobre eu mesmo?

- O que Deus quer que eu faça?

É importante que a criança termine esse tempo orando mais uma vez comprometendo-se em cumprir o que observou.

Pais, é certo que seu filho vai falhar e, por vezes, a preguiça falará mais alto, então ele pode deixar de ler ou ler sem qualquer atenção. Mas não desista! Mostre interesse, pergunte, fale sobre seu tempo devocional. Incentive-o com carinho e firmeza. Conheço algumas famílias que premiam seus filhos quando terminam a leitura de livros da Bíblia (ou determinado número de páginas).

Não tenho dúvidas que o maior legado que podemos passar para nossos filhos é o amor ao Senhor e o apego à sua Palavra. Isso exigirá de nós compromisso, determinação, força de vontade e, sobretudo, dependência de Deus. Mas tenho certeza, valerá a pena!

BÔNUS: Clique aqui e veja uma lição sobre Tempo com Deus, da revista MQV Júnior, Editora Cultura Cristã. Conheça as revistas MQVs (Mais que Vencedores) Júnior e Kids.


É editora assistente da Editora Cultura Cristã, responsável pelos materiais infanto-juvenis.

domingo, 13 de maio de 2018

Sou mãe, não tenho emprego, apenas trabalho

Eram nove horas da noite de uma sexta-feira, talvez por isso ninguém tenha me visto passar o crachá na saída daquele dia de trabalho. Dia que seria meu último antes da licença-maternidade do meu primeiro filho. Mal poderia imaginar que aquela passada de crachá era uma despedida – o início dela. Algo me dizia que eu não voltaria, ou pelo menos não voltaria a mesma.

Lembro como se fosse ontem que na manhã daquele dia minha chefe me perguntou despretensiosamente, mas com muito carinho, se eu achava que assim que eu tivesse meu filho eu iria querer ser "só mãe". Seu tom de voz sugeria que ela sentiria minha falta se essa fosse minha decisão. "Imagina!" - neguei veementemente - "Não consigo me imaginar sem meu trabalho". Naquele momento não conseguia mesmo.

Tanto que voltei a trabalhar depois de seis maravilhosos e desesperadores meses de licença maternidade. Foram seis meses em casa cheirando cangote de neném e leite azedo, de cabelo despenteado, coração transbordando de amor e alma desarranjada. Para dizer a verdade, eu não via a hora de voltar a seu "eu mesma". Nos primeiros dias de volta ao trabalho, meus peitos empedrados não me deixavam esquecer da saudade quase incontrolável daquele cheirinho gostoso de bebê e dedinhos mexendo no meu cabelo enquanto me encarava com olhar de satisfação. Ao mesmo tempo, tentava afogar com café a culpa de estar me sentindo tão aliviada e até mesmo feliz de poder conversar com outros adultos, colocar uma roupa bonita, esconder minhas olheiras e não estar mais cheirando azedo. Eu queria mergulhar de cabeça novamente na sensação de segurança, valor e autoestima que o ambiente controlado do meu trabalho me dava, mas meu cansaço, falta de foco e coração latejando não deixavam. Tudo estava diferente dentro de mim. E qual foi minha surpresa quando eu percebi que não me encontrei novamente ali.

>>> Ser mãe é padecer no paraíso? <<<
Só que toda vez que pensava em parar de trabalhar eu me relembrava dos meses de licença maternidade, da sua solidão, da impotência, das longas horas cheias de pequenas coisas do cotidiano que parecem não se juntar em nada grandioso, da falta de me sentir produtiva. Já quando pensava em continuar trabalhando me deparava com a insatisfação de não poder passar mais de três horas por dia com meu filho e, pior, de estar trocando o meu tempo com ele por reuniões improdutivas e tarefas que não tinham mais o mesmo valor e propósito para mim. Não via esperança ou solução mágica em nenhuma das alternativas.

Foi então que eu percebi que a questão era menos se eu continuava trabalhando ou deixava de trabalhar, mas em que base eu estava construindo minha identidade, o que eu estava usando como combustível para minha sensação de valor. Nossa sociedade nos incentiva a construir esse senso de valor na nossa produtividade e alta performance. E aí trabalhamos como se não houvesse mais amanhã. Como se não ter um emprego significasse não existir, não ter segurança, não ter valor. Passamos a vida acumulando rótulos profissionais e currículos para nos sentirmos importantes.

Foi então que, em meio a esse dilema existencial me foi feita a pergunta que mudaria para sempre minha perspectiva sobre trabalho: "Se dinheiro não fosse o problema você pararia de trabalhar, continuaria trabalhando no que você está fazendo hoje ou investiria esse dinheiro em outro trabalho?".

>>> Sou mãe. E agora? <<<
Foi então que eu percebi que não trabalhamos para ganhar a vida. A vida já está ganha. Ela já nos é dada, de graça, todos os dias. Trabalhamos para dar vida àquilo que o mundo precisa para ser um lugar mais harmonioso, justo e bonito. E isso independe de dinheiro na conta ou não. As contas pagas e o coração sorrindo devem sempre ser a consequência de um trabalho bem-vivido, nunca a razão. Na verdade, ouso dizer que os trabalhos mais bem-vividos podem até chegar a não receber nenhum centavo em vida, mas como são valiosos. Pois não há trabalho maior que dar sua vida para dar vida e criar pessoas generosas e amadas. Não há dinheiro que pague o valor e trabalho dessas vidas.

É uma grande ilusão achar que fomos feitos somente para usufruir e que o trabalho é um somente meio de conseguir dinheiro para comprar aquilo que nos propiciará momentos de prazer e uma vida tranquila. Mas e se, na realidade, nós tivéssemos sido feitos para trabalhar? E se a nossa vida tivesse sido projetada para que fôssemos férteis de pessoas e também de ideias? E se parir essas ideias desse tanto trabalho quanto parir uma pessoa? E se criar um projeto fosse feito para ser justamente tão não-tranquilo como criar um filho? E se o trabalho fosse um meio de termos momentos de prazer em meio a momentos de desprazer, enquanto construímos algo significativo e valioso?

Meu valor não está no meu trabalho, mas o meu trabalho tem valor, ganhe eu um tostão por ele ou não. Depois de muito ponderar sobre essas questões a minha decisão final foi de sair do mundo corporativo, mas nunca deixar de trabalhar. Porque através do trabalho das minhas mãos, seja ele trocando as fraldas dos meus filhos, seja em um projeto remunerado (e às vezes fazendo as duas coisas ao mesmo tempo), posso tornar a Terra um pouco mais como o céu. Lá onde não há ouro, lá onde está o meu tesouro. Enquanto não chego lá, não me cansarei de trabalhar aqui.

• Luiza é discípula de Jesus, casada com Paulo há 7 anos, mãe do Gabriel de 3 anos e do João de 1 ano (foto). É estrategista de conteúdo e experiências digitais e depois que se tornou mãe trocou a carreira no mundo corporativo pelo home office para poder acompanhar de perto o crescimento e criação dos pequenos. Nesse meio tempo, criou o blog Mochilinha e Violão onde compartilha seus aprendizados dessa escolha por caminhar mais devagar e viver uma vida mais leve, criativa e autêntica ao lado dos filhos e família.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Os pais não são infalíveis, mas algumas atitudes ajudam a evitar tragédias

Livro da Semana  | Pais Santos, Filhos Nem Tanto

O exemplo da família de Davi nos ajuda a avaliar o que pode ser evitado dentro de casa.

