A pedido do Governo da Bahia, o Ministério da
Justiça prorrogou por 90 dias a permanência de tropas da Força Nacional de
Segurança Pública nas cidades do sul do estado, onde a tensão entre índios e não
índios exige o reforço policial. Os incidentes violentos resultantes da disputa
por terras se intensificaram a partir do final do primeiro semestre de 2013.
Conforme estabelece a Portaria 1.948, publicada no Diário Oficial da União de
hoje (28), o efetivo da Força Especial apoiará as forças de segurança baianas em
ações de preservação da ordem pública, mantendo a segurança e o patrimônio dos
moradores de Buerarema, Una e Ilhéus, quando esses municípios forem ameaçados
pelos “conflitos fundiários envolvendo indígenas e produtores rurais assentados
na região”. O novo prazo de permanência do efetivo é válido a partir de hoje
(28). Por questões estratégicas, o número de policiais deslocados para a região,
a partir do combinado com as autoridades baianas, não foi divulgado. A operação
é supervisionada pelos órgãos de segurança pública baianos. A Força Nacional e
os pelotões da Polícia Militar têm reforçado o policiamento na região desde
setembro de 2013, quando, no ápice da tensão, casas foram incendiadas e ao menos
uma loja e uma agência dos Correios foram depredadas e uma loja de abastecimento
Cesta do Povo foi saqueada pela segunda vez. No comando da manifestação estavam
produtores rurais, cujas propriedades foram ocupadas, e segmentos da população
que se sentem afetados pela ocupação indígena de várias fazendas. A ocupação de
fazendas foi a forma encontrada por índios tupinambás para exigir do governo
federal a conclusão do processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de
Olivença. A área, de 47.376 hectares – um hectare corresponde a 10 mil metros
quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial –, foi delimitada pela
Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2009. Para que a reserva saia
efetivamente do papel é necessário que o Ministério da Justiça edite a portaria
declaratória, reconhecendo a área como território tradicional indígena. A última
etapa do processo é a homologação, pela Presidência da República. Se aprovada, a
reserva abrangerá parte do território de Buerarema, Ilhéus e Una. (Agencia
Brasil)
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