A dimensão terapêutica da oração
O
médico suíço Theodor Bovet percebeu a necessidade de ser mais aberto,
criativo e acessível no relacionamento com seus pacientes. Ele passou,
então, a priorizar a dimensão espiritual de seus pacientes, que alegavam
ter “problemas com os nervos”.
No tratamento de seus pacientes,
Bovet procurou, então, conciliar os seus conhecimentos de neurologia com
calor humano, compreensão e espiritualidade. O Dr. Bovet observou que
muitos de seus pacientes que “sofriam dos nervos”, careciam de uma
espiritualidade mais envolvente, mais sadia. Dr. Bovet procurou
ajudá-los, conduzindo-os pelo caminho da oração.
Ao ensinar os
seus pacientes a orar, Dr. Bovet lhes sugeriu algumas regras bem
práticas, que foram publicadas numa revista alemã. É com grande prazer
que as compartilho com você. Acredito que possam ser úteis na sua vida,
no seu processo de cura.
1. Separe diariamente alguns minutos
para estar a sós. O seu corpo, a sua mente, o seu coração necessitam de
descontração, relaxamento.
2.Conte a Deus tudo o que você guarda em seu coração. Fale a ele com simplicidade e naturalidade.
3.Sempre
que tiver possibilidade, exercite o diálogo com Deus. Para evitar a
dispersão, cerre os olhos e, com os olhos fechados, dialogue com Deus.
4.Creia firmemente que Deus está ao seu lado. Ore na convicção de que receberá a bênção de Deus.
5.Quando
interceder a Deus por alguém, faça-o na certeza de que a sua oração
atravessará terras e mares. O amor e o poder de Deus envolverão as
pessoas pelas quais você ora.
6.Quando orar, tenha pensamentos bons, sadios.
7.Procure estar em prontidão para aceitar a vontade de Deus.
8.Ao
orar, coloque tudo nas mãos de Deus. Peça-lhe para lhe dar forças para
você poder fazer tudo o que estiver ao seu alcance. Então, entregue-se
confiante a Deus!
9.Ore pelas pessoas que não lhe querem bem, e por aquelas que foram injustas com você. Isso lhe dará forças para perdoar.
10.Ore diariamente por sua cidade, por seu país, pela conservação da paz.
O
Dr.Bovet costumava dizer aos seus pacientes: “Converse com Deus, como
se ele estivesse sentado à sua frente, diante de você. Converse com ele
como se ele tivesse acabado de entrar no seu quarto e lhe perguntasse:
‘O que você quer que eu faça por você?’”.
Você também pode contar
com a possibilidade de se sentir envolto pelo Espírito de Deus. O autor
do Salmo 139 experimentou a presença de Deus de um modo envolvente.
Deus não está restrito a uma corporalidade, que ocupa um espaço
determinado, mas é percebido como o Espírito que envolve o salmista por
todos os lados. O salmista vivencia a presença de Deus com um
“sentimento oceânico”.
A pergunta decisiva que Deus lhe dirige é esta: “O que você quer que eu faça por você?”
Um
dia, quando Jesus e seus discípulos saíam de Jericó, um cego chamado
Bartimeu, sentado à beira do caminho, gritou: “Jesus, filho de Davi, tem
compaixão de mim!” Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele
clamava cada vez mais alto pela misericórdia de Jesus.
Jesus
pediu que chamassem o cego para junto dele. Então lhe perguntou: “O que
você quer que eu lhe faça?” Respondeu-lhe o cego: “Meu Mestre, que eu
torne a ver!” (Mc 10.46-52).
O que você quer que o Mestre lhe faça?
• Maria Luiza Rückert
é pastora com especialização em Capelania Hospitalar. Cursou Teologia
na EST e “Clinical Pastoral Education” no Hospital da Universidade de
Minnesota. Fez pós-graduação em Ética, subjetividade e cidadania na EST.
Atuou por duas décadas no Hospital Evangélico de Vila Velha (ES). Seu
site é www.capelaniamarialuiza.org
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