Um dos pilares da Reforma
Protestante do Século XVI foi o Sola Gratia. A salvação é uma obra de
Deus do começo ao fim. Deus planejou, executou e consumou nossa
salvação. Aquilo que foi planejado na eternidade e realizado na história
será consumado na segunda vinda de Cristo. O apóstolo Paulo diz que
somos salvos pela graça, mediante a fé (Ef 2.8). Deus nos tirou das
entranhas da morte espiritual, nos ressuscitou juntamente com Cristo e
nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar,
nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça. Destacaremos
quatro pontos importantes sobre essa maiúscula verdade:
Em primeiro lugar, Deus nos
salvou não por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos
deméritos. A salvação não é uma conquista das obras, mas uma oferta da
graça. Não somos salvos pela obra que realizamos para Deus, mas pela
obra que Deus realizou para nós, na pessoa do seu Filho. A salvação não é
uma medalha de honra ao mérito, mas um presente imerecido de Deus. Em
vez de Deus aplicar em nós o seu justo juízo, aplicou-o em seu Filho,
como nosso substituto, concedendo-nos gratuitamente sua bondade.
Em segundo lugar, Deus nos salvou não pelo nosso esforço, mas pelo
sacrifício de seu Filho. A salvação não é resultado de esforço humano,
mas da ação divina. Não é fruto do trabalho humano, mas do sacrifício de
Jesus na cruz. Não é consequência das obras que realizamos, mas da
generosa oferta da graça. A salvação não é um caminho que abrimos da
terra ao céu, mas o caminho que Deus abriu do céu à terra. Esse caminho é
Jesus. Só ele pode nos reconciliar com Deus. Só por meio dele, podemos
ter vida eterna. Não há nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo
qual importa que sejamos salvos, exceto o nome de Jesus.
Em terceiro lugar, Deus nos
salvou não pelos nossos predicados morais, mas por sua imerecida graça.
Graça é um dom imerecido. Deus dá a salvação a pecadores indignos. Deus
nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Estávamos
perdidos e fomos achados; estávamos mortos e recebemos vida. Isso é
graça. Deus nos tirou da potestade de Satanás, arrancou-nos da casa do
valente e transportou-nos do reino das trevas para o reino da luz. Isso é
graça. Estávamos no caminho largo que conduz à perdição, éramos
escravos do mundo, da carne e do diabo, mas Deus nos libertou e nos
transformou e nos fez assentar nas regiões celestes. Isso é graça. Graça
é o que Deus nos dá e precisamos, mas não merecemos.
Em quarto lugar, Deus nos
salvou não para que exaltássemos a nós mesmos, mas para que fôssemos
troféus de sua graça. A salvação procede Deus, é realizada e consumada
por Deus para que ele receba toda a glória. O propósito da salvação pela
graça é exaltar a Deus e não o homem. Ninguém poderá chegar no céu,
bater no peito e dizer que chegou ali por seus méritos e esforços.
Ninguém pode atribuir a si mesmo ou mesmo à sua religião a sua salvação.
Todos os que são salvos, o são pela graça, e pela graça somente. Nenhum
mérito humano. Nenhuma glória atribuída ao homem. Nenhum holofote sobre
o homem. Tudo provém de Deus. Dele, por meio dele e para ele são todas
as coisas. Qualquer glória atribuída ao homem é vanglória, é glória
vazia, é idolatria, é abominação para Deus. O próprio Deus diz em sua
palavra que não divide sua glória com ninguém. Por toda a eternidade
renderemos glória àquele que nos amou, e nos enviou seu Filho, para que,
por meio dele, fôssemos salvos. Hoje somos filhos de Deus, herdeiros de
Deus, a menina dos olhos de Deus, troféus da graça de Deus!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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