![Bento XVI conduz audiência na Praça de São Pedro na quarta-feira (16) (Foto: Giampiero Sposito/Reuters) Bento XVI conduz audiência na Praça de São Pedro na quarta-feira (16) (Foto: Giampiero Sposito/Reuters)](http://s2.glbimg.com/a9weOaCvxH5dDCOk18wxILGZYuHfVQkBz61o9jmGuFhIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/05/18/2012-05-16t115439z_15937944.jpg)
Um resumo do livro, que estará a venda no sábado (19) em toda a Itália com o título "Sua Santidade, cartas secretas do Papa", escrito por Gianluigi Nuzzi, autor do best-seller "Vaticano SA", sobre as finanças da Santa Sé, foi publicado nesta sexta pelo jornal "Il Corriere della Sera".
Também relata os confrontos com a chanceler alemã Angela Merkel sobre aqueles que negam o Holocausto, e as confissões do secretário do fundador da Congregação Mexicana Legionários de Cristo, Marcial Maciel, acusado de abusar de crianças e de ter uma vida dupla com duas esposas e filhos.
Nuzzi teve acesso, possivelmente através de funcionários da Secretaria de Estado, a centenas de documentos, incluindo alguns que levam o selo "Reservado", que foram elaborados pelo mesmo secretariado.
Este é o maior vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que até agora não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Entre as informações vazadas, figuram diretrizes específicas para tratar de questões com o Estado italiano por ocasião da visita presidencial em 2009.
"Devemos evitar qualquer equivalência entre a família fundada sobre o matrimônio e outros tipos de uniões", diz o texto.
De acordo com trechos publicados pelo "Il Corriere della Sera" no suplemento especial Sette, o secretário do papa recebeu por fax todos os detalhes do chamado "escândalo Boffo", a operação para desacreditar o editor do jornal "Avvenire", jornal da Conferência Episcopal italiana, mediante acusações falsas de assédio homossexual e homossexualidade contra o jornalista Dino Boffo.
Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano, a influente Cúria Romana, que minou a credibilidade da Igreja.
O nome do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, mão direita do Papa e número dois da Santa Sé, está presente em muitos dos documentos e é afetado de forma negativa, sendo possível que o livro seja uma operação midiática para atacá-lo.
O jornal italiano "Libero" também publicou comentários sobre o livro. Nuzzi chegou a comentar sobre o difícil ano vivido com os "corvos" do Vaticano, que lhe passaram os documentos entre "silêncios, longas esperas e precauções maníacas".
O jornalista confessou que não manteve mais contato com este "grupo informal" de informantes desde que o papa nomeou uma comissão de inquérito, em março passado, para investigar os vazamentos, conhecidos como "Vatileaks".
Fonte: G1
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