
Alguns
desigrejados são simplistas, unicamente pelo fato de vociferarem aos
quatro ventos que a igreja do primeiro século nunca construiu templos, o
que depõem de modo assertivo contra aqueles que hoje o fazem.
Pois
é, segundo o pensamento destes niilistas eclesiásticos, o templo não
passa de de uma estrutura antibíblica que precisa ser combatida e
desconstruída na cabeça dos crentes. Todavia, o que estes irmãos
desconhecem é que a igreja não se reunia em lugares públicos pelo fato
de que até o ano 313 a fé cristã não era prescrita. Contudo, quando
Constantino emitiu o Édito de Milão, a impossibilidade dos cristãos se
reunirem sem serem aviltados deixou de existir, possibilitando com isso a
liberdade dos crentes cultuarem livremente ao Senhor. Ademais, como bem
afirmou o escritor Mauricio Zágari, (aqui)
vale a pena ressaltar que escavações arqueológicas revelaram um antigo
local de culto cristão do mundo localizado em Rihab, a 40 Km de Amã, na
Jordânia, construído entre os anos 33 e 70 da nossa era. A tese dos
arqueólogos sustenta que o local acolheu os primeiros cristãos até à
data em que os romanos abraçaram oficialmente a fé, no século IV. Além
disso, as Catacumbas de San Calixto, em Roma, as quais visitei,
encontram-se, em meio as sepulturas, câmaras que serviam para a
celebração religiosa e a realização de cultos o que revela que a Igreja
primitiva nunca teve nada contra a reunião e a celebração litúrgica de
cerimônias cristãs em ambientes especificamente preparados para esse
fim. Lembro que ao visitar aquele lugar fui tomado de perplexidade em
descobrir que irmãos em Cristo reuniam-se dominicalmente "embaixo da
terra" para glorificar ouvir a Palavra, participar dos sacramentos, e
celebrar a Cristo.
Lamentavelmente
os adeptos e defensores do niilismo eclesiástico, defendem o
desigrejamento prestando com isso um desserviço a igreja de Cristo,
ensinando assim conceitos antibíblicos, fundamentados numa exegese
equivocada onde o cristianismo defendido é uma espécie de darbismo,
cujas organizações, confissões ou vínculos eclesiásticos visíveis, são
veementemente condenados.
Isto
posto, afirmo sem titubeios que o discurso contrário a igreja feito por
estes além de antibíblico, é fraco, desprovido de raciocínio lógico e
principalmente teológico, cujo conteúdo ilude todo aquele que
comprovadamente encontra-se despreparado bíblica e teologicamente.
Renato Vargens
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