Os judeus podem garantir a salvação eterna sem se converter ao cristianismo, disseram teólogos católicos em um relatório publicado como resultado de uma longa investigação do Vaticano.
Essa
era uma questão que prejudicava, segundo eles, as relações entre as
duas religiões. O material também afirma que a Igreja não deve procurar
ativamente converter judeus ao cristianismo, algo que já era defendida
pelo ex-Papa Bento XVI em seu livro de 2011.
O relatório elaborado
pela “Comissão para as relações religiosas com os judeus” da Igreja
Católica, afirma ser possível que os judeus sejam salvos da condenação
eterna independentemente de Cristo.
“Embora os judeus não creiam em Jesus Cristo como o redentor
universal, eles têm direito à salvação porque os dons e a vocação de
Deus são irrevogáveis”, conclui o relatório, segundo um resumo divulgado
à imprensa.
A crença de que o único caminho para a salvação é
através da fé em Cristo é um princípio fundamental do cristianismo. Por
isso, ao mesmo tempo que os teólogos católicos dizem que é somente
graças à morte e ressurreição de Cristo que todas as pessoas têm
oportunidade de salvação, insistem que os judeus são tratados de outra
maneira. Seria isso “um mistério insondável no plano salvífico de Deus”.
Essa
posição não constitui uma mudança formal da doutrina católica, mas
indica a busca do Vaticano em tentar minimizar os séculos de ensino
antissemita, que na Idade Média justificou a perseguição e até morte de
judeus.
Desde o Concílio Vaticano II que a Igreja Católica não
atribui mais a responsabilidade pela crucificação de Cristo à
“comunidade judaica”, destacando ainda o que chama de herança
compartilhada das duas religiões.
As relações entre as duas
religiões já foram tratadas em outro relatório – de 1998 – da mesma
comissão que conclamou os católicos a se arrependerem por não terem
feito mais para impedir o Holocausto e recriminou o silêncio da Igreja
como instituição. Com informações de Jews News
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