“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
O texto em apreço apresenta dois
imperativos: um negativo, outro positivo. O negativo proíbe o cristão de
se embriagar com vinho; o positivo ordena-o a ser cheio do Espírito. A
embriaguez produz dissolução; a plenitude do Espírito desemboca em
virtudes cristãs. Tanto a embriaguez como a falta de plenitude do
Espírito estão em desacordo com a vontade expressa de Deus.
Vamos, agora, considerar essas duas ordens:
Em primeiro lugar, não vos embriagueis com vinho (Ef
5.18a). A embriaguez é render-se ao domínio do álcool. É ser dominado
pelo poder etílico. É perder o autocontrole. É entregar-se à dissolução.
O efeito da embriaguez é a vergonha e o opróbrio. Seus resultados são a
destruição da honra e a promoção da pobreza. A embriaguez tem sido a
causa das maiores tragédias sociais. É responsável por mais de cinquenta
por cento dos acidentes e dos assassinatos. Muitos casamentos têm sido
destruídos por causa do alcoolismo. Muitas famílias têm sido arruinadas
por esse vício maldito. A embriaguez semeia lágrimas, dor e morte.
Aqueles que se entregam à embriaguez perdem seu nome, sua família e sua
alma. Os bêbados não herdarão o reino de Deus.
Em segundo lugar, enchei-vos do Espírito (Ef
5.18b). Depois de dar a ordem negativa, o apóstolo Paulo mostra o
imperativo positivo. Não basta deixar de fazer o que é errado; é preciso
fazer o que é certo. Não basta deixar de ser dominado pelo vinho; é
preciso ser governado pelo Espírito. A ordem divina encerra algumas
lições:
Ser cheio do Espírito é um mandamento. Isso
significa que um cristão sem a plenitude do Espírito está pecando
contra Deus tanto quanto um cristão que se embriaga. Ser cheio do
Espírito não é uma opção; é uma ordenança. Não ser cheio do Espírito não
é apenas um pequeno descuido. É um pecado de desobediência frontal à
uma ordem expressa de Deus.
Ser cheio do Espírito é uma experiência contínua. O
verbo “enchei-vos” está no presente contínuo na língua grega, o que
significa que a plenitude do Espírito deve ser uma experiência
permanente. A plenitude de ontem não serve para hoje. Todo dia é tempo
de ser cheio do Espírito. Essa é uma experiência contínua e progressiva.
As vitórias de ontem não são suficientes para hoje. Hoje é tempo de
andar com Deus e ser cheio do Espírito Santo.
Ser cheio do Espírito é uma ordenança para todos os cristãos. A
ordem está no plural. Líderes e liderados, grandes e pequenos, velhos e
jovens, ricos e pobres, doutores e analfabetos precisam ser cheios do
Espírito Santo. Nenhum cristão está dispensado dessa experiência. Essa é
a vontade expressa de Deus para todo o seu povo, em todo lugar, em todo
tempo.
Ser cheio do Espírito é obra de Deus e não desempenho humano. O
verbo “enchei-vos” está na voz passiva. Isso significa que nós não
produzimos a plenitude do Espírito; recebemo-la. Não é fruto do esforço
humano; é resultado da graça divina. Na medida que nos despojamos de
nossas paixões e desejos e nos rendemos ao senhorio de Cristo, somos
cheios do Espírito. Enquanto temos vasilhas vazias, o azeite não pára de
jorrar.
Ser cheio do Espírito produz resultados benditos. Em
Efésios 5.19-21, Paulo cita quatro resultados da plenitude do Espírito:
comunhão, adoração, gratidão e submissão. A plenitude do Espírito
corrige nosso relacionamento com Deus, com o próximo e com nós mesmos.
Eis a questão: Você está cheio do Espírito Santo? Há evidências dessa
plenitude em suas palavras, ações e relacionamentos? A ordem é oportuna:
“Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos
do Espírito”.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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