![Comunicação Policial](http://abordagempolicial.com/wp-content/uploads/2012/06/comunicapolicia.jpg)
Com a dimensão do sistema de segurança pública brasileiro, onde estão inseridas as polícias civis e militares, as federais e as guardas municipais, é quase trágico se descuidar da comunicação, principalmente se consideramos os policiais como atores de mediação e negociação comunitária. Como conceber que estas corporações não dialoguem, para que, conjuntamente, a partir de informações e preocupações comuns, cheguem a soluções mais eficientes dos problemas que enfrentam?
O pior é que esta barreira entre as polícias é apenas o aspecto mais flagrante de um desleixo que, internamente, parece ocorrer em boa parte das organizações policiais do Brasil. Tal qual ilhas, unidades de uma mesma corporação acabam não dialogando, deixando de padronizar procedimentos e evitando que um ambiente de colaboração mútua seja consolidado. A “falha de comunicação” chega a se inserir na cultura das polícias como uma desobediência velada: “se não fiquei sabendo, não posso cumprir”, diz o policial da operacionalidade, diz o comandante ou chefe de unidade.
Talvez, os governos pudessem utilizar sua força política para fomentar a clareza comunicativa nas polícias, evitando boatos e desordens. Mas as secretarias de comunicação estão por demais aterefadas em fazer propaganda político-eleitoral, alheias a um dos pontos nevrálgicos na gestão da atividade policial.
Da próxima vez que você ouvir que este ou aquele problema ocorreu “só por falta de comunicação”, não minimize a situação, pois é o mesmo que dizer que alguém “só” morreu porque sua veia estourou. Se os vasos sanguíneos conduzem o oxigênio indispensável à vida, a comunicação faz o mesmo com informações indispensáveis à manutenção da eficiência institucional. Se comunicar é condição primeira de qualquer organização – ou estamos falando de um conjunto de entidades desconexas. Por isso, falhar na comunicação é destruir a própria corporação. Algo grave e inaceitável.
Autor: Danillo Ferreira
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