A SINGULARIDADE DO EVANGELHO
O apóstolo Paulo, o maior bandeirante
do Cristianismo, estava saindo de Éfeso rumo a Jerusalém, quando
escreveu seu maior tratado teológico, a carta aos Romanos. No introito
dessa epístola, tratou do tema principal da carta, a singularidade do
evangelho. Já de início demonstrou três atitudes em relação ao
evangelho: eu sou devedor (Rm 1.14); eu estou pronto (Rm 1.15); e eu não
me envergonho (Rm 1.16).
Por que alguém se envergonharia do
evangelho? Primeiro, porque este trata da pessoa de Cristo, o Messias de
Deus, que veio ao mundo, nasceu de forma humilde, cresceu numa cidade
pobre e morreu numa cruz. Segundo, porque pelo evangelho, o próprio
apóstolo Paulo já havia sofrido açoites e prisões. Inobstante a cruz ser
escândalos para os judeus e loucura para os gentios; e apesar de todo o
sofrimento decorrente da proclamação do evangelho, Paulo destaca a
singularidade do evangelho, quando escreve: “Porque não me envergonho do
evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se
revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por
fé” (Rm 1.16,17). Deste texto, extraímos cinco verdades:
Em primeiro lugar, o poder do evangelho. O
evangelho é o poder de Deus. Portanto, não há qualquer fraqueza nele,
pois Deus é onipotente. O evangelho é a dinamite de Deus para derrubar
as fortalezas do coração mais duro. É a força irresistível que desarma a
incredulidade mais cega. O próprio Paulo, perseguidor implacável da
igreja, mesmo na sua marcha sangrenta de oposição aos cristãos, foi
transformado por uma ação soberana e irresistível do evangelho. O
evangelho quebra barreiras, derruba estruturas, penetra nos lugares mais
fechados e transforma os corações mais rendidos ao pecado.
Em segundo lugar, o propósito do evangelho. O
evangelho é o poder de Deus para a salvação. Há poder que destrói e
mata, mas o evangelho é o poder que dá vida e salva. O evangelho não é
apenas o poder de Deus para a salvação, mas também, o único poder capaz
de salvar. A religião, os ritos sagrados, as boas obras ou quaisquer
outros expedientes humanos são absolutamente insuficientes para salvar o
homem. Só no evangelho há salvação. O evangelho fala das boas novas de
Cristo: sua vida, sua morte, sua ressurreição e seu governo. Não há
salvação em nenhum outro nome. Só Jesus salva!
Em terceiro lugar, o alcance do evangelho. O
evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e só
daquele que crê. O evangelho não é o poder de Deus para a salvação do
descrente. Muito embora, a fé não seja a causa meritória da salvação, é
sua causa instrumental. Apropriamo-nos da salvação pela graça, mediante a
fé. A salvação é oferecida a todos, mas somente aqueles que creem são
salvos. Não há aqui qualquer acepção de pessoas, seja de raça, posição
social ou estofo cultural. Todo aquele que crê em Jesus é salvo.
Em quarto lugar, a universalidade do evangelho. O
evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê,
primeiro do judeu e também do grego. O evangelho é para todos os povos. É
universal em seu escopo, pois Jesus morreu para comprar com o seu
sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação. Não há
limitação geográfica nem barreira étnica no evangelho. É endereçado a
toda criatura, em todo o mundo, até aos confins da terra.
Em quinto lugar, a eficácia do evangelho. O
apóstolo Paulo é enfático, quando escreve: “Visto que a justiça de Deus
se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá
por fé”. O homem sendo pecador, jamais poderá ser justificado diante do
Deus santo com base em seus méritos pessoais, pois as nossas justiças
não passam de trapo de imundícia. Porém, nossas transgressões foram
lançadas sobre Jesus e sua justiça foi imputada a nós, para que a
justiça de Deus, revelada no evangelho, fosse apropriada por nós,
pecadores, pela fé. Então, aquele que crê é declarado justo diante do
tribunal de Deus e passa a viver pela fé. Quão singular é o evangelho!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS