Já passou pela sua cabeça o pensamento de que “a vida seria mais
fácil se, de repente, eu morresse”? Outra de nossas leitoras
compartilhou com a gente seu testemunho sobre como superou esse momento.
Com o relato, ela espera encorajar outras pessoas a não desistirem da
própria vida. Se você passa por essa luta ou conhece alguém que vivencia
isso, também esperamos que essas palavras possam te ajudar:
“Estou sentada no chão, meus braços envolvem as minhas pernas com
força e as lágrimas escorrem no meu rosto. O único barulho que escuto é o
meu soluçar. Eu sinto frio, não o frio que provavelmente você pensou
quando leu essa palavra, mas o frio de não ter ninguém por perto – mesmo
que na verdade tenha -, e dentro de mim há um vazio que me corrói e me
mata de dentro pra fora. Fecho os olhos desesperançada e simplesmente
não sei o que fazer.
Uma ideia sussurra ao meu ouvido: há uma maneira de acabar com tudo
isso, há uma maneira de não magoar novamente as pessoas que eu amo, há
uma maneira de deixá-las mais felizes. E isso é tudo o que eu mais
quero. E só penso: como? Como pode ser possível? O sussurro lança sua
ideia, de que eu ponha um ponto final nessa história, na minha história.
Algo dentro de mim se revira, fica me revolvendo, tentando buscar no
meu interior algum amor à vida e até o encontra. Mas a ideia de não
magoar ninguém, nunca mais, parecia tão boa e tão convincente, parecia
uma ótima solução. Isso me faz ir até a cozinha e escolher uma faca.
Sinto o frio do metal na pele do meu antebraço, mas não consigo fazer
nada, minha mente dialoga com o sussurro.
E o sussurro é muito convincente e me leva a usar a imaginação, ele
me faz imaginar os meus amores todos felizes. Eu retruco dizendo que
eles iriam ficar tristes no meu enterro. Ah! Mas o sussurro é muito bom
nisso, e me diz que será uma tristeza passageira, que depois de um tempo
será como se eu nunca tivesse nascido, e isso será maravilhoso para
todos eles. E ainda me pergunta: não é isso que você deseja, às vezes?
Eu meneio a cabeça, porque já pensei dessa forma antes.
Eu sinto como se tivessem sugado toda minha alegria e meu ânimo.
Nesse momento, minha mãe vai até a cozinha beber água, e mesmo
estando muito decepcionada comigo, ela não deixa que eu siga em frente
com o plano sugerido pelo sussurro.
No dia seguinte, uma amiga na escola conta que sonhou comigo, que
nele eu estava muito triste e então ela me fala de Jesus. O que
aconteceu depois, de uma forma resumida, é que comecei a frequentar a
igreja com ela, e aos poucos fui sendo transformada pela Verdade. Apesar
disso, se Deus existia, nunca entendi porque Ele tinha me deixado
chegar ao estado no qual eu cheguei.
Até que um dia eu tive uma experiência
com Deus que mudou toda a minha vida. Eu tive uma visão sobre o dia em
que eu pensei em tirar minha própria vida.
Ali naquele momento sombrio, doloroso, vergonhoso e sujo, que nem as
pessoas mais próximas sequer imaginam que eu já passei, ali estava Ele, o
cordeiro, o Emanuel, o príncipe da paz, na minha frente, olhando pra
mim. E como se não bastasse todo esse paradoxo, Ele estava ali, me vendo
naquela cena vergonha em que eu segurava uma faca acima do meu pulso, e
Ele chorava.
Chorava pela minha solidão, que não me fazia enxergar que Ele poderia
estar comigo todos os momentos da minha vida se eu O aceitasse, chorava
por saber que eu sentia como se ninguém me amasse, chorava por ver
todas as mentiras acerca da minha identidade nas quais eu estava
acreditando, chorava pela minha ignorância acerca da mensagem da cruz.
Eu desisti daquela ideia de uma vez por todas e aos poucos o amor
dEle me salvou e me transformou de uma forma que nunca imaginei.
A descoberta do sacrifício dEle naquela cruz por amor a mim é o
motivo pelo qual meu coração ainda pulsa, é o motivo pelo qual hoje
consigo sorrir, pelo qual hoje consigo sonhar.
Compreender que não sou um erro, mas fui planejada por Ele nos
mínimos detalhes me fez encontrar um novo lugar no mundo, como filha do
meu Abba Pai, e coloca em meu coração uma convicção e um desejo ardente
de que outros filhos não caiam em armadilhas criadas por mentiras acerca
de suas identidades.
Espero de coração que se você ou alguém que você conhece já pensou ou
pensa em tirar a própria vida, que venha, assim como eu, a ter uma
revelação do amor de Deus e que isso mude toda a sua vida. Que você
venha a entender o quanto Ele nos ama, mesmo sem merecermos.”
Se você passou por algo parecido e deseja contar sua história
para encorajar quem está lidando com essas questões, escreva pra gente: juventudes@ultimato.com.br. Garantimos o anonimato.
Fonte: Ultimato
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