Começou no dia, 07/01, um julgamento inédito num tribunal federal dos Estados Unidos, em que o réu, reverendo Scott Lively, é acusado de crimes contra a humanidade por pregar contra a homossexualidade.
A acusação se deu por um sermão pregado por ele em 2002 em Uganda, e os requerentes da MSU (Minorias Sexuais de Uganda) afirmam que a fala do reverendo é prova suficiente para uma condenação.
O reverendo pede orações e teme que o processo seja pautado pelo desequilíbrio: “O centro da atenção da prova da MSU de que homossexuais têm sido perseguidos em Uganda é o assassinato de seu líder, David Kato, em 2011. A queixa judicial omite descaradamente o fato (muito bem conhecido pela MSU) de que Kato foi morto por um prostituto gay a quem Kato tinha tirado da cadeia, pagando-lhe a fiança, a fim de morar com ele e ser seu amante. Esse homem confessou esmagar a cabeça de Kato com um martelo depois que Kato não lhe pagou conforme havia prometido. O criminoso foi levado a juízo pelo crime”, diz Lively.
Para o blogueiro Julio Severo, “o perigo do julgamento é que se o pastor for condenado, nenhum cristão que expressar uma opinião contrária aos atos homossexuais estará a salvo de represálias legais injustas”.
O jornal NY Times noticiou que a ação da MSU se baseia ainda na inspiração que Lively teria exercido sobre um legislador do país, que em 2009, teria proposto um projeto de lei que puniria com pena de morte a prática homossexual. De acordo com o jornal, o reverendo respondeu à acusação com repúdio: “Isso é ridículo. Eu nunca fiz nada em Uganda, exceto pregar o Evangelho e falar a minha opinião sobre a questão homossexual”.
Já o ativista Vince Warren, do Centro para os Direitos Constitucionais, escreveu um artigo para o Washington Post dizendo que Scott Lively é um dos principais líderes religiosos antigay do mundo: “Desde 2002, ele tem trabalhado sistematicamente para despojar proteção dos direitos humanos de pessoas LGBT em Uganda e em outros lugares ao redor do mundo, para silenciá-los e tornar impossível para eles organizarem e defenderem seus direitos [...] A teologia do ódio, que culpa as pessoas LGBT em caso de catástrofes, naturais e artificiais, para a destruição da família e tudo mais, tem que parar”.
Warren convocou ativistas gays para protestarem durante o julgamento, que ainda não tem previsão de encerramento. A pena prevista em lei, em caso de condenação do reverendo, não foi divulgada pelos veículos de notícia.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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