Um policial militar revelou, na madrugada de ontem, em
depoimento ao Ministério Público estadual, que ouviu, de dentro de um contêiner
da base da UPP Rocinha, uma pessoa sendo torturada na noite do desaparecimento
do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Por causa das novas informações, pelo
menos outros cinco policiais da unidade poderão ser denunciados por participação
na morte de Amarildo. As informações foram mostradas ontem pelo “RJTV 2ª
Edição”, da Rede Globo. Dez PMs, entre eles o ex-comandante da UPP da Rocinha,
major Edson Santos, já estão presos, acusados do crime. Os cinco policiais podem
responder por terem presenciado a morte de Amarildo, sem nada terem feito. O PM
que prestou depoimento ao MP estava de serviço, na parte administrativa da UPP,
em 14 de julho, dia do crime. Ele não teve identidade revelada, e será incluído,
com a família, no Programa de proteção à Testemunha. De acordo com o policial,
naquela noite, ele e outros PMs teriam recebido uma ordem do tenente Medeiros
para que ficassem dentro do contêiner e dali não saíssem em hipótese alguma. Em
seguida, ouviram barulhos de agressões, choques, e dor. A sessão de tortura
teria durado 40 minutos. Depois disso, aqueles que estavam dentro da base
ouviram gritos dos policiais, dizendo que algo tinha dado errado. Mais tarde, o
PM que prestou depoimento relatou ainda ter visto uma movimentação na mata atrás
da base onde fica o comandante da UPP. Ontem, por causa das novas revelações, a
Polícia Civil e o Ministério Público fizeram novas diligências na favela da
Rocinha.O PM que prestou depoimento não figura como réu do processo. Ele é
apenas testemunha do caso.
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