A Bíblia fala de eleição (1 Crônicas
16.13; Isaías 65; Romanos 11; Colossenses 3.12; Tito 1.1; 1 Pedro 1.2;
Apocalipse 17.14) e de predestinação (Romanos 8.29,30; Efésios 1.5,11),
mas não num sentido individual. Tais textos se referem ao destino
coletivo dos santos do Antigo e do Novo Testamento, aqueles que
deliberadamente escolherem obedecer a Deus e à Sua Palavra.
No Novo Testamento, os eleitos de Deus
são todos aqueles que creram em Jesus e aceitaram o senhorio dele,
tornando-se Seus imitadores e filhos do Pai celestial. A partir dessa
experiência pessoal, chamada de salvação, tais indivíduos passaram a
desfrutar da comunhão com Deus pelo Espírito Santo, que veio habitar nos
cristãos para moldá-los à imagem divina de Jesus, de quem se tornaram
irmãos e coerdeiros, tendo direito ao céu e à vida eterna.
É claro que Deus, sendo onisciente, sabe
de todas as coisas, inclusive quem será salvo e quem não será. Mas isso
não significa que Ele tenha predestinado uns para o céu e outros para o
inferno. Afinal, Deus criou o ser humano e concedeu-lhe livre-arbítrio,
responsabilizando-o por seus atos e suas escolhas.
Se não fosse assim, a promessa de salvação não seria condicional: aquele que perseverar até ao fim será salvo (Mateus 10.22;
24.13). Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Apocalipse 2.10).
Deus deseja que todos se salvem, mas
muitos não atendem ao Seu chamado. Se não existisse livre-arbítrio, o
pecado da humanidade teria sido um plano do próprio Deus, como se Ele
tivesse traçado esse destino de pecado e morte para o homem. Isso é um
absurdo teológico!
Logo, a incompreensão dos conceitos de
eleição e de predestinação tem servido de base para a defesa de uma
“predestinação fatalista”, que não tem base bíblica, a qual se vale de
um texto sem o contexto. Isso infringe a hermenêutica bíblica e
compromete a sã doutrina cristã.
É impossível para mim conceber a ideia
de que todos têm um destino predefinido antes mesmo de nascer e que o
Senhor ame mais uns do que outros; e, por isso, tenha previamente
determinado a salvação de uns e a condenação de outros.
Se o homem não tivesse autoconsciência e
livre-arbítrio, não teria culpa de absolutamente nada. Assim, um
estuprador ou qualquer outro malfeitor não poderiam ser acusados nem
condenados, pois o crime seria sua única opção. Então, Deus, que os
teria criado assim, não poderia puni-los; afinal, sem livre-arbítrio,
sem poder mudar a sua sina, ninguém poderia agir de outro modo.
SUGESTÕES DE LEITURA:
Josué 24.15; Marcos 13.13; Romanos 8.17; 2 Coríntios 3.18; Efésios 3.6; 4.12,13,30; 5.1
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