Comparativamente, percebe-se que certas responsabilidades e poderes são dadas ainda cedo a boa parte dos juízes brasileiros, que no início de suas carreiras já lidam com questões onde majores e até tenente-coronéis são inseridos para deliberação conjunta. Majores e tenente-coronéis às vezes com mais de vinte anos de serviço.
É claro que incompetência e ingenuidade são coisas distintas: há coronéis incompetentes, embora mesmo esses incompetentes não possam alegar ingenuidade, após mais de duas décadas atuando no contexto policial militar. Dificilmente coronéis são levados pela emoção, o que garante que façam calculadamente o que querem fazer. Discutir o mérito do que querem fazer já é outro tema.
Dirão alguns que não há diferença entre a experiência dos coronéis e a de outros profissionais, mas é preciso que se diga que a profissão policial lida com circunstâncias críticas, onde os sentimentos e os valores são profundos e multifacetados, diferentemente das experiências de outros profissionais. Neste sentido, talvez os médicos entendam bem o que se quer dizer, sem a peculiaridade do risco de vida que os policiais correm no seu cotidiano.
Da próxima vez que vir um coronel falar, ou calar, julgue como uma manifestação acertada ou equivocada, maldosa ou bem intencionada, imoral ou honesta. Mas nunca pense que há ali ingenuidade.
Autor: Danillo Ferreira
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