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Um jovem disse ter sido pressionado pela
Polícia Civil a cancelar um "rolezinho" marcado para hoje à tarde num shopping
de Ribeirão Preto (313 km de SP). A versão se espalhou por redes sociais,
gerando críticas à polícia e o anúncio de novo ato, com ameaça de tumulto.
Anteontem, após procurado pelo shopping Santa Úrsula, o delegado Haroldo Chaud
ouviu Vinícius Cassiano, 18, um dos administradores do evento numa rede social.
Segundo o jovem, ele foi informado de que era investigado por incitação ao crime
e que seria responsabilizado caso algo, inclusive homicídio, fosse registrado.
"Me senti pressionado. Estava dentro de uma sala com dois delegados e seis
representantes do shopping, que estavam à vontade, como se estivessem em casa",
afirmou. "Perguntaram se faço parte de algum grupo terrorista." Segundo ele, o
"rolezinho" foi criado para ser apenas um encontro de amigos. O delegado Chaud,
que entrou de férias ontem, afirmou em nota que fez apenas um convite a Cassiano
para prestar esclarecimentos após o shopping registrar boletim de ocorrência.
Negou que representantes do empreendimento tenham participado da conversa.
Também disse que informou Cassiano sobre possíveis implicações legais caso
ocorressem problemas no evento. Também em nota, o Santa Úrsula disse que nenhum
de seus representantes acompanhou o depoimento e que informou a polícia sobre o
"rolezinho" porque o evento poderia afetar o bem-estar de clientes e lojistas. A
ação da polícia revoltou outros jovens, que decidiram remarcar o "rolezinho",
além de gerar protestos da família e de movimentos sociais. "Vamo cola
tumultando a porra' toda, curtindo uns funk e pegando geral!", diz o novo
convite feito na rede, criado ontem e com presença confirmada de 84 pessoas --no
primeiro ato, eram 58. "A polícia tem que se adaptar aos movimentos. Essa
resistência só suscita a revolta", disse o promotor Luiz Henrique Pacini Costa.
Para ele, não houve incitação ao crime e a polícia, assustada com os casos na
capital, busca alternativas para se prevenir. Anderson Polveiro, coordenador da
comissão de direitos humanos da OAB de Ribeirão, classificou o caso como ato de
constrangimento.
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