“Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz, Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim. Gileade é a cidade dos que praticam iniquidade, manchada de sangue. Como as hordas de salteadores que esperam alguns, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho num mesmo consenso; sim, eles cometem abominações. Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel, ali está a prostituição de Efraim; Israel está contaminado. Também para ti, ó Judá, está assinada uma sega, quando eu trouxer o cativeiro do meu povo.” (Oséias 6:1-11)
Vivemos dias de péssimo testemunho
na igreja contemporânea. Dias em que o “ateísmo cristão” (pessoas que
dizem que creem em Deus, mas que vivem como se Ele não existisse) está
presente no ambiente cristão como nunca antes visto.
Porém, quando lemos a história
bíblica nos livros dos profetas, percebemos que há muito tempo esse tipo
de pessoa que vive uma vida espiritual superficial se fez presente em
toda a história de Israel, bem como na Igreja de Cristo e até em nossos
dias.
Lendo o livro do Profeta Oséias, no
capítulo 6, podemos extrair lições preciosas deste discurso, que foi
direcionado ao povo de Israel e que vivia um período de declínio
espiritual e infidelidade. Oséias também confronta diretamente os
sacerdotes e o povo, que viviam uma vida de aparência religiosa, mas
que, na essência, estavam distantes do Senhor.
Em suma, podemos analisar no texto de Oséias as características de uma falsa espiritualidade.
A seguir, proponho considerações que nos serão úteis para identificar pontos dessa superficialidade cristã.
1. Vida de Incoerência
“Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Oséias 6:1-3.
Nestes versículos vemos nitidamente
que Oséias chama ao povo ao arrependimento. Mas não apenas ao ato do
arrependimento, mas sim para uma vida que prosseguir em conhecer ao
Senhor. Em outras Palavras, arrepender, e corrigir o caminho que é
conhecer ao Senhor.
Não adianta dizer que se arrepende,
se este arrependimento não for acompanhado de mudança de comportamento,
atitude, direcionamento, sentido e direção.
A falsa espiritualidade cega de
forma tão intensa, que muitos realmente pensam que é possível enganar a
Deus com meros discursos. Porém, diante de Deus, o discurso divergente
de conduta está visível, e diante dEle, nada passa desapercebido.
Espiritualidade genuína é aquela que
está muito além das “palavras de efeito”, é aquela que se manifesta nas
atitudes e na transformação interior e que tem como referência os
valores do Evangelho de Cristo.
2. Inconsistência
“Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz,” Oséias 6:4, 5.
A falta de maturidade espiritual
inevitavelmente conduz a uma vida carregada de inconsistência. E isso é
mais comum do que se pensa. No versículo 4 está absurdamente claro que a
oscilação da fidelidade é um erro terrível, e tão terrível ao ponto de
que por conta dessa falta de espiritualidade sólida, o povo seria
duramente confrontado em seus pecados.
E assim é hoje: cristãos
momentâneos. Quantas vezes saímos de um culto/celebração com o coração
carregado de uma alegria superficial, mas ao nos depararmos com os
dilemas da vida, esquecemos completamente do que ouvimos. Se é que de
fato guardamos algo.
Colocamos um esforço inicial em algo
projeto, mas esse “ânimo” só permanece por alguns dias, às vezes nem
por uma semana. Compromisso com Deus se torna subjetivo, quase que um
círculo vicioso de recomeço e abandono do que deveria ser prioridade.
Falsa espiritualidade não tem perseverança. E perseverar no Caminho de Cristo é VITAL para uma espiritualidade genuína.
3. Cristãos Impiedosos
“Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim. Gileade é a cidade dos que praticam iniquidade, manchada de sangue. Como as hordas de salteadores que esperam alguns, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho num mesmo consenso; sim, eles cometem abominações. Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel, ali está a prostituição de Efraim; Israel está contaminado.” Oséias 6:7-10
O problema do caminho da falsa
espiritualidade é o resultado que vemos nos versículos 7 a 10. Obras
infrutuosas das trevas, apostasia, falsa aparência da piedade,
religiosidade morta, abominações.
Obras infrutuosas que estão em total desacordo com o que o Apóstolo Paulo ensina em sua cartas aos Gálatas:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas 2:20
A conversão genuína está além da
teoria. Trata-se de uma vida de fé, que é vivida na carne (cotidiano, na
prática) com entendimento que Cristo nos amou e se entregou por nós. E
primordialmente, que o nosso modo de viver seja coerente com esta
consciência.
Portanto, sabemos que
superficialidade cristã está presente na história de Israel e também
atravessou a história da humanidade até os nossos dias. Porém, que
possamos discernir e lutar contra esta conduta mentirosa e nos
esforçarmos, mediante a graça de Deus, de viver de forma coerente com o
que aprendemos do Evangelho de Cristo.
Que possamos ter coragem de
abandonar as práticas da falsa espiritualidade, e que tenhamos a
consciência de que precisamos viver o Evangelho Genuíno em nossa vida,
com obras coerentes ao Reino, e entendimento que vivemos diante de
Cristo.
Que o Senhor nos ajude.
Marco Cicco
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