O exemplo da família de Davi nos ajuda a avaliarmos o que pode ser evitado dentro de nossos lares para que não venhamos a experimentar tragédias como as que aconteceram na casa do mais conhecido rei de Israel. Embora fosse um homem segundo o coração de Deus, Davi não teve sucesso como pai de família. […]
Para evitar uma catástrofe familiar, fujamos da ideia de que os desejos dos filhos não podem ser reprimidos. Uma das maiores mentiras da nossa sociedade é a de que é preciso dar aos filhos tudo o que não tivemos na infância ou adolescência, sejam bens materiais ou liberdades. Falsos especialistas afirmam que, ao agir assim, não traumatizamos nossos filhos. Porém, se os pais não deixam claro para o filho, desde muito cedo, que ele não pode nem precisa ter tudo que a sociedade de consumo oferece com promessas de felicidade e satisfação, correm o risco de vê-lo começar a impor condutas e liberdades que julgam erradas. Além disso, podem surgir discussões fervorosas com os pais, as quais terminarão em gritos e até mesmo agressões físicas.
Certa vez, atendi em meu consultório um pai que, após ter levado um soco do filho adolescente de 16 anos, se queixava dizendo:
— Não entendo por que ele fez isso. Sempre dei-lhe tudo o que me pediu. Só porque mandei que desligasse o computador às três da manhã?
Este pai fez o filho acreditar que a vida nunca impõe limites, mas que ele pode fazer o que quiser, pois todos sempre concordarão. Pais que não querem ver a desgraça bater à porta das próprias casas não podem ser permissivos com os filhos. Não devem ceder quando o filho não quer ir à igreja, pois “precisa” ficar jogando no computador. Caso contrário, ao chegar à adolescência, a filha quererá que o namorado durma com ela no quarto, pois viu isso na televisão. E ainda exigirá que os pais comprem para ela uma cama de casal, afirmando que “em casa é mais seguro”. Eles terão poucas forças emocionais para se opor a isso. Limites devem ser estabelecidos desde cedo na vida da criança, sobretudo quando ela tenta manipular os pais com choro. Uma mãe disse certa vez que a filha de três anos ainda dormia junto com o casal, pois, “quando ficava sozinha no quarto dela, chorava e a mãe tinha de dormir com ela”. Afirmei a essa mãe que as chantagens emocionais aumentam com o passar do tempo e, caso ela não impusesse limites claros, logo perderia o controle.
Alguns “especialistas” afirmam que não devemos impor nossos valores aos filhos, antes, devemos deixá-los escolher livremente aqueles que julgarem melhores, pois isso é a “verdadeira liberdade”. Nada mais equivocado. É necessário deixar claros aos filhos os valores que julgamos importantes para a vida. Assim, se seguimos os princípios cristãos ensinados por Jesus nos Evangelhos, devemos transmiti-los aos filhos desde cedo, contando histórias da Bíblia para eles e realizando momentos de devocionais em família. De igual forma, devemos contar-lhes nossas experiências pessoais com Deus e os pequenos milagres que ele realizou em nossas vidas, pois isso os influenciará nas escolhas que terão de fazer. É importante reservar um tempo especial para contar histórias bíblicas e orar com os filhos antes de dormir. Esta tarefa não pode ser delegada a terceiros. Um dos grandes equívocos de Davi foi conferir o cuidado do coração dos filhos a terceiros. Os pais são líderes espirituais na família, e isso é um privilégio.
É preciso que deixemos claros aos filhos os valores que temos sobre sexualidade. Se não o fizermos, eles buscarão informações e valores na internet, nos debates televisivos dos canais voltados ao público adolescente e nas cartilhas mal elaboradas e tendenciosas que receberão na escola. A melhor forma de transmitir valores relacionados à sexualidade é a vivencial. Quando o marido trata a esposa com ternura, respeito e carinho, falando e demonstrando abertamente que a ama, o filho associa a sexualidade com estes valores e incorpora uma visão saudável do significado de um relacionamento íntimo em que o outro é tratado como sujeito e não como objeto.
Um elemento importante que contribui para a desgraça familiar na narrativa bíblica que analisamos é o silêncio de Davi em relação aos filhos, como já mencionamos. Evitar o diálogo com o cônjuge e os filhos é caminhar a passos largos para uma tragédia. Além disso, as conversas não devem ser superficiais ou baseadas em cobranças, apenas para saber como vão as notas no colégio ou como foi o resultado do futebol. Precisamos desenvolver diálogos profundos sobre temas significativos, como projetos de vida, e também sobre os “antivalores” que eles ouvem na convivência com os colegas.
Os pais não podem ter medo de demonstrar emoções — principalmente as positivas — na frente dos filhos durante os diálogos. Emocionar-se é mostrar-se humano, e os filhos conseguem aproximar-se com mais facilidade quando percebem humanidade nos pais. Infelizmente, alguns pais só demonstram emoções na hora da raiva, fazendo valer o porte físico e o timbre de voz para gritar com os filhos e intimidá-los. Talvez acreditem que os gritos ajudam os filhos a ouvi-los melhor ou, pior ainda, recorram à força física para demonstrar ira e indignação.
Este modo de expressar as emoções pode ser um veneno mortal para o vínculo entre pais e filhos, sobretudo se o filho for adolescente. Neste caso, a reação paterna gerará amargura, pois o filho se sentirá agredido. Além disso, fará com que o coração dele se distancie do coração dos pais.
É necessário disciplinar os filhos sempre. Isso deve ser feito olhando nos olhos deles. Os olhos são a janela da alma e, se os pais olharem bem fundo nos olhos deles, verão uma criança ou adolescente ingênuo, que precisa aprender a lidar de forma saudável com o meio onde está — e não um monstro a ser domado com gritos e bofetões.
>> Trecho retirado do capítulo 8, Composição desastrosa, do livro Pais Santos, Filhos Nem Tanto (Editora Ultimato).

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Pais, estejam atentos às práticas espirituais das crianças

Pais, não tomem o provérbio bíblico “ensina a criança” e trate-o como uma promessa, assumindo que, se fizerem tudo certo em sua paternidade e maternidade, seus filhos irão bem. Provérbios são verdades gerais, não promessas específicas. Além disso, quando consideramos o contexto geral da Bíblia, vemos quão contraproducente é tentar treinar nossos filhos para confiarem em Deus se o que mostramos para eles é que confiamos em nosso treinamento.
Mas, apesar de colocarmos a nossa esperança em relação aos nossos filhos em Deus, não em nosso treinamento, reconhecemos como esse provérbio nos ensina a treinar seriamente os nossos filhos — tanto para onde guiá-los quanto também para pastorearmos os seus corações. E parte desse pastoreio e orientação inclui o efeito de uma cultura familiar.
Em um novo estudo LifeWay Research entrevistou 2.000 protestantes e não-denominacionais que iam à igreja pelo menos uma vez por mês e têm filhos adultos entre 18 a 30 anos. O objetivo do projeto era descobrir quais práticas dos pais eram comuns nas famílias onde os jovens adultos permaneciam na fé. O que afetou o desenvolvimento moral e espiritual deles? Quais os fatores que se destacavam?
Vocês podem esperar que os cultos de adoração familiar desempenham um papel importante, ou o simples hábito de comer em torno da mesa. Talvez vocês esperariam que uma criança que frequentou uma escola cristã fosse mais tendente a seguir Jesus do que uma criança que estudou em escola pública. Todos têm ideias sobre quais práticas são positivas para crianças.
A pesquisa indicou que as crianças que permaneceram fiéis como jovens adultos (se identificando como cristãos, compartilhando a sua fé, permanecendo na igreja, lendo a Bíblia e assim por diante) cresceram em lares onde certas práticas estavam presentes.
Leitura bíblica
O maior fator foi a leitura da Bíblia. Crianças que liam regularmente a Bíblia enquanto cresciam eram mais propensas a ter uma vida espiritual vibrante quando se tornaram adultos. Essa estatística não me surpreende. A Palavra de Deus é poderosa. A Bíblia revela a grande história de nosso mundo e nos ajuda a interpretar as nossas vidas e a tomar decisões no âmbito de uma cosmovisão bíblica. A leitura da Bíblia é um constante lembrete de que vivemos como seguidores de Deus. Nosso Rei falou. Ele reina sobre nós. Nós desejamos andar em seus caminhos.  
Oração e serviço
Mais dois fatores seguem bem atrás: oração e serviço na igreja. A prática da oração não foi especificada, se era privada ou congregacional, antes das refeições ou antes da hora de dormir, ou pela manhã. Porém, a oração estava presente.
Observe que o fator relacionado à igreja é sobre o serviço, não apenas a frequência. Não era apenas que os pais levassem os seus filhos para a igreja (onde o “pastor profissional” poderia nutri-los espiritualmente), mas que as crianças eram incluídas e integradas na igreja através do serviço. O hábito de servir aos outros na igreja e na comunidade provavelmente formou esses jovens adultos de um modo que os impediu de se identificarem apenas como “consumidores” da igreja, mas sim como contribuintes da edificação do povo de Deus. Um pouco abaixo na lista, as viagens missionárias da igreja aparecem como outro indicador do poder do serviço ativo.
Canto de músicas cristãs
O que pode surpreender vocês é quão alto na lista estava esse fator: ouvir principalmente músicas cristãs. A música contemporânea cristã tem uma má reputação atualmente, em geral por ser mais inspiracional do que teológica (embora eu acredite que este estereótipo não é verdadeiro em todos os casos). Ainda assim, não devemos descartar a verdade por trás da antiga observação de Agostinho de que nós cantamos a verdade em nossos corações. Quando cantamos juntos como congregações e quando louvamos a Deus individualmente ou cantamos músicas que fortalecem a nossa fé, enfatizamos a beleza da nossa fé. (Também foi notável descobrir abaixo na lista que ouvir principalmente música secular foi um indicador que afetou negativamente a vida espiritual).
Cultura, não programas
Há décadas, muitos cristãos têm assumido que certos programas da igreja são os fatores-chave no desenvolvimento espiritual de uma criança: escola bíblica de férias, atividades de grupos de jovens, escola dominical, e assim por diante. Mas esse estudo mostra que tais programas têm um impacto quando estão conectados a hábitos consistentes de oração, leitura bíblica, louvor e serviço. É a cultura familiar e da igreja, e o que mais importa é o fato que eles integram as crianças e os jovens em disciplinas espirituais, e não o modo como isso acontece.
Também é impressionante o impacto do exemplo dos pais em relação a lerem a Escritura, participarem de projetos de serviço, compartilharem a sua fé e pedirem perdão após pecar. Em outras palavras, quanto mais a vida cristã penitente e alegre fosse exemplificada, as crianças mais provavelmente ​​permaneceriam na fé.
O poder da imitação e do ambiente
A pesquisa não deve ser mal utilizada de forma a transformar as crianças em “páginas em branco”. Não existe uma fórmula perfeita para pais e, como mencionei acima, ninguém deve assumir que existe uma fórmula ou método infalível para garantir o resultado de um filho crente. Não superestimem o seu poder. O Espírito Santo é quem salva, não vocês.
Contudo, também não subestimem o poder do Espírito agir através do ambiente que vocês criam para o seu lar. Existe um poder na fiel imitação cristã. As crianças são mais propensas a se arrependerem e pedirem perdão quando viram os pais fazerem isso e quando experimentaram a graça nas relações humanas. As crianças são mais propensas a aspirar ao cristianismo fiel quando veem o serviço alegre como uma virtude exemplificada no lar.
  • Que tipo de cultura desejamos em nossos lares e igrejas?
  • Que espaço criamos para que nossos filhos floresçam?
  • Como enraizamos nossas famílias na Palavra de Deus?
  • Como estamos exemplificando a oração e o arrependimento?
  • Como a fidelidade é demonstrada em nosso lar?
  • Quais são as músicas que estão em nossos corações e em nossos lábios?
  • Como estamos cumprindo a Grande Comissão?
Façamos essas perguntas e supliquemos a Deus que opere em nós e através de nós, para a sua glória e para o bem de nossas famílias.

