
Jesus bradou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito.” Tendo dito isso, expirou (Lc 23.46).
Em minha família, realizávamos o culto doméstico
todas as manhãs. Por ocasião da Páscoa, recordo que papai se emocionava com a
exclamação de Jesus: “Está consumado!”- é interessante que somente o evangelho
de João traz esta expressão. Naquela época, eu ficava mais admirado com as
lágrimas que rolavam pela face de meu pai do que propriamente com a exclamação
de Jesus. Hoje, ao analisá‑la, confesso, é meu rosto que fica
molhado de lágrimas. “Está consumado!” é uma
expressão de vitória e satisfação por ter atingido o alvo
– no caso de Jesus, a redenção efetivada. Segundo o
registro dos evangelhos, quando Jesus disse isso eram três horas da tarde. Como
era possível ele exclamar assim quando já na noite anterior o seu sofrimento foi
tal que o seu suor se transformara em gotas de sangue? E o que dizer do
julgamento injusto a que foi submetido? Além disso, foi cruelmente açoitado e
colocaram nele uma coroa de espinhos! Foi pregado na cruz, onde sofreu ainda
mais para, afinal, ensanguentado e em estado de completa exaustão, exclamar
declarando sua alegria pelo cumprimento de sua missão! É possível?
Confesso que parei extasiado! Sabe, leitor amigo, lá
do alto da cruz Jesus fixou o seu olhar em nós, e com seu grito de alegria e
vitória ele nos diz: – O preço do perdão de seus pecados já foi pago! Agora,
creiam em mim e no que fiz por vocês para que sejam livres e desfrutem da graça
de Deus! Está consumado! O apóstolo João diz mais uma coisa impressionante:
“Curvou a cabeça e entregou o espírito” (v 30).
Após concluída sua tarefa, ele inclinou sua cabeça,
assim
como reclinamos a cabeça sobre um travesseiro para
descansar, e entregou‑se voluntariamente após ter cumprido tudo o que era
necessário para nossa salvação. Que amor maravilhoso! – HM
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