“… aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos…” (Hc 3.2).
Reforma e reavivamento estão
intimamente interligados. Reforma é a base do reavivamento e o
reavivamento é o resultado da reforma. Não há reavivamento sem reforma.
Primeiro a igreja se volta para Deus em arrependimento; depois a igreja
experimenta a poderosa visitação do Espírito Santo. Destacaremos aqui
dois pontos importantes:
Em primeiro lugar, quando uma igreja precisa passar por uma Reforma? No
passado, quando a igreja medieval se corrompeu doutrinária e
moralmente, Deus levantou os Reformadores. Eles não fizeram inovações,
mas voltaram ao antigo evangelho, ao único evangelho, à doutrina dos
apóstolos. Hoje, muitas novidades foram introduzidas nas igrejas
chamadas cristãs. Doutrinas e práticas estranhas à palavra de Deus foram
acolhidas e disseminadas. O liberalismo teológico, fruto do
Racionalismo, devastou muitas igrejas e ainda realiza um nefasto
trabalho de desconstrução dos valores do Cristianismo. O liberalismo
semeia ceticismo e dirige as pessoas incautas para fora das Escrituras. O
sincretismo religioso, com suas esquisitices, está sendo introduzido em
muitos arraiais, produzindo um fervor falso, um emocionalismo
histérico, uma fé mística e uma apostasia galopante. Noutros redutos,
percebe-se uma ortodoxia ossificada, um racionalismo árido, uma
profissão de fé sem fervor espiritual. Sempre que a igreja aparta-se da
simplicidade do evangelho, ela precisa voltar às origens. Sempre que a
igreja se desvia da ortodoxia associada à ortopraxia, ela precisa de uma
nova reforma. Sempre que a igreja abandona a centralidade da palavra
associada à piedade, ela precisa voltar ao princípio de tudo e passar
por uma nova reforma. Há igrejas que têm ortodoxia, mas não fervor. Há
outras que fazem propaganda de uma espiritualidade postiça, mas
desconhecem a intimidade de Deus. Teologia e ética precisam andar de
mãos dadas. Doutrina certa e vida certa é o que Deus requer. Não podemos
separar o que Deus uniu: doutrina e vida, credo e conduta, luz na
cabeça e fogo no coração.
Em segundo lugar, quando uma igreja precisa experimentar um reavivamento? O
reavivamento é uma obra poderosa e soberana do Espírito Santo na
igreja, levantando-a de sua apatia para experimentar um renovo da parte
do Senhor. O reavivamento não é agendado pela igreja nem promovido por
ela. Só o Espírito Santo pode operar essa obra. Cabe-nos preparar esse
caminho, aterrando os vales, nivelando os montes, endireitando os
caminhos tortos e aplainando os caminhos escabrosos. Uma igreja precisa
de reavivamento sempre que ela perde o deleite na oração e a fidelidade à
palavra e vê sua vida espiritual tornar-se árida e mecânica. Uma igreja
precisa de reavivamento sempre que entra num processo de estagnação e
perde seu entusiasmo pelas coisas lá do alto, apegando-se às coisas aqui
da terra. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que a comunhão
fraternal entra em colapso e os relacionamentos ficam feridos por mágoas
e ressentimentos. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que a
fidelidade a Deus nos dízimos e nas ofertas deixa de ser praticada para
capitular-se ao secularismo materialista. Uma igreja precisa de
reavivamento sempre que sua adoração a Deus se torna formal e ritualista
em vez de ser em espírito em verdade. Uma igreja precisa de
reavivamento sempre que sua agenda perde o vigor evangelístico e
missionário. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que pecados são
tolerados em seu meio e o mundanismo começa a ganhar terreno. Uma igreja
precisa de reavivamento sempre que, enganada pela síndrome de
Laodiceia, não reconhece sua necessidade de mudança. Oh, que Deus nos
desperte! Oh, que Deus nos reavive! Que um tempo de refrigério venha da
parte do Senhor sobre nós, tirando-nos do marasmo letárgico para uma
vida maiúscula, de plena alegria no Espírito Santo!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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