Por: Trevin Wax. © The Gospel Coalition. Website: thegospelcoalition.org. Traduzido com permissão. Fonte: Parents, Take Note of the Spiritual Practices Common to Kids Who Flourish As Adults.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Você não é o que você faz

“O que você é?”

“Eu?! Eu sou engenheiro.”

Não foram poucas as vezes que respondi dessa forma tal pergunta. Mas, você já observou quão estranha é essa resposta? Uma frase altamente filosófica, que questiona o mais profundo de nossa identidade, tão naturalmente respondida com o que temos como profissão. Troque por médica, mecânico, secretário, bibliotecária... não importa, nenhuma profissão é tão forte ou importante que venha substituir quem nós realmente somos.

No ambiente religioso cristão, entretanto, essa tensão é acrescentada de outro fator: o “chamado”. Apesar de insistirmos em dizer que cremos no “sacerdócio universal”, ou seja, que todos os crentes em Jesus são sacerdotes do Senhor para uma humanidade distante do Pai, separamos os ofícios entre os que têm um chamado: pastores, evangelistas e missionários, e os demais, que, por não possuírem tal chamado, devem se contentar com uma profissão “secular”. Assim, repetimos o erro católico romano de separar cristãos em clero e leigos e dividimos nossa igreja entre ordenados e membresia.

Entenda-me. Não estou negando que Deus chame e separe alguns para ministérios especiais no Corpo de Cristo, como bem ressaltou Paulo aos Efésios (4:11), mas a mesma passagem diz que o desempenho do serviço cristão é tarefa de todos, e não de apenas desses (Ef 4:12).

Então, todos trabalharão tempo integral para servir a Igreja? Com certeza, não! A diversidade de dons do Espírito Santo é um reflexo na Igreja da diversidade de dons e talentos dados a todas as pessoas, em todos os lugares. Uns gostam de lecionar, outros de criar engenhocas, outros de consertá-las. Enquanto alguns gostam de cozinhar, outros preferem lavar as louças. A teologia protestante enfatiza o trabalho diligente como um sinal da graça de Deus, e não um castigo a ser tolerado, já que não recebemos o tal chamado. Ver o trabalho de tal forma é o princípio da libertação de seu jugo.

Quando Paulo orienta os servos (escravos) em sua Carta aos Colossenses, ele ressalta que, apesar de estarem servindo sob condições infinitamente piores que em um emprego comum dos dias de hoje, eles deveriam ter em mente que não estavam servindo seus senhores, mas ao próprio Senhor Jesus (Cl 3:22-25). A distinção entre trabalho secular e sagrado está muito mais em nossas mentes e teologia do que no coração de Jesus. Por isso, Paulo clama: “tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai” (Cl 3:17).

Formei-me em engenharia há 25 anos e por cerca de vinte exerci a profissão. Depois disso, dediquei-me integralmente ao ministério pastoral, mas durante cerca de doze anos dividi-me entre os dois ofícios. Das várias coisas que tenho aprendido com as experiências dessa graça de Deus, posso dizer que não arriscaria dizer que o ministério religioso é superior ao trabalho dito secular, apesar de admitir tal tentação. Há lugares, pessoas e situações que apenas o profissional cristão poderá estar, tocar e vivenciar. Lugares onde ministros religiosos e missionários nunca pisarão os pés, mas que servos sem títulos eclesiásticos poderão não só estar, mas terão a oportunidade de ministrar aos perdidos mais perdidos.

Permita-se ser um profissional de Cristo. Seja qual for a profissão, seja onde for o emprego, Deus o plantou aí para ser um sacerdote para os demais, sal da terra e luz do mundo, para proclamar que só há um Senhor sobre tudo e sobre todos, que morreu, ressuscitou, vive e voltará. Para isso servimos, hoje e sempre.

• Luís Fernando Nacif Rocha é Pastor auxiliar na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte. É mestre em Teologia Bíblica do NT pelo Alliance Theological Seminary, EUA, e atua na área de missões, pequenos grupos e ensino.

Imagem ilustrativa: Designed by Freepik

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Como escolher qual livro ler

Fanáticos religiosos chamam ateus de fanáticos. Fanáticos ateus chamam religiosos de fanáticos. Assim, abraçado a seu fanatismo, cada um classifica o que está do “outro lado” como lhe convém, sem nunca precisar exercitar, com humildade e dedicação, a nobre tarefa de buscar entender o outro, antes de concordar ou discordar.

Claro que entendo a discordância como parte da vida comunitária saudável ou, pelo menos, assim deveria ser. Mas como discordar se, para começo de conversa, eu nunca entendi bem o que quer que seja que meu oposto pensa ou, ainda que absurdo, sem que eu mesmo compreenda bem onde deposito minhas convicções e segurança?

Por isso os livros são necessários. Eles expandem e questionam nossos horizontes, nos levam a mundos novos ainda não explorados. Ainda assim, que livros ler? Ou com que atitude embarco nessa aventura? Perguntas simples, mas que fazem toda a diferença. Recordo o dia, ainda estudante universitário, líder em meu grupo de ABU (Aliança Bíblica Universitária), quando comentei com uma amiga, também estudante à época e hoje uma psicóloga renomada, que eu buscava alguns livros para tentar entender melhor o nosso mundo “pós-moderno”, um termo que era novidade para nós naquele momento. Sua recomendação foi tão simples como preciosa: “busque ler livros que apresentem várias perspectivas, e não apenas os que são escritos por autores cristãos sobre o assunto”. Guardei essa sugestão como um pequeno tesouro ao longo da minha vida.

Na verdade, fui descobrindo aos poucos a imensa necessidade que temos, e o enorme benefício que ganhamos, ao buscar ler de fontes variadas. Algo válido não apenas quanto se trata da fé e suas vertentes doutrinárias, mas também quanto aos diferentes olhares sobre o mundo e a história, com perspectivas políticas e ideológicas distintas.

