O ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira (13) que preferiria morrer a
cumprir pena num presídio brasileiro. "Se fosse para cumprir muitos anos na
prisão, em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer", afirmou em
palestra a empresários, ao responder se apoiava a adoção da pena de morte e da
prisão perpétua no Brasil. "Entre passar anos num presídio brasileiro e perder a
vida, eu talvez preferisse perder a vida", disse, ao ser novamente indagado
sobre o assunto pelos jornalistas. Em seguida, o ministro disse ser contrário a
ambas penas, explicando que é necessário melhorar o atual sistema prisional, em
vez de adotar essas medidas. Cardozo ressaltou ainda que as condições dos
presídios brasileiros geram violações aos direitos humanos e que a pena de morte
não teria eficácia como medida de combate à violência. "Do que nós precisamos?
De um bom sistema, com reinserção social, e não prisão perpétua ou pena de
morte", disse o ministro da Justiça, durante evento organizado pelo Grupo de
Líderes Empresariais (Lide). "Temos um sistema prisional medieval, que não só
desrespeita os direitos humanos como também não possibilita a reinserção."
Cardozo disse que falava como cidadão e não governante. O ministro evitou
comentar as penas definidas na segunda-feira (12) pelo STF aos companheiros de
partido (PT), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-deputado José
Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. "Como cidadão, tenho as
minhas impressões. Mas, como ministro, não comentarei não só o mensalão como
qualquer ação que o Judiciário julgue", afirmou. Dirceu foi condenado a dez anos
e dez meses de prisão, Genoino, a 6 anos e 11 meses de prisão, e Delúbio, a 8
anos e 11 meses. (Época)
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