A fé não é cega, pois está edificada sobre Deus. Por isso, a fé não
discute, apenas obedece. Abraão foi chamado o pai da fé e ele demonstrou
essa verdade em sua vida. A fé em Deus é provada pela obediência. Não
somos o que falamos nem o que sentimos. Somos o que fazemos.
Destacaremos, aqui, três episódios na vida de Abraão:
Em primeiro lugar, Abraão sai de sua terra para ir para uma terra
que Deus lhe mostraria. Abraão não discutiu com Deus, não avaliou os
riscos nem adiou a decisão. Simplesmente obedeceu. Tinha setenta e cinco
anos, quando começou uma nova empreitada em sua vida, movido pela fé.
Precisava romper laços, deixar para trás sua terra, seu povo, sua
cultura, sua religião. Movido, entretanto, pela confiança em Deus,
obedece sem tardança, para formar uma nação e ser o pai de uma grande
multidão. A fé é certeza e convicção. Não está edificada sobre
sentimentos, mas sobre a maior de todas as realidades, o caráter de
Deus. Você tem obedecido a Deus? Tem andado pela fé? Tem descansado no
cuidado divino? Onde está sua segurança: em sua nação, em sua família,
em sua cultura, em seus bens? Ponha seus olhos em Deus e viva pela fé!
Em segundo lugar, Abraão, sendo o líder da família, dá a Ló a
liberdade de escolha. Houve um conflito entre os pastores de Abraão e os
pastores de Ló. Não podiam viver em harmonia mais. Abraão poderia ter
despedido Ló, mas deu a ele a liberdade de escolher para onde queria ir.
Ló escolheu as campinas verdejantes e deixou para Abraão os lugares
secos. A confiança de Abraão não estava na geografia de suas terras, mas
em Deus. Não confiava na provisão, mas no provedor. Não tinha seus
olhos postos nos campos da terra, mas no Senhor do céu. Foi nesse
momento que Deus prometeu dar a ele tudo quanto podia avistar no Norte e
no Sul, no Leste e no Oeste. Mais tarde, Ló foi capturado e levado
cativo pelos reis daquela terra e Abraão não hesitou em sair em sua
defesa. Enfrentou riscos para salvar seu sobrinho e sua família. Obteve
retumbante vitória. Foi-lhe oferecido despojos, mas Abraão recusou. Ele
não queria nenhuma riqueza que não viesse das mãos do próprio Deus. Seus
olhos não estavam na recompensa dos homens, mas na dádiva de Deus.
Coisas materiais não seduziam o coração deste homem, cujo coração estava
em Deus.
Em terceiro lugar, Abraão atende a voz de Deus e oferece a ele seu
filho amado. Abraão abriu mão de sua terra, de seus bens e agora, abre
mão de seu filho Isaque. Deus ordena Abraão a ir ao monte Moriá, para
ali oferecer Isaque em holocausto. Abraão não argumenta com Deus nem
adia a viagem de três dias rumo ao monte do sacrifício. Aquele supremo
sacrifício era para o pai da fé um ato de adoração. Havia no seu
coração a plena convicção de que Deus providenciaria um cordeiro para o
sacrifício. Acreditava até mesmo que Deus poderia ressuscitar seu filho.
Sua fé não é vacilante. Sua confiança é inabalável. Seus olhos não
estão nas circunstâncias nem depende de seus sentimentos. Abraão tem
seus olhos em Deus e vive pela fé. Renuncia tudo por Deus. Entrega tudo a
Deus. Confia plenamente em Deus. Então, Deus poupa seu filho,
providencia um substituto para o holocausto e amplia ainda mais suas
promessas e bênçãos a esse veterano da fé. Oh, que Deus nos faça
conhece-lo na intimidade! Que Deus nos capacite a viver nessa absoluta
dependência! Que tenhamos total desapego das coisas para dependermos
plenamente de Deus! Que tenhamos a coragem de entregar tudo a Deus,
inclusive nossa vida, nossos bens, nossa família, nossos filhos, nosso
futuro. Deus jamais desampara aqueles que nele esperam. Ele jamais fica
em dívida com aqueles que nele confiam. Em Deus podemos confiar!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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