Itabuna é uma cidade de 200 mil habitantes no
interior da Bahia. Tinha tudo para ser tranquila, mas a disputa por pontos de
venda de drogas alimenta a violência nas ruas. E não para nem mesmo
quando os traficantes são presos. "Você vê todo mundo falar: ‘sou Raio A ou sou
Raio B’. Quem é Raio A, eu vou matar. Se eu sou do Raio B, eu vou matar”, revela
um ex-detento que viveu o clima de terror do Presídio de Itabuna, dividido por
duas facções rivais. Cada grupo ocupa uma ala do prédio construído para abrigar
480 presos. Hoje, tem o dobro. “Quando eles vão dar entrada no sistema
prisional, quando é feita a revista, é feita a qualificação, eles geralmente
indicam: ‘eu pertenço ao grupo do Raio A ou pertenço ao grupo do Raio B ou não
pertenço a nenhum grupo”, conta o capitão Nelmir Franklin de Souza, da PM. A
direção do Presídio de Itabuna, no sul da Bahia, reconhece que os detentos das
duas facções têm que ficar separados. “Se juntar hoje, provavelmente poderá
ocorrer algum conflito, como ocorreu no passado recente, em que tivemos esses
dois grupos se enfrentando”, declara o diretor do presídio, Fábio Santana. A
polícia acredita que a disputa entre os grupos esteja por trás da violência na
cidade. “Por conta disso, esses indivíduos estão passando pela cidade,
encontrando desafetos e efetuando disparos mortais”, declara o coordenador
regional da Polícia Civil, Moisés Damasceno. “Eles não têm o mínimo receio de
serem alcançados pela polícia, de serem processados, de serem condenados. E se
forem condenados, vão para um presídio que eles dominam”, afirma o sociólogo
Carlos Alberto Gomes. A Secretaria de Administração Penitenciária informa que
vem acompanhando de perto a situação do Presídio de Itabuna e que já tomou
algumas medidas para amenizar o clima de tensão entre os detentos. Em nota, a
secretaria diz que uma das providências é o isolamento dos chefes desses grupos
e lembra que não é permitido aos presos determinar áreas de exclusão na unidade.
Fonte RB Noticias
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