Quando eu era Coordenador Geral de Inspeções [Brasil e Exterior], do
Banco Real, um colega me procurou e disse: "Quando você for enviar sua
equipe para auditar as Unidades nos Estados Unidos, por favor, peça a um
deles para me trazer uma nota [cédula] de dois dólares americanos para
que eu sempre a tenha, como amuleto, na carteira, pois ‘chama’ mais
dinheiro, muito dinheiro!"
Pensei com os meus botões: "se isso
não passasse de superstição, mera crendice popular, não haveria pobres
no mundo, sequer classe média, pois pouco custa andar com uma cédula, de
pequeno valor, a mais no bolso".
Nesta semana, recebi, por uma
rede social, de três pessoas diferentes, uma borboleta azul com os
dizeres: "Diz a lenda que se você enviar uma borboleta para os amigos
tudo de bom ‘volta’ em dobro. Aceite, é de coração" (sic). Dei boas
risadas [em dobro].
Tive asma dos dois aos vinte e um anos e
fui vítima de várias "simpatias" que as "comadres" receitavam; uma vez,
lembro-me, cortaram as minhas unhas, colocaram em um saquinho de pano,
furaram um buraco no tronco de uma frondosa árvore, após medirem a minha
altura; colocaram o embrulhinho lá, fecharam-no com a própria lasca que
fora tirada antes: "quando eu passasse daquela altura, ficaria curado"
(sic) – por muitos anos eu dava boas risadas, logo após às crises
asmáticas, e dizia: "por certo, eu ainda não cresci!"
Nós,
cinco irmãos, e toda a criançada da vila na qual morávamos, tivemos
caxumba na mesma semana; vizinhas chamaram uma "benzedeira" que, com
agulha e linha, cosia um pequeno saquinho de pano branco [igual ao das
unhas] e dizia: "O quê que eu corto?", e as crianças tinham que
responder: "caxumba" – na minha vez, eu dei uma risada e respondi
"macumba" e saí correndo para brincar.
Todos nós ficamos
curados, no tempo certo da doença, inclusive eu que, desde a primeira
infância, não gostava dessas crendices populares; na época eu não sabia,
hoje sei, que "é Deus quem sara todas as nossas enfermidades" (Sl. 103
3).
A Palavra de Deus nos afirma, nos dá segurança, e nos alerta, pela pena do Apóstolo Paulo:
"Ora, o Espírito [Santo] diz claramente que nos últimos tempos alguns
abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de
demônios. Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos (...)
Se você transmitir essas instruções aos irmãos, será um bom ministro de
Cristo Jesus, nutrido com as verdades da fé e da boa doutrina que tem
seguido. Rejeite, porém, as fábulas profanas e tolas, e exercite-se na
piedade" (1 Tm. 4 1-2, 6-7).
Diz, ainda, a Escritura Sagrada:
"Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina [como hoje]; ao
contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si
mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar
ouvidos à verdade, voltando-se para os MITOS (1 Tm. 4 3-4).
O
mundo atual prefere viver no "engano", nas superstições, nas
"simpatias", na fé em objetos de pau, de gesso, de pedra, de bronze,
etc., e a Palavra de Deus é clara sobre isso:
"Os ídolos
deles, de prata e ouro, são feitos por mãos humanas. Têm boca, mas não
podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem
apalpar, pés, mas não podem andar; e não emitem som algum com a
garganta. Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles
confiam" (Sl. 115 11).
É abominação, é afronta a Deus depositar
a fé na matéria, nas lendas, nas fábulas, nas superstições, nas
"simpatias", quando Ele já fez, para nós, TUDO o que é necessário para a
vida, para a salvação, para a cura, para a libertação, para uma vida
digna diante d’Ele e da humanidade.
Ele ENTREGOU o seu Filho
unigênito [sem pecado algum] para DAR a sua própria vida em nosso lugar –
os pecadores, os injustos, os incréus somos nós [e eu sei que sou o
pior], mas foi ELE e tão somente Ele quem morreu e ressuscitou para que a
humanidade só receba o bem, o consolo, o conforto, a salvação, a
misericórdia, que "se renova toda manhã", conforme diz a Bíblia:
"Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do
meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de
mim. Todavia, lembro-me também do que me pode dar esperança: graças ao
grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas
misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se a cada manhã; grande é a sua
fidelidade" (Lm. 3 19-23).
Se o Senhor Jesus já deu a sua vida por nós para quê [e por quê} recorrer a crendices populares, sem fundamento?
Em assim fazendo anulamos o que já recebemos [a salvação pela graça,
mediante a fé em Cristo]; crucificamos o Senhor Jesus, novamente, a cada
ato [esotérico] como esses (Hb. 6 4-6).
Pense nisto!
São Paulo - SP
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