Confusão: policiais militares, policial civil e seu filho

Não é incomum que familiares de policiais se comportem como semiautoridades, considerando-se portadores das prerrogativas que seus parentes possuem, e até exacerbando o comportamento que seria natural em agentes públicos com alguma autoridade. Por isso é importante que o servidor público, em nosso caso os policiais, deixem claro para seus próximos a impossibilidade de favorecimentos e privilégios em caso de conduta inadequada.
No caso a seguir, é difícil julgar o real papel de cada ator no cenário da ocorrência, mas vale a reflexão sobre corporativismos e favorecimentos no âmbito policial. Lembrando que trata-se de uma cena possível com policiais de qualquer corporação – civil ou militar:

Policiais militares e civis se envolveram em uma confusão na tarde desta terça-feira no Centro de Belo Horizonte. De acordo com as primeiras informações da Polícia Militar (PM), homens da corporação estavam dando apoio a uma operação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em comércios localizados no cruzamento entre as ruas Guaicurus e Curitiba. O filho de um policial civil foi abordado, e desacatou os militares. Há informações, não confirmadas pelas corporações, de que ele comprava um chip de celular.
O jovem reagiu a ação dos policiais e ligou para o pai dele. Mesmo assim acabou sendo colocado dentro de uma Kombi da PBH. O pai dele, que é policial da corregedoria da Civil, chegou exaltado no local. Segundo a PM, o homem bateu na lateral do veículo com uma arma e acabou desarmado pelos militares.
No momento da confusão, vários policiais Civis e Militares se aglomeraram na região onde aconteceu as abordagens. O sub-corregedor da Polícia Civil, Elder D Ângelo esteve no local e conseguiu conter os ânimos dos seus colegas de trabalho.
Todos os envolvidos forma levados para a delegacia, onde confeccionado um boletim de ocorrência que será encaminhado para a Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec). O policial civil e o filho dele vão responder por desacato.
Em nota a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que os fatos serão apurados pelas Corregedorias de ambas as corporações. Também salientou que o caso trata-se de um fato isolado que não reflete e não interfere no trabalho já consolidado de integração do sistema de Defesa Social.
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Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com