Bandidos invadiram um prédio do sistema prisional
de Minas Gerais na madrugada desta segunda-feira (24) e roubaram 45 armas. De
acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), os criminosos
entraram a Central Integrada de Escoltas que fica perto do Presídio Antônio
Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os nove agentes penitenciários que estavam no plantão foram dopados. As forças
de segurança de Minas montaram uma megaoperação para prender o grupo e apurar as
circunstâncias do crime. Agentes que chegaram para trabalhar pela manhã
encontraram alguns colegas dormindo e outros passando mal. Quando fizeram uma
verificação na sala de armas, detectaram que haviam sido roubados 39 pistolas
.40 e seis submetralhadoras. A Polícia Militar foi acionada para registrar a
ocorrência e a perícia da Polícia Civil foi até o local para fazer inspeção de
diversos alimentos que foram ingeridos. De acordo com Seds, os agentes
penitenciários foram encaminhados para exame de sangue, para verificar se houve
ingestão de alguma substância indevida. A Central Integrada de Escoltas é um espaço que
concentra uma equipe especial de agentes penitenciários responsáveis por
escoltar presos. No local, os servidores se preparam para o deslocamento de
detentos, quando há uma agenda programada para transferências ou transporte. Por
isso, é um galpão que concentra grande quantidade de armamento. Em Minas,
existem apenas duas dessas unidades, uma em Neves e outra em Juiz de Fora, na
Zona da Mata. Segundo a Seds, o modelo de central integrada foi implantado
recentemente. Em Neves, a inauguração ocorreu em meados de 2013 com objetivo de
otimizar os trabalhos do sistema prisional agilizando a transferência e o
encaminhamento de presos para delegacias, hospitais e fóruns. Um grande cerco
policial foi montado no entorno da Central Integrada de Escoltas, impedindo o
acesso ao galpão invadido na madrugada. Viaturas das polícias Civil e Militar
entram e saem da área fechada o tempo todo. Por volta de 9h30, uma van com mais
de 20 militares entrou no terreno. Estão no local investigadores da Divisão
Especializada de Operações Especiais (Deoesp), policiais do Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate), representantes da Corregedoria da Seds, militares do
40º Batalhão, entre outros setores. O representante da Associação União dos Agentes
Penais, Henrique Corleone, está acompanhando a situação dos servidores dopados.
Segundo ele, os agentes podem ter sido vítimas de uma alimentação “batizada”.
Corleone relatou que a comida dos agentes chega em marmitas, distribuídas pela
empresa Stillus, que pertence à família Perrella, e ganhou licitação para o
serviço. “A gente entende que a possa ser a empresa que enviou a comida
adulterada para os agentes e causou intoxicação”, afirma. De acordo com
Corleone, os profissionais foram encontrados pelos colegas vomitando e alguns
desacordados. A associação está dando apoio para familiares dos servidores e
deslocou o conselheiro regional de Juiz de Fora até Neves, para ajudar no
suporte.
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