
Quando Jesus curou um cego de nascença, seus discípulos questionaram: “Quem pecou? Ele ou seus pais?” Esse episódio é contado em João 9.1-6 – vale a pena procurar e ler. De acordo com a cultura deles, a dor viria sempre associada à punição. Daí a dúvida: poderia um inocente já nascer castigado? Sofreria porventura pela culpa de seus antepassados?
A dor, porém, é algo muito mais profundo e ao mesmo tempo sublime. Ela tem funções que vão além do que pensamos. Certamente uma delas é punir os erros para corrigi-los, mas Deus sempre a associa a um plano de redenção de quem a sofre. É também um alarme que alerta quando algo está errado. Se não doer, como saber? Se não souber, como tratar? Ela também desperta empatia. Quando já experimentamos a mesma dor, nossa solidariedade e nosso consolo são mais profundos e mais verdadeiros. Por isso Cristo sofreu nossas dores. O sofrimento também quebra o nosso orgulho e produz arrependimento, fazendo-nos sentir nossa condição de humanos, pois viveríamos em extrema arrogância se não sofrêssemos dentro de um mundo que grita de dor. Entretanto, seu propósito maior é fazer com que o nome de Deus seja glorificado, seja por meio de uma cura, como a do cego de nascença mencionado acima, seja pela força que encontramos na graça de Jesus quando a cura ou o alívio da dor não vem. A dor é tão difícil quanto necessária. Esteja pronto para sofrer, pois isso é melhor que conformismo, dissimulação ou comodismo. Jesus sofreu, os apóstolos sofreram, sejamos também participantes de suas aflições.
Portanto não tenha medo da dor – ela é um dos maiores privilégios do ser humano. Somente sentindo com intensidade a dor sentiremos de igual forma os momentos felizes. Quem não sabe chorar, não sabe sorrir. Viver é sentir tudo isso de modo profundo e inteiro. – LFS
Punição não é o único propósito da
dor.
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