Desculpe perguntar, mas você leu com atenção o texto indicado para hoje? Deu para entender o recado ou ele pareceu confuso? É comum tropeçar nesse texto, porque ele parece uma contradição: primeiro diz que devemos nos esforçar, sugerindo até medo de falhar (“temor e tremor”) e logo em seguida afirma que Deus é quem realiza tudo, e até como razão para o temor. Parece que seria mais fácil entender se, em vez de constar ali “pois é Deus quem...” se dissesse “apesar de ser Deus quem...”, se bem que então também não saberíamos por que temer e tremer. E aí, como ficamos?
A vida cristã oferece a maior riqueza que podemos ter. Não material, mas eterna (“um tesouro no céu” – Mt 6.20). Não se trata da vida eterna, que Deus dá por sua graça a quem confiar no sacrifício de Jesus em seu favor, mas do prêmio por nossa fidelidade nessa nova vida. Não precisamos ter medo de ser incapazes de viver como Deus quer – essa capacidade (o “querer” e o “realizar”) faz parte da nova vida e vem de Deus. Entretanto, depende de nós o que fazemos com ela – podemos usá‑la bem ou negligenciá-la, e aí, em vez de usufruir de toda a riqueza que Deus nos oferece, acabaremos sem nada nas mãos, embora vivos, ou, como diz o apóstolo Paulo, “como alguém que escapa através do fogo”. Para entender isso bem, vale a pena conferir tudo o que ele explica a respeito em 1 Coríntios 3.11-15.
Escapar chamuscado de um incêndio certamente é melhor do que queimar nele, mas melhor seria nem entrar ali. Existe um temor e tremor muito útil para a nossa segurança, que evita nos arriscarmos desnecessariamente.
Novamente: como ficamos? Podemos viver alegres e gratos porque Deus nos garante o essencial – a própria vida e sua força – e aproveitar esta para desenvolvê‑la ainda mais, sempre atentos à recomendação de Jesus em Ap 3.11b: “Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa!” – RK
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