A seita conhecida por “Testemunhas de
Jeová” foi fundada por um ex-presbiteriano chamado Charles Taze Russell
em 1852 no Estado da Pensilvânia, na região centro-Atlântico dos EUA.
Seita (latim secta =
“secionar”, “dividir”, “sectar) de forma geral é um conceito complexo
utilizado para grupos que professem doutrina, ideologia, sistema
filosófico ou político divergentes da correspondente doutrina ou sistema
dominantes. (Wikipédia).
Para o Cristianismo, vale a pena,
ainda, ressaltar que a palavra seita vem da mesma palavra grega que a
palavra heresia. Essa palavra é háiresis, que em grego significa escolha, tomar partido, corrente de pensamento, escola, etc. Quando a palavra háiresis passou para latim, transformou-se em secta. Isso significa que seita é um conceito simples onde o kerigma (pregação das verdades que constituem a base da fé) é deturpado e afasta-se do Evangelho, à luz da Palavra.
Histórico das Testemunhas de Jeová
Charles Taze Russell, aos 20 anos de
idade, consegue convencer um grupo de estudantes da Bíblia a seguí-lo
com a falsa afirmação de conhecer os idiomas originais em que foram
escritos o Antigo e Novo Testamento (hebraico, aramaico e grego).
Imaginem o estrago que isso pode causar em pessoas de coração sincero
mas cegas espirituais. Russell, pode, então, deturpar o Evangelho do seu
modo grosseiro e sem cabimento, atraindo milhões de pessoas e
lançando-as no mais profundo abismo da incoerência.
Durante essa investida bizarra de
Russell como líder de seita religiosa, podemos observar os vários nomes
que a denominação usou com o passar dos anos:
1874: Torre de Vigia de Sião
1909 : Aurora do Milênio e Associação do Púlpito do Povo
1914 : Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia
1931 : Testemunhas de Jeová (depois da morte de Russell)
Doutrina Deturpada e Doentia
Nos meus anos como estudioso da Bíblia, acabei rotulando algumas doutrinas como DDD, que significa Doutrina Deturpada e Doentia.
É uma maneira de classificar algumas seitas que distorcem o Evangelho
de tal forma que acabam anunciando um “Outro Evangelho” que não Àquele
anunciado por Cristo. E a doutrina dos Testemunhas de Jeová se enquadram
muito bem aqui. Vamos refletir sobre alguns pontos mais salientes (e
brutais).
Sobre a Trindade Divina
Os seguidores da seita negam a existência da Trindade, afirmando ser uma doutrina que veio do paganismo (ver sua obra Estudos das Escrituras).
Negam a divindade de Cristo, dizendo que nosso Salvador é uma criatura
semelhante a um anjo, com qualidades especiais (ver sua obra Seja Deus verdadeiro).
Mas o que a Bíblia diz sobre Jesus ? Existem diversos versículos cuja
divindade de Cristo é comprovada, como ele sendo o próprio Deus que se
fez carne. São muitas e muitas passagens bíblicas. Jesus, alegou várias
vezes, possuir um relacionamento íntimo com o Pai, que soaria como
heresia ou Messianismo, caso Ele não fosse Deus:
Ele afirma ser um com o Pai (Jo 10:33).
Afirma que quem O vê, vê o Pai (Jo 14: 7-9).
Afirma que preexistia antes de
Abraão (Jo 8:58). Sua afirmação é no presente “Eu Sou”, semelhante ao
nome com que o Deus Eterno se revelou a Moisés no sinai (Ex 3:14,15).
Isso ficou tão claro para os judeus (sua reivindicação de divindade),
que quiseram apedrejar a Jesus por blasfêmia.
Afirma que quem O honra, está honrando o Pai (Jo 5:23).
Afirma ter a mesma natureza de vida que existe somente em Deus, o Pai (Jo 5:26).
Jesus tinha uma clara consciência
sobre sua pessoa. As alegações que Jesus fez sobre sua própria pessoa
não teriam sentido se Ele não tivesse sobre si mesmo a clara noção de
divindade. Tudo indica que Ele sabia que era Deus, pois disse:
Que os anjos eram seus, e os poderia enviar (Mt 13:41). Em Lc 12:8,9 e 15;10, os anjos são chamados anjos de Deus.
Que o reino dos Céus (Mt 13:24,31,33,44,45,47), que é o reino de Deus (Lc 17:20), é também o seu reino (Mt 13:41).