Queria ler sobre o ateísmo? Deveria buscar um autor ateu. Sobre o liberalismo econômico? Buscaria autores liberais. Sobre política à esquerda e à direita? Deveria encontrar fontes consideradas progressistas e outras conservadoras. E assim por diante. Não é difícil seguir esse fio da meada. Mas ainda assim me surpreendo ao descobrir que não são muitos os que parecem seguir esse tipo de critério.

>> 10 dicas para os pastores incentivarem a leitura em suas igrejas <<
Ler, e ler muito, de maneira variada, aberta e humilde, permitindo que as diferentes perspectivas te desafiem e te ajudem a entender melhor aquilo em que você acredita de verdade. Talvez para revisar, se necessário, ou ainda para aprofundar, com razoabilidade, as próprias convicções. Recordo o desafio a que nos propomos, junto com estudantes universitários cristãos da CBU (o equivalente a ABU no Uruguai), para que lêssemos juntos o livro “Dios no es Bueno”, de Christopher Hitchens. Se era para entender o ateísmo, popular na terra do mate amargo, que pelo menos fôssemos às fontes. Eu ainda me lembro de como fazíamos graça ao tirar fotos de nossas tertúlias de leitura e discussão, “vai que o pastor vê essa foto e descobre o que andamos lendo!”.

E a Bíblia, não seria melhor dedicar-nos a ela? Claro que podemos dizer que sim, é o livro mais fascinante, em especial para aquele que já é cristão e crê que nela encontra a revelação do caráter de Deus e de seus propósitos para a vida. Ou ainda para aquele que, sem crer, se aproxima do livro como um buscador curioso e honesto. Ainda assim, creio ser tão importante avaliar a atitude e o método dessa aproximação das Escrituras.

Ou seja - e aqui uma recomendação especial para os que creem -, não a leio para reforçar a minha doutrina (no sentido do conjunto de ensinamentos que já entendo e adoto em minha vida). Leio-a com espírito aberto, para ser desafiado através dessa leitura, para ser perturbado e transformado, também com cuidado para uma aproximação adequada. Ela consiste em uma leitura comunitária, desde diferentes contextos (lugares, culturas, épocas, indivíduos, gerações, grupos), confiando na direção do Espírito que nos guia nessa leitura e resposta à Palavra.

Primeiro, e mais importante, a nossa atitude. Talvez alguns, digam “mas e a doutrina?”. Creio que sempre a entenderemos melhor e de maneira mais adequada se ajustarmos nossa atitude ao abrir e ler um livro. Ainda mais se esse livro é considerado, por aquele que lê, como a Palavra do próprio Deus. Assim, se me permitem a sugestão, primeiro e mais importante deve ser a atitude, depois sim chegaremos à desejada e boa doutrina.

Claro que também devemos encontrar a atitude adequada na leitura para qualquer outro tipo de literatura, seja dos livros considerados cristãos (comentários bíblicos, obras sobre espiritualidade e vida cristã, ou ainda enfocadas em tantos temas da vida e missão; como os publicados pela ABU Editora, Ultimato, e tantas outras casas publicadoras), seja quanto à leitura de livros sobre qualquer tema ou ainda de outros gêneros, como história, biografias, romances ou poesia. Nesse caso, vale perguntar a razão do porquê ler, o que ganhamos com isso, ou ainda sobre qual seria a melhor atitude em cada gênero de literatura.

Outra pergunta importante é se seria possível esperar essa redescoberta da leitura em um tempo onde ela parece tão desvalorizada. Peço perdão por não me aventurar a tentar responde-las agora, ou pelo suspense ou frustração que involuntariamente crio caso você tenha chegado até aqui. É que creio serem perguntas pertinentes que merecem mais atenção e a dedicação de um outro, quem sabe próximo, artigo. Enquanto esperamos, se me permitem a ousadia, por que não abrimos um livro? Claro, com a atitude adequada. De minha parte, espero que a leitura me desafie e me faça crescer.


É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Porque um tempo longe de seu telefone seria bom para sua alma

Com o gasto americano médio de 2 horas por dia nas mídias sociais, um número crescente de vozes argumenta que precisamos aprender a nos afastarmos por um tempo. Uma vez que os engenheiros das redes sociais construíram suas plataformas para atrair sua atenção, fazer isso dará muito mais trabalho do que você pensa. No entanto, quando você considera o que o tempo longe de nossos dispositivos fará para nossas vidas espirituais, aproveitamento do ministério e saúde emocional, a dor de colocá-los de lado vale absolutamente a pena.
Aqui estão cinco maneiras de colocar seu telefone de lado tornando sua vida mais frutífera e mais alegre.
Mais tempo na Palavra de Deus
Eu concordo com Jen Wilkin que estamos no meio de uma “crise bíblica de alfabetização”. Ao ler uma literatura do início do século XX, fiquei convencido de que a pessoa comum em 1918 sabia mais sobre a Bíblia do que a maioria dos seguidores de Jesus hoje. Essas coisas não devem ser assim.
Não podemos culpar a falta de ferramentas ou a falta de acesso ao ensino Bíblico sólido para o nosso conhecimento deficiente da Palavra de Deus, de modo que o único remédio é o tempo gasto na leitura profunda e na reflexão sobre a Palavra de Deus. Não podemos esperar que isso mude drasticamente, pois sabemos que a Palavra de Deus demanda toda a vida. Então, devemos resolver passar o tempo nas Escrituras todos os dias.
Além disso, aproveite o tempo que você gastaria em mídias sociais ou jogos de distração e use para trabalhar na memorização das Escrituras. Mesmo que você “tenha uma memória ruim”, você poderia aprender dois ou três versículos das Escrituras todas as semanas. Se você tirar dez ou quinze minutos por dia para essa prática, ela produzirá grandes benefícios.
Mais tempo na Palavra de Deus
Eu admitirei que a observação que estou prestes a fazer vem de meus antecedentes e experiência pessoal. Cresci em uma cidade de mil e quinhentas pessoas e conheci quase todos os que viviam a uma curta distância da minha casa. Agora eu moro em um subúrbio e mais pessoas moram no meu bairro do que na minha cidade natal.
Nós não conhecemos mais as pessoas que vivem a nossa volta. Antes costumávamos trabalhar no jardim da frente e saíamos para caminhar, agora nos sentamos em nossas casas olhando nossos celulares. Nós “permanecemos em contato” com milhares de pessoas, mas não temos interações reais com as pessoas que vivem na proximidade física da gente. Eu me deparo com inúmeras pessoas que não conhecem os nomes de seus vizinhos de porta e não saberiam como entrar em contato com eles em uma emergência.
Quando colocamos nossos celulares de lado e nos envolvemos com as pessoas que nos rodeiam, algumas coisas boas podem acontecer. Temos a oportunidade de conhecer novas pessoas. Podemos desfrutar de conversas sobre as coisas mais importantes da vida. Recebemos e damos incentivo. Nós fazemos novos amigos. Isso não acontecerá, no entanto, quando priorizarmos “amizades” digitais superficiais sobre as reais.
Mais tempo para atividades agradáveis
Antes de pegar meu computador para escrever este parágrafo, eu comi um pacote de Oreos. Eu não só comi Oreos. Eu mergulhei eles no leite e depois os comi. Eu desafio você a encontrar um lanche melhor, mas seria uma ideia terrível comer isso como uma refeição regularmente. O sabor pode ser fantástico, mas está carregado de açúcar e duvido que haja alguma coisa saudável nisso.
Da mesma forma, ficar no celular parece ser uma boa distração, mas é um hobby horrível. Nós fomos feitos para fazer coisas, construir coisas, aprender coisas e aproveitar as coisas. Cal Newport teoriza que nossa incapacidade de agendar e dedicar tempo para satisfazer atividades agradáveis é impulsionada por nossa determinação de uma atividade baixa ou sem satisfação, como ficar nas mídias sociais. Pense se você colocou o celular de lado uma noite e jogou um jogo com a sua família, entrou na garagem e criou alguma coisa, ou leu um bom livro. E se em um belo sábado você planejasse uma excursão com sua família ao invés de permitir que a família se afogasse em um mar de dispositivos? Mesmo que vocês assistissem a um filme juntos, pelo menos, todos estão experimentando a mesma coisa em vez de serem imersos em outra coisa.
Menos dependência da afirmação dos outros
Deus nos fez com vontade de desejar afirmação e aceitação, mas muitas vezes encontramos em outros lugares o que devemos buscar somente nEle. Por causa de Cristo, não preciso da afirmação de ninguém porque sou plenamente aceito e amado perante o Pai. Em muitos dias, isso não é o suficiente para mim.
Pessoas altamente qualificadas, inteligentes e bem remuneradas executam o Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat e qualquer outra coisa que seja popular no momento em que você está lendo isso. Eles compreendem psicologia humana, biologia, fisiologia e comportamento e usam esse conhecimento para engenharia de plataformas que atraem uma quantidade cada vez maior de sua valiosa atenção. Os números de notificação vermelha do Facebook, os pequenos corações cor-de-rosa e as notificações no Instagram e no Twitter são pequenos sucessos de dopamina que fazem com que você volte novamente e novamente. Cada um deles diz que alguém acha que você é inteligente, engraçado, interessante ou bonito.
Para o cristão, tirar um tempo dessa compulsão afirmativa ajudaria. Nós nos tornamos dependentes do feedback e ele faz com que você pegue seu celular constantemente. Isso significa que você ignora as pessoas ao seu redor e nunca se concentra profundamente em coisas que importam. Tire esse tempo para lembrar do Evangelho e do Pai que te ama. Por causa de Jesus, você não tem nada para provar e ninguém para impressionar. Você não precisa de likes, comentários e retweets. Você tem uma aprovação que é infinitamente melhor.
Menos frustração com as opiniões de outras pessoas
Eu desenvolvi amizades boas e duradouras com pessoas que eu inicialmente fui apresentado no Twitter. No entanto, isso é uma exceção e não regra. As mídias sociais, especialmente o Twitter, tendem a tornar-me mais cínico sobre as pessoas, porque estou exposto a suas opiniões sem me expor a mais nada sobre elas. Não conheço seus antecedentes, suas famílias, suas lutas ou seus triunfos. Eles são um avatar e uma série de letras.
Se eu sigo uma pessoa no Twitter e não as conheço na vida real, fico frustrada com suas opiniões abertas e raramente tenho a capacidade de fazer perguntas claras sem ofensas. Na vida real, quando um amigo faz uma declaração estranha, temos o relacionamento que me permite desafiá-lo e ele pode fazer o mesmo comigo.
Além disso, como pastor, o que as pessoas estão falando no Twitter não é o que as pessoas da minha igreja geralmente estão pensando. Essas opiniões ficam na minha cabeça e formam o caminho pelo qual eu abordarei os aspectos de minha pregação e minha aplicação. O problema, porém, é que essas preocupações geralmente não são as preocupações das pessoas na minha igreja ou comunidade. Quando faço logoff e converso com pessoas de carne e osso na minha comunidade, minha capacidade de abordar suas preocupações com a palavra de Deus aumenta exponencialmente.
Como começar
Muitas vezes nos falta a autodisciplina para colocar nossos celulares de lado, especialmente se eles estão vibrando. Se você está pronto para se afastar por um tempo, aqui estão alguns passos que você pode seguir. Primeiro, desligue suas notificações. Não deixe que seus aplicativos o chamem quando você está longe deles. Em seguida, exclua os aplicativos que mais o distraem e remova o navegador da Web do seu telefone. Além disso, você pode encontrar alguém para prestar contas ou instalar aplicativos em seu celular que o ajudarão. O app Freedom bloqueia sites e aplicativos por um período de tempo específico e o app Moment te diz quanto tempo você gasta em seu celular.
Lembre-se de que cortar algo nunca é o suficiente. Você deve substituí-lo por algo melhor. Leia, caminhe, construa algo, sirva alguém ou fale com alguém. Redescubra como era a vida antes que esses aplicativos começassem a controlar toda a sua atenção. No final, você encontrará um modo de viver que o conforma à imagem de Cristo, te dá maior alegria e aumenta seu aproveitamento na vida de outras pessoas.
Este post é uma tradução de um artigo de Scott Slayton, publicado originalmente no blog Desiring God, traduzido e publicado com permissão do autor. O artigo original pode ser encontrado no link: Why Time Away from Your Phone Would be Good for Your Soul
Scott Slayton é o pastor principal na Chelsea Village Baptist Church em Chelsea, Alabama. Sua igreja faz parte da Convenção Batista do Sul e da Acts 29 Network. Seu objetivo é ver as vidas transformadas para a glória de Deus através do Evangelho de Jesus Cristo. Ele faz isso proclamando o Evangelho, construindo uma família que vivem nessa missão juntos e plantando outras igrejas centradas no evangelho em sua cidade e em todo o mundo.
By John Piper. ©2018 Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org
* Traduzido por Aline Brandão
* Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, link do blog INCONFORMADOS, tradutor, blog original, não altere o conteúdo e não utilize para fins comerciais.
* Créditos da imagem

