Não é nada fácil lidar com a realidade de nossos dias, em se tratando
do Mercado da Fé escancarado e presente em grande parte das
denominações tidas como “evangélicas. ” A Teologia da Prosperidade (que
nem pode ser chamado de Teologia) tomou proporções absurdas a tal ponto
que grande parte dos frequentadores de tais denominações acreditarem que
a obra da Cruz de Cristo tem como objetivo gerar uma multidão de ricos,
e/ou pessoas que não enfrentem em suas vidas nenhum tipo de problema
financeiro e afins.
A mensagem central do Evangelho, como podemos ler no Evangelho de Mateus, foi deixada de lado há muito tempo:
“E,
naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, E
dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. ” Mateus
3:1,2
A impressão que tenho é que esses versículos não podem ser
proferidos em certas denominações, pois a centralidade do Evangelho não é
a prioridade das mesmas. A grande realidade é que se pregassem as
verdades do Reino de Deus, muito provavelmente não teriam a vida
confortável que tem, pois não teriam argumentos para fazer da igreja um
comércio aberto.
Diante disso, temos o cenário do criticismo
absurdo que se manifesta, principalmente em redes sociais, e em poucos
ambientes externos, aonde a tônica da pregação é exclusivamente dedicada
a criticar os erros. Como se a crítica em si mesmo fosse a solução
destes casos. Pelo óbvio, sabemos que criticar sem oferecer uma resposta
ou solução honesta, torna-se improdutivo.
Neste ponto, surge em
nossa realidade uma pergunta que deve ser respondida com honestidade:
Como devemos agir diante dos mercadores da fé? Como devemos lidar com os
mercenários que só querem dinheiro?
A Bíblia nos apresenta uma solução:
“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. ” (1 Coríntios 11:19 negrito meu)
CLARAMENTE, a Palavra nos ensina acerca de um posicionamento real diante das mentiras ditas “em Nome do Evangelho”.
A
questão está justamente no nosso posicionamento, que não pode ser
permissivo, e tampouco impiedoso. Ouço muitos dizendo que “vão orar” por
estes mercadores, mas se esquecem que eles têm ensinado a mentira para
muitos outros. E como podemos concluir do texto, omissão não condiz com
que realmente luta pelo Evangelho de Cristo.
Portanto, proponho
alguns pontos, os quais entendo que são importantes para nossa reflexão e
meditação, e para que possamos ser cristãos autênticos ao lidar com
esses fatos.
Consideremos:
Resposta Sólida:
Claro que devemos ter em mente que uma atitude prática se faz
necessária. E a nossa resposta sólida deve ser A PALAVRA DE DEUS. Quanto
mais pregarmos o verdadeiro Evangelho de Cristo, quanto mais ensinarmos
o verdadeiro caminho, menos espaço os mercadores de fé terão. Aliás, é
uma triste constatação que se o povo de Cristo se dedicasse ao estudo
sistemático das escrituras, os tais mercadores não teriam a publicidade e
alcance que tem. Portanto, que sejamos verdadeiros bereanos, que buscam
na Palavra a Verdade absoluta e inerrante contida no Evangelho.
Orar não significa fechar os olhos para o problema:
como Cristão, é evidente que a oração faz parte de nosso cotidiano e
que é necessária para todas as circunstâncias. Porém, orar, sem encarar a
realidade dos fatos, ou simplesmente utilizar da oração como meio de
omissão não me parece ser uma postura de um cristão autentico. Quanto
mais discernimento e senso de realidade nós tivermos deste cenário,
melhor é para refutarmos as mentiras dos enganadores, bem como discernir
a real necessidade da pregação do Evangelho Genuíno.
Não devemos negociar os valores do Evangelho:
muitos fazem a famigerada “vista grossa” a título de “ser irmão em
Cristo” e que devemos “amar o próximo como a nós mesmos”. Claro que sei
que devemos amar os irmãos, e em nenhum momento faço apologia e nenhum
tipo de ódio. Só que há um abismo de diferenças e proporções entre amar
um irmão e concordar com todos os seus atos. Honestamente falando,
acredito que falta amor quando não corrigimos e não confrontamos o erro
doutrinário e quando constatamos a perversão dos valores do Evangelho.
E, em se tratando dos valores do Evangelho, não deve existir margens
para tolerâncias face a mentiras. Acima de qualquer coisa, a VERDADE do
Evangelho deve ser preservada, ensinada e defendida.
Portanto
irmãos, oro e peço, encarecidamente que sejamos maduros para lidar com
essa triste realidade, mas principalmente, que tenhamos coragem e
caráter para pregarmos o Evangelho de Cristo, mesmo sabendo das
dificuldades que estão ao nosso redor.
A Igreja de nossos dias precisa destes irmãos fiéis, que prezam pelo Evangelho de Cristo, acima de todas as coisas.
Por fim, deixo como meditação uma frase que li há mais de 15 anos, e que desde então, nunca mais saiu de meu coração:
“O verdadeiro pastor tem duas vozes: uma para chamar as ovelhas e outra para espantar os lobos devoradores. ” (João Calvino)
Que o Senhor Vos Abençoe
Fonte: gospelprime
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