Ter autoridade para perdoar os
pecados (Mc 2: 1-12), tarefa que cabe exclusivamente a Deus. Aliás, por
causa disso os fariseus o acusaram dizendo “Isto é blasfêmia! Quem pode
perdoar pecados, senão um que é Deus?”. Perdoar pecados é uma
prerrogativa divina (aqui também cabe aos padres católicos)
Que julgará todos os homens,
separando os bons dos maus (Mt 25:31-46, Lc 13: 23-30). No AT, o Deus
Todo-Poderoso, é o único chamado de Juiz de toda a terra (Gn 18:25) e o
único com prerrogativa de julgar as nações (Jz 11:27; Sl 75:7; Sl 82:8;
Ec 11:9 e 12:4). Só Deus pode exercer tal autoridade e poder.
Ter autoridade pessoal no mesmo
nível que a autoridade do AT (Mt 5:21,22,27,28). Nessas passagens, Jesus
deixa claro ter autoridade para estabelecer novos ensinamentos, no
mesmo nível da autoridade que era dispensada ao ensino de Moisés e dos
profetas das Escrituras.
Ter poder para vivificar e
ressuscitar os mortos (Jo 5:21). Somente Deus teria poder para vivificar
os mortos. Jesus não só alegou, como também ressuscitou a várias
pessoas (Lc 7:11-15; Mt 9:18,19,23-26; Jo 11:17-44). Mas de seus
milagres, sem dúvida, a ressurreição de si mesmo, foi seu maior sinal
(Mt 12:39).
Ser a ressurreição e a vida (Jo
11:25). Alegava ter poder suficiente para fazer tornar a viver qualquer
que cresse nEle, mesmo que esta morresse. Um atributo exclusivo do
Senhor Deus, que Ele estava reivindicando nessa passagem.
Segundo os testemunhas, ainda, O
Espírito Santo não é Deus, mas é apenas uma influência ou, como gostam
de afirmar “uma força ativa de Deus”. E o que a Bíblia nos diz sobre a
divindade do Espírito Santo?
Ele é Onisciente (atributo de Deus): “Mas
aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito” (Jo 14.26).
É Onipresente (atributo de Deus) : “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7).
É Onipotente (atributo de Deus) : “Pelo
poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de
maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o
evangelho de Jesus Cristo” (Rm 15.19).
É Eterno: “Quanto
mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si
mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras
mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).
É Criador: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33.4).
É o Senhor da Igreja: “Olhai,
pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou
com seu próprio sangue” (At 20.28).
Quanto á negação da Trindade, é
apenas uma distorção do Evangelho, praticada pelas Testemunhas de Jeová
dentre tantas outras. Existem outras heresias, mas creio que apenas com a
refutação bíblica dessa primeira, que é negar a divindade de Cristo e
do Espírito Santo, já deixa bem claro que essa seita deve ser combatida
de forma ríspida, com amor, mas ríspida, á luz da Palavra.
Uma pergunta pertinente que o leitor pode fazer é : “Mas eles não enxergam isso na Bíblia?”
Os Testemunhas de Jeová são muito
específicos naquilo que difundem. A mais importante obra entre seus
seguidores é a famosa “Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas”,
uma deturpação exagerada do Evangelho que serve como ferramenta pra
sustentar as heresias do grupo. Obviamente, bate de frente com os
originais bíblicos e não há respaldo para seu uso descabido, inundado de
erros teológicos grosseiros que ferem o kerigma do Evangelho.
Uma outra obra em que os seguidores
da seita se baseiam é a “Aurora do Milênio” que foi editada como “Estudo
das Escrituras” em 6 volumes : “O Plano Divino das Eras”, “O Tempo é
chegado”, “Venha o teu reino”, “O dia da Vingança”, “A Expiação entre
Deus e o Homem” e “A nova Criação”. São obras hediondas, que ferem os
olhos dos verdadeiros cristãos e que eu tive o desprazer de conhecer e
ler. Mas considerei um mal necessário para que possamos refutar
biblicamente estudos tão contrários aos que os autores da Bíblia,
através do Espírito Santo, nos revelaram.
Outras obras usadas no exercício
proselitista de porta em porta são : “A verdade que conduz á vida
eterna”, “O mistério consumado”, “Estas Boas Novas do Reino”, “Do
Paraíso perdido ao Paraíso Restaurado” e “A verdade vos tornará livres”,
onde encontramos erros acerca de Deus, de forma até, eu diria,
ofensiva.
Vou repetir: esse é apenas um ponto
doutrinário distorcido entre inúmeros, que creio seja o suficiente pra
ser refutado sem maiores problemas. Quem nega a divindade de Jesus e do
Espírito Santo, e por consequência nega a Trindade, pode ser facilmente
“desarmado” por inúmeros versículos bíblicos. Creio que os Testemunhas
de Jeová possam ser bastante incoerentes em seus argumentos se uma regra
básica não for quebrada: a Bíblia, auto-explicativa, sempre em primeiro
lugar.
A paz.
Betão Marcatto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS