O dízimo e outras contribuições financeiras para igrejas estão entre os temas mais controversos quando o assunto é religião. Vista por muitos cristãos como um “princípio bíblico” e criticada por muitas pessoas, sobretudo devido à famigerada teologia da prosperidade, a prática de doar a décima parte de seus ganhos à igreja movimenta bilhões de reais anualmente no Brasil.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, a Receita Federal divulgou recentemente os números das doações feitas por fiéis em igrejas evangélicas e católicas, revelando que R$ 39,1 milhões são entregues diariamente às instituições religiosas.
No ano de 2011, foram R$ 20,6 bilhões arrecadados pelas igrejas (católicas e evangélicas), dos quais R$ 14,2 bilhões vieram exclusivamente das doações, o equivalente ao orçamento anual do estado do Amazonas. Segundo a Receita, do total arrecadado pelas igrejas, R$ 3,47 bilhões vêm por meio do dízimo e R$ 10,8 bilhões por outras doações voluntárias. As igrejas arrecadaram ainda, em 2011, R$ 3 bilhões através da venda de bens e serviços, e R$ 460 milhões em aplicações financeiras.
Apesar de muitos acreditarem que o rol de dizimistas das igrejas, principalmente evangélicas, é formado apenas por apenas fiéis sem instrução, mais vulneráveis à persuasão dos líderes religiosos, uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que entre os dizimistas estão também fiéis com alto grau de instrução.
O médico Romeu Nunes, frequentador da Sara Nossa Terra, a igreja evangélica que reúne a maior quantidade de seguidores com curso superior, está entre os cristãos que doam parte de sua renda à igreja, e explicou sua adesão à prática afirmando que “dá resultado”.
- Posso dizer que prosperei e aumentei meu patrimônio em pelo menos seis vezes depois que passei a contribuir com a igreja – afirma.
A prática do dízimo é defendida também pela advogada Vanessa de Almeida Vignoli, que entrou em 2005 para a Igreja Sara Nossa Terra e afirma que o dízimo é um “princípio bíblico” e que faz doações à igreja como um meio de proteger sua vida financeira.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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