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Quando alguém amado vai para Jesus

Mais cedo ou mais tarde todos teremos que enfrentar a morte de alguém querido. Cristãos se deparam com essa realidade mais do que os outros porque pertencemos a uma família maior: a igreja. No corpo de Cristo, Deus nos abençoa com muitos irmãos, irmãs, pais e mães – todos queridos e amados cujo vínculo espiritual conosco nunca será cortado (Marcos 3.31-35).
Todos nós temos que contar com a morte. Algum dia todos vamos confrontar nosso próprio fim, mas ao longo do caminho vamos também testemunhar amigos amados e família partirem desta vida para a próxima. A morte é um inimigo real – um inimigo aterrador. “O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1 Coríntios 15.26).
Eu vi pessoas morrerem na minha frente. Eu perdi amigos, jovens e velhos. A morte é sempre feia. A morte sempre traz sofrimento. E não há nada de errado em entristecer-se diante da morte. O próprio Jesus chorou diante da morte de seu amigo Lázaro (João 11.35). Deus nos criou de tal forma que a morte é antinatural para nós. Fomos feitos para viver.
Mas quando perdemos alguém amado que é um crente, precisamos nos lembrar de uma verdade importante que irá nos ajudar a lidar com a perda. A tristeza certamente vai nos atingir, mas pela graça de Deus, o sofrimento não vai nos derrotar. Esta verdade vai ao coração da fé cristã e nos oferece discernimento quanto à pessoa de Cristo, o Deus-homem.

Jesus quer você

Em João 17.24, lemos palavras que, em uma reflexão cuidadosa e cheia de oração, deveriam estar em nossos corações quando alguém amado morre. Considere cuidadosamente a linguagem:
Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
Como um homem, Jesus tem certos desejos. Ele tinha desejos na terra, e ele ainda tem desejos no céu. Aqui, Jesus tem um desejo que ele faz conhecido ao Pai. Ele fala, como ele frequentemente fez antes, daqueles que o Pai lhe deu (veja João 6.37, 39; 10.29; 17.6,9). Aqueles que o Pai deu a Cristo são as próprias ovelhas por quem o Bom Pastor dá a vida (João 10.11). Jesus ora ao Pai por suas amadas ovelhas na Oração Sacerdotal de João 17, e ele continua a interceder por elas até o dia de hoje (Romanos 8.34).
E o que Jesus deseja?
Ele deseja que o seu povo esteja com ele. Jesus é completamente feliz e satisfeito reinando do céu, mas de acordo com sua oração em João 17, ele ainda tem um certo desejo não atendido: que seu povo esteja com ele no lar que ele já preparou para eles (João 14.2-4).

Nós podemos perder, mas Jesus ganha

Quando um irmão ou irmã no Senhor morre, devemos lembrar primeiro e principalmente que o Pai respondeu a oração de Jesus. Deus é soberano sobre as mortes de nossos amados, e ele tem propósitos que nós podemos nunca compreender (Deuteronômio 32.39, Tiago 4.15), mas podemos nos agarrar à verdade de que Jesus orou ao seu Pai para trazer seu povo para casa. Quando um crente morre, o Pai está atendendo o pedido que seu Filho fez quando orou, mais ou menos dois mil anos atrás, na noite anterior à entrega de sua vida por seu povo.
Podemos pelo menos dizer isso: Quando alguém amado se vai, Jesus ganha muito mais do que nós perdemos.
Sim, nós perdemos. Nós nunca mais vamos compartilhar daquela doce comunhão com nosso irmão ou irmã nesta vida. A magnitude da perda facilmente frustra nossas palavras. Mas a perda nunca vai além das palavras de Jesus: “Pai, eu desejo que eles também, os que tu me deste, estejam comigo para que vejam a minha glória…”.

Alegria eterna além do túmulo

Jesus sabe que tem uma glória que vai muito além do que qualquer coisa que esse mundo possa oferecer. Ele sabe que um verdadeiro vislumbre dele vale mais do que milhões de mundos. Ele sabe que a visão de sua glória não vai deixar ninguém insatisfeito. Jesus quer que seus preciosos santos entre na verdadeira e eterna felicidade com ele.
Nós certamente experimentamos muitas alegrias nesta vida, mas nada pode ser comparado ao puro deleite da comunhão sem barreiras com Jesus. Somos destinados a uma alegria indizível em sua presença.

