Coisas boas, que fazem mal

As maiores tragédias individuais como também coletivas, normalmente estão atreladas a decisões que interpretamos inicialmente como sendo “coisas boas”.

Raramente os percalços da vida são consequências de atitudes suicidas, mas antes, de boas intenções, que em longo prazo revelam a malignidade enrustida nessas “bondades” sem a consciência e a direção divina.
O inimigo do homem (Diabo) é um grande artista, que sabe como ninguém montar palco, para fazer o individuo acreditar nas ilusões e persuasões de destruição e morte.
Observe que, todo o mal que conhecemos como – desigualdade social, doenças, homicídios, pedofilia, abandono, violência, vícios, e outras espécies de mortandade, foram gerados por uma decisão humana, que por sua vez, estava atrelada a percepção de uma coisa boa – “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer…” (Gn 3. 6)
De modo que, é coerente afirmar que inúmeras manifestações do mal, iniciam em decisões com significado de coisas boas. Por exemplo:
1) No caso de Uzá, que segurou a arca da aliança, com a intenção de não deixa-la cair, e acabou sendo ferido por Deus. A intenção de Uzá era boa, mas que, resultou em desobediência, gerando assim a morte. (II Sm 6.1-6)
2) Bens de consumo como , geladeira, micro-ondas, automóveis, etc., de principio facilitaram a vida do homem pós moderno, mas a cada dia, descobrem que todo este aparato de consumo está destruindo o planeta.
3) Alimentos atrelados a massas ou frituras, de principio são prazerosos para a maioria das pessoas, mas que causam sérios prejuízos a saúde a longo prazo.
4) Pais que não corrigem seus filhos no tempo devido, desejando lhes fazer o bem, enquanto não aplica a correção, estão de fato estragando seus filhos a longo prazo no desenvolvimento do caráter.
5) Um relacionamento amoroso que se inicia com muita paixão, mas que, acontece debaixo do jugo desigual, sonhos incompatíveis, propósitos incomuns, certamente, redundará em sérios problemas no futuro.
De modo que, a vida do cristão não deve ser pautada através de coisas boas, mas naquilo que é em Deus. O que é (vontade divina) sempre reverbera em vida e alegria, mas o que não é, ainda que, tenha “caráter” de coisas boas, com o tempo manifestará sua real natureza – morte e destruição. Sendo assim, permanece a palavra que declara – “Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz.” (Pv. 2.3)

Por Samuel Torralbo