Eu já chorei enquanto semeava. Mas também já chorei porque voltei sem os frutos da semeadura. O salmista escreve este salmo recordando o retorno do povo de Israel do exílio babilônico. Após setenta anos de cativeiro, a terra de Israel estava abandonada, o mato havia tomado conta. As cidades estavam em ruínas. Tudo tinha de começar de novo. Tudo precisava ser restaurado. E não só as lavouras e nem mesmo só as cidades, mas as próprias vidas precisavam de um avivamento espiritual.
E o povo não ficou parado, chorando: eles foram para as lavouras e prepararam a terra para o plantio da semente. É até bem provável que a semente nem fosse tão abundante. Era necessário preparar bem a terra para que cada grão semeado pudesse cair em boa terra e frutificar. O salmista observava o desprendimento do povo e compõe esse cântico que anima os corações. É verdade, diz ele, vocês estão indo para os campos chorando, mas tenham certeza de que hão de voltar com alegria, trazendo não um punhado de sementes, mas os feixes do cereal que plantaram.
O que o salmista está dizendo é mais do que otimismo. Com este cântico, ele oferece confiança e esperança viva. O povo está, sim, chorando, mas não fica parado e, embora esteja andando e chorando e semeando com lágrimas, voltará com cantos de alegria depois de colher em abundância. Eu quero estar entre esses. Venha comigo. O seu testemunho, ainda que silencioso, ou a sua oração por algum familiar, pode ser a boa semente que reverte em alegria, não só em seu coração, mas até onde você nem sequer imagina. – HM
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