Uma resposta à oração

Quando você perde alguém amado no Senhor para o Senhor, você realmente perde – pelo menos por enquanto. Mas aquele irmão ou irmã ganha, assim como Jesus (Filipenses 2.20-23). Nós podemos derramar lágrimas o suficiente para encher baldes, mas a corrente de lágrimas correndo por nossas bochechas vão reluzir de alegria quanto percebermos que a morte de nossos amados não é nada menos do que uma resposta à oração de Jesus.
A morte de alguém amado no Senhor pode trazer um dos maiores testes à nossa fé. Mas podemos confiar que nosso amado está melhor lá com o Amado? Vamos crer que o Filho de Deus está colhendo os frutos de seu trabalho pelos pecadores? Se cremos, então nossa tristeza é uma tristeza piedosa, e Jesus vai converter nossa tristeza em alegria (João 16.20).
“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmo 116.15), e pode ser preciosa para nós também quando nos agarramos à esperança de que a morte nunca irá vencer (1 Coríntios 15.54-55). Jesus se entristeceu para que nós nunca tivéssemos que enfrentar uma tristeza sem esperança em face da morte.
No final, a morte é apenas uma resposta à oração de Jesus.


 Dr. Mark Jones é pastor em Faith Vancouver, Columbia Britânica (Canadá). É autor do livro sobre cristologia Knowing Christ.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Evangelismo Nas Redes Sociais, Funciona?

Será que vale a pena postas ou replicar (compartilhar) alguma imagem bonitinha com alguma frases de efeito que gere uma certa comoção, na espera que as pessoas do seu Facebook sejam tocadas o suficiente e aceitem a Cristo? Foi a pergunta que fiz ao nosso movimentando grupo de blogueiros do Facebook.

Foi algo que pensei um tempo atrás e me perseguiu, até encontrar uma fanpage que dizia no seu conteúdo de boas-vindas: "EVANGELIZAÊ - Compartilhe uma photo e leve a palavra para todos seus amigos". Pensei comigo: Que palavra? Se formos pensar no sentido entretivo disso, realmente, uma palavra de efeito será levada, mas, você pode ir ao site Pensador.uol.com.br, que encontrará diversas frases de efeito, ou uma palavra que pode mudar seu pensamento, talvez algumas de suas atitudes também, mas infelizmente, afirmo, elas não vão ter poder para mudar toda sua vida.

Antes que haja uma má interpretação da situação, esclareço: não somos contra esse tipo de ação nas redes sociais... pessoalmente, acho muito interessante; até legal. Vejo que é um começo, uma boa ferramenta até. A crítica não vai a algum determinado ministério, ação ou fanpage, mas direciono para o nível de eficácia desse tipo de ação. Será ela o suficiente para tocar uma pessoa? E se for, será que estamos prontos para acolher esse "novo convertido"? O ministério, sendo online, o cara mora do outro lado do mundo; para qual igreja poderemos indicar que ele vá? Como funcionará tudo isso? Seria o começo das igrejas online?

Posso estar pensando de forma racional e tendo pouca fé... Talvez... mas, se não pensarmos nisso, parte das nossas ações serão em vão. Para outros colegas do grupo, a ação estava mais para um certo comodismo, igualado ao trabalho evangelístico televisivo. Afinal, para que ir até à África, se temos a internet? - certamente, na África não deve existir tanto acesso à rede como em outros países, infelizmente - Logo, eu e o Thiago André buscamos analisar a situação de uma forma plural e crítica.

Para Thiago, evangelizamos online para tirar o peso da consciência de não fazê-lo "corpo a corpo". Como na maioria das coisas, nossa geração tem sido superficial, até para fazer novos discípulos. Fazemos, hoje, parte de uma geração que deixa a TV/Internet criar nossos filhos. Fazemos o mesmo com nossos Filhos na Fé: evangelizamos, pra depois deixar os Telepastores os "criarem" . Temos, assim, uma geração de cristãos criados por programas evangélicos na TV/Internet. (SIC)

Eu acredito que está mais para uma geração de bitolação interativa e digital. Graças (em parte) à cibercultura que se formou nos últimos 10 anos e à TV, que já existe há 60, que têm sido nossos principais meios de informação, intelectualidade e interatividade, perdemos nossas raízes; as escolas bíblicas dominicais estão vazias, porque os DVD`s de certos ministérios chamam mais atenção e ensinam (menos) tanto quanto a EBD. Estamos numa cultura do fast food (isso é clichê, eu sei) e da interatividade. Tudo que chama nossa atenção vem por meio de telas luminosas. É triste e, infelizmente, nós cristãos ainda não aprendemos a lidar com isso ou fazer alguma coisa de forma eficaz online.

Por fim, concluimos que o ministério cibernético não vale de nada sem o 'corpo-a-corpo'. O ponto problemático não está em usar a mídia como ferramenta; o problema está em reduzir a Grande Comissão apenas às mídias. A Grande Comissão é feita de olhos nos olhos, corpo-a-corpo, talvez até de um telefonema ou um chat no MSN... mas eu tenho certeza que não vai ser por meio de imagens e frases de efeito que haverá uma comoção mundial. Porém, não deixa de ser um começo.

Com carinho,
Pr. Sebastião

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Deus ama os ministérios que não são vistos

Deus me mostrou a beleza dos ministérios não vistos enquanto eu visitava minha avó em uma casa de repouso.
No verão passado nós visitamos minha família em Michigan. No domingo de manhã, nós estávamos visitando uma igreja local e conhecemos uma amável família depois do culto. O marido servia como presbítero, seus cinco filhos também frequentavam a igreja. Eles receberam minha família calorosamente e conversaram conosco sobre nossos planos de verão e nossa visita à cidade natal.
Depois da igreja, fomos visitar minha avó no casa de repouso e nos deparamos com a mesma família sentada nas cadeiras e com suas bíblias abertas, o marido ensinava uma passagem das Escrituras e minha avó ouvia atentamente em sua cadeira de rodas. Ela era a única residente lá.
A família sorriu largamente para meu marido e eu, e fizeram gestos para que nós entrássemos. “Não fazíamos ideia de que Bernadine era sua avó! Nós amamos Bernadine! Há anos temos cultuado com ela!”. Na medida em que falávamos com minha avó e a doce família, eles explicaram como eles começaram o serviço na ala de pacientes com Alzheimer, e como depois se sentiram compelidos a liderar um segundo serviço na unidade que minha avó estava. Essa era a forma pela qual sua família servia aos outros, levando o Evangelho àqueles que não podiam mais comparecer à igreja.
A fé por trás do serviço silencioso
Quando nós retornamos ao carro, lágrimas encheram os meus olhos. Estava impressionada com o fato de toda essa família passar suas tardes de domingo cantando louvores e ensinando as Escrituras para aqueles que são frequentemente esquecidos na sociedade: os idosos. Estava impressionada por minha própria avó, a qual regularmente é motivo das minhas orações, estar recebendo ensino bíblico sólido a cada semana.
Fiquei abismada tanto pela maneira incrível pela qual Deus respondeu minha oração e pela humildade altruísta de toda a família. Eu refleti acerca da fé requerida para esse tipo de serviço. Eles estavam gastando horas a cada semana ensinando a Bíblia para aqueles que provavelmente nem lembrariam seus nomes. Contudo eles confiaram nas promessas de Deus e que a Sua palavra não voltaria vazia. As verdades da Bíblia estavam sendo plantadas nos corações daqueles residentes que participavam (naquele dia, apenas minha avó), e isso era suficiente como recompensa para eles.
Serviços secretos são vistos por Deus
Às vezes pode ser difícil de servir de maneiras invisíveis. O orgulho da nossa carne deseja ser visto e aplaudido pelas coisas que fazemos. Nossos corações pecaminosos frequentemente possuem diversos motivos: desejo de ajudar os necessitados, mas também o desejo de aproveitar uma parte da glória para nós mesmos. Em Mateus 6, Jesus confronta nossa tendência de querer praticar a justiça para ser visto pelos outros: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.” (Mateus 6:1)
Jesus contrasta os hipócritas que sopram seus trompetes quando dão aos necessitados com dar em segredo – quando nem mesmo sua mão esquerda sabe o que sua mão direita está fazendo (Mateus 6:2-3). As recompensas são constrastantemente diferentes. A generosidade pública (seja de maneira monetária ou em atos de serviço) é recompensada pelo louvor de homens. Dar em segredo demonstra a confiança num Pai que te vê e te recompensará (Mateus 6:4), se não agora, no céu.
Servir sem ser visto revela a fé e humildade daquele que serve. Eles dificilmente acharão uma recompensa tangível na terra, mas em lugar dela, acharão alegria e paz ao servir a Deus em secreto.
Contentamento em Ministérios não vistos
Servir nos bastidores nos ensina sobre contentamento. Nós todos possuímos dons únicos e ministérios nos quais Deus nos chamou para servir. “Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé” (Romanos 12:4-6). Enquanto alguns dons são mais públicos do que outros (por exemplo, ensinar), todos eles requerem submissão à vontade de Deus.
Servir de maneira não notada pode promover um silencioso contentamento em nossos corações. Nós precisamos de crentes como o cavalheiro que enche os copos das ceias a cada semana. Precisamos daqueles que limpam o prédio e tiram o lixo. Precisamos de pastores pastoreando pequenas congregações. Necessitamos de miríades de braços para distrair os bebês no berçário permitindo que pais cansados sejam fortalecidos no culto congregacional. Deus valoriza aqueles que pregam em casas de repouso para uma frágil senhora em uma cadeira de rodas da mesma forma que valoriza aqueles que pregam para centenas em mega igrejas.
A beleza dos ministérios não vistos resplandece Aquele que nos chama para servir – não para o louvor de homens, mas para honrar o Deus que nos concede alegria e paz enquanto seguimos o seu chamado.
Este post é uma tradução de um artigo de Stacy Reaoch, publicado originalmente no blog Desiring God, traduzido e publicado com permissão da autora. O artigo original pode ser encontrado no link: God Loves Ministry No One Else Sees
Stacy Reaoch (@StacyReaoch) é esposa de um pastor e mãe de quatro filhos. Ela e o marido, Ben, servem a Three Rivers Grace Church em Pittsburgh, Pensilvânia. Ela é autora de Wilderness Wanderings: Finding Contentment in the Desert Times of Life.
By John Piper. ©2017 Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org
* Traduzido por Rachel Figueiredo
* Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, link do blog INCONFORMADOS, tradutor, blog original, não altere o conteúdo e não utilize para fins comerciais.
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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Por que há tantas denominações?

