A grande maioria dos brasileiros aprovou a escolha do cardeal
argentino Jorge Mario Bergoglio para chefiar a Igreja Católica. Ao mesmo tempo,
boa parte deles gostaria que a igreja liberalizasse suas posições em temas como
contracepção e divórcio. Esse é o resultado de pesquisa nacional feita pelo
Datafolha em 20 e 21 de março, uma semana depois do conclave que elegeu o papa
Francisco -primeiro latino-americano e primeiro jesuíta no comando da Santa Sé.
A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais. Dos 2.653
entrevistados pelo Datafolha em 166 municípios, a maioria, 58%, definiu-se como
católica -número próximo dos últimos dados do IBGE, de 2010, segundo os quais
64,6% da população brasileira professa o catolicismo. Outros 21% se disseram
evangélicos pentecostais. A eleição de Bergoglio foi considerada ótima ou boa
por 74% das pessoas ouvidas pelo instituto e regular por 9%; só 2% dos
entrevistados a acharam ruim ou péssima. O levantamento revela também em que
medida boa parte dos brasileiros -incluindo os que se dizem católicos- discorda
de uma série de posições tradicionais da igreja. A divergência mais acentuada
diz respeito ao uso de métodos artificiais para evitar a concepção. Para 83% dos
entrevistados, o papa Francisco deveria orientar a igreja a se posicionar a
favor do uso de preservativos; 77% defendem que faça o mesmo em relação à pílula
anticoncepcional. A pesquisa mostra ainda que 61% dos brasileiros são favoráveis
a que o papa aceite o uso, pelas mulheres, da "pílula do dia seguinte" contra a
gravidez. O método é considerado abortivo pela igreja.
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