Eu escrevi uma pequena carta à igreja, mas Diótrefes, que deseja ser o líder, não quer dar atenção ao que eu disse. (3Jo 9)
O juízo temerário é pecado. O juízo
mentiroso é mais grave do que o juízo temerário. Este é uma maldosa
calúnia, e aquele é uma crítica ainda não comprovada, portanto
imprudente e precipitada. Os dois são atos pecaminosos e prejudiciais ao
Corpo de Cristo.
Jesus não cometeu nem o primeiro nem o
segundo quando chamou os mestres da Lei e os fariseus do seu tempo de
hipócritas. A cada vez (e foram seis vezes num discurso de dezesseis
frases), o Senhor comprovava a sua indignação dando um exemplo, como
este: “Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês
são como túmulos pintados de branco, que por fora parecem bonitos, mas
por dentro estão cheios de ossos de mortos e de podridão” (Mt 23.27).
Não foi nem juízo temerário nem calúnia o
que Paulo escreveu aos coríntios: “Não vos pude falar como a
espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3.1,
ARA). A prova disso é que entre os membros da igreja de Corinto havia
ciúmes e contendas.
Apesar de ser conhecido como o apóstolo
do amor, João abre o verbo contra o orgulhoso Diótrefes, “que gosta
muito de ser o mais importante entre eles, não nos recebe” (2Jo 9, NVI).
Diótrefes não foi o primeiro nem o
último a querer “mandar em tudo”, a pretender ser “o primeiro em tudo”, a
ambicionar “o primeiro posto”, a correr atrás do poder eclesiástico. O
próprio João e seu irmão Tiago, quando ainda imaturos, certa vez pediram
a Jesus: “Quando o senhor sentar-se no trono de seu Reino Glorioso,
deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro à sua esquerda”
(Mc 10.37).
Quem sabe que com essa repreensão de
João, Diótrefes começasse a se tratar dessa fome e sede de poder não
pouco comum na história do cristianismo!
Que o poder santificador do Espírito Santo nos faça gostar do último lugar!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.
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