Se você examinar a lista telefônica, encontrará uma imensa diversidade de igrejas. Até mesmo nas denominações individuais muitas vezes existe uma grande variação. Certa vez, Jesus orou pedindo que os seus seguidores fossem um só (Jo 17). Mas o que vemos hoje em dia é tudo, menos unidade. Como devemos interpretar esta desunião? isto não demonstra que o cristianismo está dividido de maneira desesperadora? Talvez. Mas pode haver outra maneira de considerar isto.

É importante perguntar se as denominações são uma coisa boa. De modo geral, as denominações se desenvolveram a partir de igrejas que buscavam a comunhão, umas com as outras, e um ministério conjunto. Esta é, certamente, uma ideia bíblica (At 11.27-30).

De forma frequente as denominações começam como movimentos de renovação. Assim, os movimentos de Reforma do século XVI surgiram para restaurar ensinamentos sobre a justificação pela fé e a soberania de Deus na salvação - ensinamentos que estavam eclipsado na igreja por muito tempo. Mais adiante, alguns presbiterianos cederam às pressões do liberalismo e surgiram outros grupos presbiterianos conservadores para preservar as tradições. Outras denominações tiveram experiências similares. Os batistas surgiram na tradição dos reformistas, afirmando que os princípios reformistas da justificação pela fé deviam ser aplicados à igreja. No século XX, os pentecostais e os carismáticos formaram novas uniões com base em sua interpretação do Espírito e dos dons espirituais.

Assim, esta diversidade entre as igrejas é uma coisa boa ou má? É sempre vital evitar os falsos ensinamentos na igreja. Muitas vezes nas páginas do Novo Testamento os falsos mestres eram punidos  ou deixavam as igrejas por sua própria iniciativa (1 Tm 1.19-20; 1 Jo 2.19). Em outros casos, os líderes da igreja primitiva predisseram um período futuro de apostasia em que os falsos mestres conquistariam grande influência (2 Tm 3.1-9). Em tais casos, pode ser necessário que os cristãos genuínos se separem da falsa igreja.

Isso não quer dizer que todas as separações denominacionais tenham acontecidos pelas razões corretas. O mais importante a fazer é examinar o ensinamento de uma igreja e as suas práticas, para ver se são consistentes com as Escrituras. E, finalmente, temos que perceber que nesta vida os cristãos nem sempre estarão de pleno acordo em tudo.

BÍBLIA DE ESTUDO DEFESA DA FÉ | CHARLES DRAPER

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

40 perguntas para cristãos apoiando a bandeira do arco-íris

Para os evangélicos que lamentam a decisão da Suprema Corte americana da última Sexta-Feira (26 de Junho de 2015), os últimos dias foram difíceis. Não estamos pedindo que sintam pena de nós, nem imagino que muitas pessoas estejam dispostas a isso. Nossa dor não é sagrada. Tomar decisões legais e teológicas baseadas no que faz as pessoas se sentirem bem é parte do que nos levou a toda essa bagunça, para começo de conversa. De qualquer forma, é doloroso.
Há muitas razões para o nosso lamento, desde o medo de que a liberdade religiosa nos seja tirada a preocupações com ostracismo social e marginalização cultural. Mas de todas as coisas que nos entristecem, talvez a que seja mais difícil é ver alguns de nossos amigos, alguns de nossos familiares e algumas pessoas que já sentaram ao nosso lado na igreja dando seu “amém” para uma prática que nós ainda cremos que seja pecado e para uma decisão que cremos ser ruim para todo o país. Uma coisa é a nação inteira dar uma festa da qual não podemos participar em boa consciência. É outra completamente diferente olhar ao redor para vermos se não estamos sozinhos e descobrir que nossos amigos estão na pista de dança. Nós pensávamos que o arco-íris era um sinal de Deus (Gênesis 9.8-17).
Se você se considera um cristão que crê na Bíblia, um seguidor de Jesus cujo fim principal é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, há algumas questões importantes que eu espero que você considere antes de levantar a bandeira e saudar a revolução sexual. Essas questões não são meramente retóricas ou irônicas. São perguntas sinceras, que eu espero que levem meus irmãos e irmãs com seus novos avatares multicoloridos a pararem e pensarem sobre a bandeira que estão hasteando.
  1. Desde quando você acredita que o casamento gay é algo para ser celebrado?
  2. Quais versículos da Bíblia te levaram a mudar de ideia?
  3. Como você argumentaria, a partir da Escritura, que a atividade sexual entre duas pessoas do mesmo sexo é uma bênção a ser celebrada?
  4. Quais versos você usaria para mostrar que o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode representar adequadamente Cristo e a igreja?
  5. Você acredita que Jesus não teria problemas com comportamento homossexual consensual entre adultos em um relacionamento comprometido?
  6. Se sim, por que Ele reafirmou a definição de Gênesis de que o casamento é entre um homem e uma mulher?
  7. Quando Jesus falou contra a porneia, quais pecados você acha que ele estava proibindo?
  8. Se algum comportamento homossexual é aceitável, como você entende a “mudança” pecaminosa que Paulo destaca em Romanos 1?
  9. Você acredita que passagens como 1 Coríntios 6.9 e Apocalipse 21.8 ensinam que a imoralidade sexual pode te afastar do céu?
  10. A quais pecados sexuais você pensa que essas passagens se referem?
  11. Quando você pensa na longa história da igreja e sua reprovação quase universal da atividade homossexual, qual parte da Bíblia você entendeu e Agostinho, Calvino e Lutero não entenderam?
  12. Quais argumentos você usaria para explicar para os cristãos da África, Ásia e América do Sul que o entendimento deles sobre a homossexualidade é biblicamente incorreto e o seu novo entendimento não é condicionado pela cultura?
  13. Você acredita que Hillary Clinton e Barack Obama, entre outros políticos, foram motivados por arrogância e preconceito quando, por quase todas as suas vidas, até pouco tempo atrás, definiram o casamento como o relacionamento pactual entre um homem e uma mulher?
  14. Você pensa que crianças se sairão melhor com uma mãe e um pai?
  15. Se não, qual pesquisa você apresentaria para apoiar essa conclusão?
  16. Se sim, a igreja ou o estado tem algum papel em promover ou privilegiar as condições para que as crianças tenham uma mãe e um pai?
  17. O propósito e o fim do casamento apontam para algo maior do que a realização emocional e sexual de um adulto?
  18. Como você define casamento?
  19. Você acredita que parentes próximos deveriam poder se casar?
  20. O casamento deveria ser limitado a apenas duas pessoas?
  21. Com base em quê, se há alguma, você impediria adultos em consentimento, com qualquer grau de parentesco ou em qualquer número, de se casarem?
  22. Deveria haver um requisito mínimo de idade para se obter uma licença de casamento?
  23. Igualdade implica que qualquer um que deseje se casar possa ter qualquer tipo de relacionamento definido como casamento?
  24. Se não, por que não?
  25. Irmãos e irmãs em Cristo que discordam da prática homossexual deveriam poder exercitar suas crenças religiosas sem medo ou punição, retribuição ou coerção?
  26. Você vai defender seu amigo cristão quando seu empregos, seu crédito, sua reputação e sua liberdade forem ameaçados por conta dessa questão?
  27. Você vai se posicionar contra o bullying e a opressão de todos os tipos, quer seja contra gays e lésbicas ou contra evangélicos e católicos?
  28. Como a igreja evangélica tem falhado frequentemente em levar a sério os divórcios não bíblicos e outros pecados, quais passos você vai tomar para se certificar que os casamentos gays sejam saudáveis e de acordo com os princípios da Escritura?
  29. Casais gays em relacionamentos abertos devem ser sujeitos à disciplina eclesiástica?
  30. É pecado pessoas LGBT se envolverem em atividades sexuais fora do casamento?
  31. O que as igrejas abertas e inclusivas farão para falar profeticamente contra divórcio, fornicação, pornografia e adultério, quando estes forem descobertos?
  32. Se “o amor vence”, como você define amor?
  33. Quais versos você usa para estabelecer essa definição?
  34. Como a obediência aos mandamentos de Deus molda nosso entendimento de amor?
  35. Você acredita que é possível amar alguém e discordar de decisões importantes que ela tome?
  36. Se apoiar o casamento gay é uma mudança para você, mais alguma outra coisa mudou no seu entendimento da fé?
  37. Enquanto evangélico, como o seu apoio ao casamento gay te ajudou a se tornar mais apaixonado pelos distintivos evangélicos tradicionais, como foco no novo nascimento, o sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a confiabilidade total da Bíblia e a necessidade urgente de evangelizar os perdidos?
  38. Quais igrejas abertas e inclusivas você apontaria como lugares onde pessoas estão sendo convertidas ao Cristianismo ortodoxo, pecadores estão sendo alertados do julgamento e chamados ao arrependimento e missionários estão sendo enviados para plantar igrejas entre os povos não alcançados?
  39. Você espera estar mais comprometido com a igreja, com Cristo e com as Escritura nos próximos anos?
  40. Quando Paulo exorta “os que tais coisas praticam” e aqueles que “aprovam os que assim procedem”, quais pecados você pensa que ele tinha em mente?
Algo para se pensar. No mínimo, algo para mastigar antes de engolir tudo que o mundo e o Facebook colocam em nossos pratos.

 Kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado em teologia pelo Gordon-Conwell Teological Seminary. É preletor em conferências teológicas e mantém um blog na página do ministério ­ The Gospel Coalition.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Jesus pode voltar hoje

Certa noite, quando eu tinha 6 anos de idade, meu pai estava em seu quarto lendo um livro, minha irmã estava no quarto dela vendo televisão e eu estava sentado na mesa da cozinha, fazendo minha lição de casa. Nossa rotina de sempre, nada de especial. Quando de repente um homem pulou na porta da cozinha, com uma arma apontada na minha direção. Entrei em estado de choque. Fiquei paralisado.
Foi tão marcante aquela cena que mesmo depois de 18 anos, me lembro de todos os detalhes. Me lembro de ter gritado: PAAAAAIIIIIII!!!!! Me lembro dos ladrões tirando as televisões de tubo, o microondas, revirando os guarda-roupa. Mandando aos berros que minha irmã parasse de orar.
[slogan]Uma noite comum, fazendo coisas normais, minha família nunca imaginaria que aquele dia nos marcaria para sempre, não estávamos esperando, não estávamos preparados. Foi um dos maiores pânicos que já passei na minha vida! Você já foi assaltado? Já foi pego de surpresa?[/slogan]
Eu estava lendo o livro de 1Ts um tempo atrás e me deparei com este versículo.
1Ts 4:16-17
Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descera dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
Eu li este versículo umas quatro vezes, não acreditava no que estava lendo. Um dos homens mais próximos de Deus que já viveu, achava que Jesus voltaria na geração dele. Não havia dúvida para Paulo. Ele estava ensinando para os Tessalonicenses: “Primeiro os que morreram em Cristão ressuscitarão, depois NÓS, os vivos”.
Paulo tinha a certeza que Jesus voltaria na geração dele. Ele estava totalmente convicto que Cristo retornaria naquele tempo. E Deus me fez entender algo.
[slogan]O grande segredo de Paulo: Viver todos os dias, como se HOJE fosse o dia de Jesus voltar.[/slogan]
Provavelmente ele acordava e pensava: Será que é hoje o dia que eu vou me encontrar com Ele, o meu amado? Eu imagino que ele orava como se fosse a última vez, pregava como se fosse a última vez, evangelizava como se fosse a última vez. Ele vivia cada dia, como se aquele fosse o dia de se encontrar com Cristo.
Na continuação do texto de I Tessalonicenses, Paulo dá um alerta a todos: ...o Dia do Senhor vem como o ladrão de noite. (1Ts 5:2)
Você está preparado? E se antes de terminar de ler este artigo, você ouvisse o som da trombeta, a voz do arcanjo? Em que situação você estaria? Será que este seria o melhor dia da sua vida. Ou você viveria o maior pânico da sua historia? E lembre-se, não serão alguns minutos de pânico, como eu vivi ao ser assaltado. será uma ETERNIDADE de tormentos.
Meu objetivo não é assustar você, mas é relembra-lo que não somos daqui. Nós só estamos de passagem neste mundo. Um dia, Deus nos soprou para dentro deste corpo e em breve eu quero voltar para junto dEle. Será que não estamos nos apegando de mais a esta terra? Gastando tempo de mais com este mundo? Amando de mais as COISAS?
Eu ouvi uma história, não sei se é verdadeira. Mas conta que um missionário estava voltando para seu país depois de muito tempo no campo missionário. Junto com ele, no navio, estava o presidente do país dele. No último dia da viagem, ele começou a conversar com o presidente e contou várias experiências que havia vivido. Depois de uma longa conversa, os dois arrumaram suas coisas para descer, pois haviam chegado no porto.
O presidente, ao descer do navio, foi recebido com uma multidão, que gritava seu nome. Muitas fotos sendo tiradas. Uma calorosa recepção.
Muito diferente do missionário, que ao descer do navio, tinha 3 pessoas lhe esperando. Ninguém gritando, nenhum flash de camera, nada. O missionário se entristeceu e resolveu expor isso para Deus:
“Eu não entendo. Eu dei minha vida na sua Obra, eu fiz tudo que podia para ver seu reino crescer, e ao chegar em casa não tenho as honras que este homem que vive na luxuria, esbanjando suas riquezas teve. Não tive esta recepção calorosa. Por que?” E Deus o respondeu: “Quem disse que você já chegou na sua casa?”
[slogan]Não podemos nos esquecer, nós não somos daqui![/slogan]
Naquela noite, quando o ladrão visitou a minha casa, eu estava despreparado, minha porta estava aberta, o cadeado destrancado, ninguém estava vigiando, ninguém estava esperando. Havia sempre um pensamento: “Eu sei que existem ladrões, mas não vai ser hoje que eles vão entrar em casa”. Fomos pegos de surpresa.
Faça como eu fiz, coloque no seu despertador, Jesus pode voltar hoje. Coloque no fundo de tela do seu computador, escreva na sua agenda, no espelho do seu banheiro, não sei, apenas tenha a certeza que você está preparado.
Assim como o apóstolo Paulo, que nós possamos viver todos os dias, como se HOJE fosse o dia do nosso Amado voltar. O dia de pregar para aquela pessoa é hoje, o dia de pedir perdão é hoje, o dia de largar este pecado é hoje. O dia de voltar para Jesus é HOJE. Não se esqueça: Jesus pode voltar HOJE.

Fonte: Jesus Copy

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